24

65 19 25
                                    

No refeitório tudo ao meu redor parece acontecer de forma automática, os alunos para lá e para cá, cadeiras se arrastando, vozes misturadas. Tento focar em algo mas tudo continua uma bagunça na minha cabeça.
Sem dar explicações paras as meninas eu me retiro do local e começo a andar pelos corredores da escola, me sinto confusa e preciso contar algo ao Vincent. Antes que eu perceba estou batendo na porta da sala dos professores, faço sinal com a mão para meu irmão e ele vem de imediato o que causa estranheza nos demais ali.
Pego sua mão sem dizer nada e o levo até o jardim lateral do Colégio que é onde menos tem gente.

- Emy, o que aconteceu? - Vincent me segura pelos ombros e me faz parar para encarar seu rosto preocupado.

- Eu acho que sei quem pode ter me envenenado - sussurro perdida no mar de lembranças - Aquele dia em questão eu estive com os três, Luke, Jack e o...James.

Meu irmão me analisa por estantes e passa a mão em seus cabelos loiros.

- Você tem certeza? Isso é sério Emy, estamos falando de uma tentativa de homicídio - foram poucas as vezes em vi meu irmão em um estado de alerta.

- Sim, eu tinha saído cedo de casa naquele dia para me encontrar com o Luke e não comi nada até chegar na cafeteria, depois Jack apareceu e por fim o James. Mas eu não me lembro de nenhuma movimentação estranha de nenhum dos três.

Meu irmão olha em seu relógio de pulso e depois olha em volta do jardim, ele pega minha mão e me leva até o estacionamento onde está seu carro.

- Eu sei sobre o encontro na cafeteria, as imagens das câmeras de segurança não pegaram exatamente nada na mesa de vocês - ele diz rapidamente enquanto dirige um pouco acima do limite.

- E para onde estamos indo então? - questiono, porém ele não, responde só pisa fundo no acelerador.

- Tem que ter outra câmera perto dali, as paredes são de vidro. Por que eu não pensei nisso antes? - ele se questiona como se eu não estivesse junto com ele.

- Vincent, vai devagar, vamos acabar batendo o carro - digo alterada mas não adianta.

Em um rápido movimento ele para o carro e eu grito.

- Você está querendo nos matar? - berro para ele que me olha e logo pega uma pistola de baixo do banco do carro.

- Vamos! - ele sai do carro e eu o sigo para frente da cafeteria.

- Por que você pegou uma arma? - digo entre dentes e ele me olha de canto dos olhos.

- Segurança! - exclama e começa a olhar em volta os estabelecimentos.

- O que estamos procurando exatamente? - ele aponta para algo e eu olho na direção vendo uma biblioteca, com a câmera apontada na direção da cafeteria.

- Não tinha essa biblioteca aqui naquela época, não vai ter imagem de nada - comento com as mãos na cintura e ele sorri.

- Mas tinha uma loja ali e provavelmente são as mesmas câmeras - ele sorri vitorioso.

- Ainda acho difícil eles terem imagens de dois anos atrás - solto o ar pesadamente e atravessamos a rua.

- É o que vamos descobrir agora - ele entra na biblioteca e eu o sigo logo atrás.

🌻

Déjà Vu Onde histórias criam vida. Descubra agora