Capítulo 4

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Oi, tudo bem?
Acho que ninguém lê notas iniciais mas continuo escrevendo mesmo assim porque tem coisas que eu acho importante pontuar, como por exemplo esse capítulo gigante.
Eu pensei seriamente em dividi-lo em dois mas não consegui.
Então peço que me desculpem caso achem um pouco cansativo.
No mais, espero que apreciem.
Boa Leitura ❤

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Levei a mão aos lábios tentando reviver os últimos minutos ainda frescos na minha memória. Eu ainda podia sentir seu cheiro, seu toque e ainda podia ouvir o som dos nossos corações batendo em sincronia, mas nada disso se comparava ao frio.

Era assustador o frio que tomava meu corpo toda vez que eu encarava o vazio de quando ela me deixava. E eu deveria estar acostumada já que no fim das contas era sempre assim que a gente terminava.

Era fato, não existia fenômeno da natureza que pudesse explicar melhor essa mulher. Ela era furacão, me atingindo em cheio, rápido e profundamente, bagunçando tudo aquilo que um dia eu jurei que pudesse manter intacto.

Aquele beijo foi como estar no centro e poder aproveitar a calmaria mesmo sabendo do desastre iminente. Eu torci por um lindo dia de sol, mas eu sabia no momento em que eu ouvi a porta se fechar a minha frente que tudo que eu experimentaria seria o caos.

Voltei ao sofá e me joguei exausta. Pensei na complexidade do tempo e dos momentos em que nós vivemos. Eu escolhi me proteger dessa tempestade, mas agora que eu experimentei a chuva eu não quero mais deixar de me molhar.

Mas eu sabia, eu sabia que se eu a deixasse sair por aquela porta ela iria se fechar pra mim. Eu convivi com ela tempo o suficiente pra saber que ela fugia quando estava assustada ou magoada e eu sei que provoquei os dois.

Com a mente inquieta e o coração aflito busquei o telefone e disquei o único número que poderia me trazer a paz.

Duas e trinta e quatro da manhã Rafaella. —  Ela atendeu com voz de sono.

Desculpa amiga, é importante. — Respondi envergonhada.

Qual o drama no mundinho Girafa? — Ela perguntou constatando o óbvio e parecendo se espreguiçar.

Eu estraguei tudo. — Falei sentindo as lágrimas brotarem nos meus olhos.

Espera, me conta. O que aconteceu? — Ela pareceu um pouco mais desperta.

Eu a beijei. — Falei de uma vez.

O... hmf — Eu ouvi um estrondo e vários barulhos antes de ouvir a voz dela novamente. — A informação foi tão impactante que eu caí da cama. Isso vai ter volta. — Ela disse rindo.

Manu, isso não é bom. — Falei rindo, mas ainda preocupada — Eu estraguei tudo, ela foi embora.

Espera. Como isso não pode ser bom? Beijo incompatível? — Ela estava confusa.

Não. Longe disso. — Eu sorri — O boato do melhor beijo do Espirito Santo é mais real do que nunca. — Mordi o lábio sentindo o frio na barriga com a lembrança.

Sua safada. — Ela gargalhou — Qual o problema então? — Questionou impaciente.

O problema é que ela foi embora. — Falei com tom de obviedade.

E por que você acha que ela foi? — Ela perguntou tentando chegar a uma conclusão

Porque antes de beija-la eu fui uma completa idiota por puro ciúme. — Confessei envergonhada.

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