Capítulo 6

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Oi, tudo bem?
Antes de tudo eu queria me desculpar pela demora. Eu tenho planejado postar um dia sim e outro não. Mas eu tive um MEGA imprevisto que ocupou meu tempo por todos esses dias e eu tive que escrever entre uma madrugada e outra. Então me desculpem.
Outra coisa, esse capítulo é consideravelmente menor que os outros, mas ele é necessário para dar rumo a história que eu to tentando contar pra vocês.
Eu descobri que existe pelo menos uma pessoa que lê minhas notas iniciais e eu quero agradecê-la por isso ❤️.
Sem mais delongas.
Obrigada por todos que leem comentam e votam.
Espero que apreciem.
Boa leitura.
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Naquela manhã eu cancelei todos os meus compromissos para estar com ela e assim foram os próximos dias. Uma desculpa qualquer e pronto. Tudo cancelado.

Não sei exatamente a quantos dias nós estávamos escondidas ali, sem contato com ninguém além da nossa cúmplice e aliada Manoela. O meu telefone era usado somente com essa finalidade e o dela estava esquecido no quarto desde a ligação da Marcela. Nós estávamos fechadas vivendo nosso próprio mundo.

Um grande alerta vermelho piscava no fundo do meu cérebro tentando me trazer a consciência do que eu estava fazendo. Eu sabia que estava sendo completamente inconsequente e irresponsável. Mas eu não queria parar. Não é à toa que o amor é comparado a uma droga, não é? Não que eu conheça a sensação, mas imagino que seja assim que você chega ao vício. A euforia, a entrega e a vontade de ter mais e mais e nunca ser suficiente. Era assim que eu estava me sentindo, eu estava viciada na presença dela, no cheiro do cabelo dela, nos toques delicados, nos beijos, nos carinhos, no cuidado que ela tinha comigo, até mesmo na perna pesada em cima de mim durante a madrugada.  Eu estava dependente do conforto que era viver com ela.

Eu por vezes nesses dias me pegava distraída a olhando de canto, meio curiosa, meio apaixonada, com uma vontade imensa de atrelar minha alma na dela, eu desenhava cenários da nossa paixão e escrevia cartas de amor em minha mente como uma adolescente exagerada e apaixonada. Era como se eu estivesse experimentando pela primeira vez o verdadeiro amor.

Eu sei que parece cedo pra falar de tal sentimento, mas qual é o tempo certo? Como as pessoas sabem sobre esse tempo? Tudo o que eu sei é o que eu sinto. E o que eu sentia era fato.

Eu estava irremediavelmente apaixonada por ela e eu sabia que não era só atração física, paixão. Eu sabia que eu sentia muito mais, talvez eu soubesse desde que nossos olhos incertos se cruzaram dentro do confinamento. Era ela.

Com cabelo bagunçado espalhado sobre a cama, as piadas bobas que me arrancavam gargalhadas, o jeito debochado de lidar com as coisas, a fé cega nas pessoas que ela amava, a lealdade, era tudo uma obra perfeita cheia de imperfeições que se encaixavam perfeitamente no meu mundo.

O que chegava a ser engraçado. Desde quando ela se encaixava no meu mundo? Era gritante o quanto nós éramos  opostas. Eu era a calmaria e ela o maremoto. Aliás, ela era o furacão, mas estranhamente aquele furacão trouxe a calmaria que meu mundo precisava. E eu percebi que esse caos era o que me fazia feliz, e a julgar pelos sorrisos que nós compartilhamos nos últimos dias, isso a fazia feliz também.
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Eu estava tão absorta em meus pensamentos que não prestei a menor atenção no que estava acontecendo a minha volta. Ela estava deitada em meu colo enquanto eu fazia carinho em seus cabelos. Eu estava tranquila, distraída, mas o segurar mais firme das mãos dela em minhas pernas e uma fungada que foi abafada quando ela escondeu o rosto tentando disfarçar o choro, me alertou e me tirou do meu estado de dispersão.

Hey, o que houve? — perguntei preocupada tentando fazer com que ela olhasse pra mim.

Ela resmungou uma resposta e se apertou ainda mais contra minha perna fazendo o medo crescer no meu coração e um frio percorrer meu corpo de imediato.

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