Capítulo 21

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Olá, como estão?
Espero que não estejam me odiando.
Acho que não demorei tanto dessa vez, não é?

Então, como eu venho dizendo desde o começo, essa história mais do que sobre as relações em si, é sobre sentimentos e por ser sobre sentimentos, eu espero que de alguma forma, ela também faça vocês sentirem alguma coisa. Nem que seja raiva de mim por demorar tanto. 🥵

Obrigada a todos aqueles que não desistiram de mim e continuam aqui firmes e fortes. Vocês são incríveis.

Espero que apreciem.
Boa leitura. ❤️

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Lentamente eu fui tomando conhecimento dos bipes e palavras murmuradas ao meu redor. Eu podia sentir que minha mente estava lenta e o meu corpo pesado. Levei um tempo tentando identificar e fazer com que os barulhos fizessem sentido. Talvez tivéssemos dormido assistindo TV e todo aquele peso sobre o meu corpo fosse só o corpo dela deitado sobre o meu, nós costumávamos fazer isso quando estávamos cansadas. Tentei focar mais uma vez, mas agora a conversa me parecia familiar.

— "Como isso foi acontecer, ela sempre foi tão atenta." — A voz feminina preencheu meus ouvidos como alguém que eu conhecia, mas minha mente ainda não podia registrar.

—"Não acredito que tenha sido imprudência, isso pode acontecer com qualquer um." — A voz masculina me parecia ainda mais familiar.

—"Como ela está?" — Acompanhada de barulhos de passos apressados, uma terceira voz se juntou as outras duas parecendo sem fôlego.

—"Ela está bem e não vai demorar a acordar, foram ferimentos consideravelmente leves se comparados a..." — Voltei a reconhecer aquela voz masculina e forcei minha mente a ficar mais desperta.

À medida que a conversa continuava eu me sentia mais lúcida e consciente do que estava acontecendo em minha volta. Isso definitivamente não era a TV. Eram vozes reais, de pessoas reais que eu reconhecia e conhecia muito bem.

Tentei mover minha cabeça para frente enquanto forçava-me a abrir os olhos. A luz era forte e minha fraca tentativa de me movimentar, fez uma dor excruciante percorrer todo o meu corpo.

Com um pouquinho de esforço eu pude ver três pessoas paradas perto da porta. Sem conseguir identifica-las pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a luminosidade que preenchia àquele cômodo.

Pisquei mais uma vez e consegui fazer com que as vozes e as silhuetas tivessem alguma coerência, parados ali eu pude ver minha mãe, meu irmão e Manoela. E sem notar meus movimentos lentos e tímidos eles continuaram a conversa, que agora eu já não me esforçava para entender.

Mãe? — Reunindo um pouco mais de força, eu tentei falar calmamente sentindo minha voz arranhar a garganta.

Em completa sincronia, três cabeças se voltaram para minha direção e minha mãe correu para o meu lado com uma expressão aliviada.

Estou bem aqui, minha filha. —  Ela sorriu gentilmente e usou a ponta dos dedos para me fazer um carinho delicado.

O que aconteceu? Cadê a Gizelly? — Senti meu peito pesar, não sei se pelos meus claros ferimentos ou pela ansiedade de não saber o que havia acontecido.

Filha...— O tom pesaroso que minha mãe usou para dizer essa palavra fez o meu corpo inteiro gelar.

Mãe o que aconteceu, cadê ela? — Forcei meu corpo dolorido a se levantar e senti outra mão tentando me puxar de volta.

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