Capítulo 12

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Oi, como vocês estão?
Espero que todos estejam bem.
Sei que toda semana eu me desculpo pela demora, mas essa semana eu tive dificuldades de colocar os pensamentos em ordem. Então espero que me desculpem, mais uma vez.
Qualquer erro por favor, me avisem.
Espero que apreciem.
Boa leitura ❤️
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        Sempre trabalhei muito duro para aprender a ter controle das minhas emoções, eu passei anos buscando dominar com maestria esse aspecto da minha vida, e devo dizer que por muito tempo executei a tarefa muito bem. Eu construí em mim uma redoma para me proteger e me blindar de tudo que pudesse me tirar o controle e eu consegui.

        Eu consegui até o dia em que eu deixei a casa dela. Depois daquele dia tudo em mim era descontrole. Eu já não me reconhecia mais, tudo que eu sentia era raiva.

        Todos os dias pareciam ser como um teste. Um teste para saber quanto tempo eu iria aguentar sem sucumbir.

Meu coração já não sabia mais como era bater completamente feliz e cada batida possuía um timbre triste de agonia. E como a felicidade me havia sido negada, eu buscava conforto na raiva.

        A raiva que era o que me rodeava, eu tinha raiva de tudo e de todos a começar por mim. Até a Manoela entrou nessa onda de sentir raiva, porque depois que eu contei a ela o que havia acontecido ela ficou semanas sem falar comigo. As palavras dela ainda ecoavam na minha cabeça.

        "Eu odeio que isso esteja acontecendo, odeio você ter magoado a Titchela e odeio mais ainda ver que você se submeteu a isso."

        Eu entendia, entendia porque eu também odiava. Eu me odiava por ter aceitado isso, odiava ter que olhar para aquele sorriso cínico que estampava a cara dele toda vez que ele olhava para mim e odiava mais ainda ter que ficar longe dela.

          Todas as noites antes de dormir eu fechava meus olhos e buscava o conforto da lembrança de sentir o mundo na ponta dos dedos, quando o meu amor por ela era tudo que me importava.
          Eu repassava várias e várias vezes cada detalhe e cada momento em que estivemos juntas. Me disseram que eu deveria esquecer, mas eu jamais poderia esquecer os olhos dela me devorando como se eu fosse algo a ser admirado, mesmo quando eu não era nem digna de sua atenção. Eu nunca seria capaz de fugir da lembrança daqueles beijos e daqueles toques, até das últimas palavras dela que mesmo frias, pareciam doces só por terem saído daquela boca. Eu não quero e nem vou esquecer da luz que ela trouxe para minha vida, que mesmo que esteja apagada na maior parte do tempo, me invade sempre que eu me lembro dela. Ela era cicatriz marcada em mim, o meu amor por ela seria sempre meu conforto, mesmo que a realidade fosse minha ruína.

        Meu corpo já não resistia ao sono, para ser honesta eu não via a hora de poder dormir. Porque era nesse momento em que eu podia sonhar com ela, e aos poucos os sonhos também se tornaram lembranças. 

        O que fez com que as manhãs se tornassem meu martírio, eu acordava sufocada de saudade, tentando afastar de mim o gostinho da alegria na pontas dos lábios que me traria um sorriso, mas que mais tarde me faria chorar.

        Eu sentia que estava cada vez pior enquanto ela estava cada vez melhor, se recuperando bem e sem mim. Não, eu não queria que ela sofresse, mas eu não podia evitar o incomodo no meu coração por saber que ela estava tão bem sem mim enquanto eu me sentia cada vez mais miserável.

        E eu sabia disso porque eu senti o ar me faltar todos os dias desde quando Manoela anunciou sua festa de aniversário. Não era algo que eu poderia recusar e a encontrar nessa situação era inevitável.

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