CAPÍTULO ESPECIAL - Adam e Jessie

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*Adam*

Pouco mais de um ano se passou desde que a Jessie havia sido internada na clínica psiquiátrica e bastante coisa havia mudado desde então.

Desde que eu entrei lá trabalhando depois do meu estágio que ela havia melhorado bastante e conseguia até ter um diálogo legal com as outras utentes da clinica, conversava bem com as enfermeiras, auxiliares e todo o mundo que trabalhava ou passava por lá diariamente e até havia ficado bastante amiga de uma enfermeira, a Laura, que não a julgou mesmo com a história dela e que agora até sabia da nossa relação (foi meio estranho no inicio mas tudo ficou bem depois e ela não julgou nem fez queixa de mim felizmente).

Nesse tempo que passou a Jessie recebeu também visitas inesperadas. Todos da faculdade vieram vê-la, às vezes grupos pequenos e noutras alturas o grupo completo, e teve vezes em que o Luka e a Marinette chegaram a vir vê-la os dois por iniciativa própria, no inicio era estranho sim, mas eu sabia que a Jessie ficava feliz com as visitas deles e realmente se emocionava ao saber que mesmo com tudo o que havia feito não estava tudo perdido e que ela pôde ser perdoada por eles.

Porém um dia a Jessie recebeu uma visita de um homem que eu não conhecia, mas eu não tinha tempo para perguntar nesse momento, afinal mesmo se eu estava lá pela Jessie, continuava sendo o meu emprego e nesse momento estava atendendo outra pessoa e não pude perguntar.

No final das minhas consultas do dia a enfermeira amiga da Jessie veio ter comigo com uma expressão estranha, parecia nervosa com alguma coisa...

– Adam?

– Oi Laura, tudo bem?

– Sim, claro, a Jessie recebeu uma visita e enfim acho que ela quer falar com você...

– Mas tá tudo bem?

– Acredite em mim, é melhor ser ela a falar com você, você é psicólogo, devia saber – ela falou com um sorrisinho dando um tapinha no meu ombro antes de ir embora e logo eu fui até no gabinete de enfermagem onde a Jessie ainda estava sentada de cabeça baixa parecendo bem perturbada, fez quase lembrar da expressão apagada e vazia com que a encontrei no dia em que comecei a estagiar aqui...

– Jess? – na mesma hora ela me olhou com os olhos marejados e eu logo entrei no gabinete fechando a porta e me ajoelhando do lado dela preocupado – Ei, olhe para mim, você está bem?

– Sim... Sim eu estou...

– Você está mentindo, eu te conheço, o que se passa? Quem era aquele homem? O que aconteceu?

– Eu posso sair...

– O quê?

– Aquele era um assistente social... Eu estou recuperando bem... A clínica receitou que eu tivesse alta e... E eu posso sair...

– Então, mas isso é bom? Porque está desse jeito?

– Não, nada não, eu estou emocionada... – por algum motivo essa história estava me soando meio estranha, não era assim que eu imaginava que seria a reação dela quando a deixassem sair de lá, mas talvez a sua medicação calmante também pudesse contribuir para que ela não tivesse uma reação tão explosiva como eu esperava, quem sabe.

Eu fiquei feliz com essa notícia e estava pronto para me responsabilizar por ela, por tudo que a incluísse, quer a nível judicial quer lhe dar uma casa, um emprego ou voltar a coloca-la na faculdade, o que ela quisesse, finalmente seriamos felizes juntos.

Ela arrumou as suas coisas e combinamos que no dia seguinte sairíamos juntos de lá e que a levaria a um lugar especial.

Saímos na manhã seguinte e durante várias horas ficamos andando até chegar perto de uma praia onde parei o carro e logo saí todo animado abrindo a porta para ela que me olhou confusa.

Song Of Our Love - Temporada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora