Extrema

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        Não consegui dormir, fiquei acordada arrumando a bagunça da janta, não iria deixar Pedro limpar, depois de ter preparado aquela maravilhosa janta para mim e para Camila. Eu estava perdida em meus pensamentos! Entre coisas boas e ruins. 

        Enquanto eu limpava a louça, eu pensava que nunca mais tinha ficado triste como eu ficava antigamente, aquele famoso "buraco negro" tinha se fechado, e o nome da cura para isso era amor! Era Camila! Mas ao mesmo tempo que eu me pegava rindo lembrando o quanto era bom estar perto dela, eu ficava preocupada com o meu pai, o que será que ele queria! Por que logo agora? Eu deveria mostrar a nova carta para Pedro?! Em meio aos meus pensamentos eu fui interrompida pelo meu celular. Desliguei a torneira, sequei as mãos com um pano e olhei quem era; era o o numero que estava na carta! Fiquei olhando nervosa. "Não devia ter ligado com o meu celular". Pensei comigo mesma, deixei chamar até cair. Eu não sabia se era certo atender. Voltei para meus afazeres e perdi a noção do tempo. 

        Já que eu estava em casa e não tinha recebido nenhum chamado das vagas de emprego, o mínimo que eu podia fazer era deixar aquele apartamento um "brinco", Pedro recebia um bom salário, que dava para nos sustentar e pagar minha academia de ballet, mas para eu não me sentir um pouco 'inútil' eu fazia o que eu podia para ajuda-lo. Em meio a arrumação, eu recebi duas mensagens de Camila. 

"Já estou com saudades!

"Preciso de mais noites como essa, hoje meu dia foi maravilhoso! Pedro é uma amor de pessoa, agora sei o por que você fala tão bem dele

        Eu me perdia rindo e até me peguei suspirando. As horas foram passando e com elas veio a tarde e logo começou a escurecer! Tomei um banho e fui para a sala esperar por Pedro que logo estaria chegando. O apartamento estava impecável, o que me fez me sentir mais tranquila.

        Pedro entrou pela porta, sorrindo largando a chave na mesinha.

        - Uau, mana! Assim eu me orgulho ainda mais de ti! Que casa cheirosa! - disse ele me beijando na testa.

        - Era o mínimo que eu poderia fazer para agradecer a janta maravilhosa que você fez para nós! 

        Pedro tirou a gravata e o paleto, e se sentou do meu lado no sofá.

        - Sua amiga é mesmo um amor, muito querida ela, e ela parece se importar muito com você! - disse ele tirando os sapatos agora.

        - Por que diz isso?! - Perguntei um pouco preocupada, mas tentando ao máximo não transparecer.

        - Ah Leila, ela só falou bem de você, coisa que eu fiquei feliz, pois é difícil alguém gostar de ti, até por que você não é muito sociável e nem um pouco carismática! - disse ele rindo. Eu dei um tapinha de leve nele rindo também.

        - Temos que conversar serio! - disse agora me ajeitando no sofá para ficar de frente para ele.

        - O que foi? - Pedro agora estava serio.

        - Nosso pai enviou outra carta, ele disse que precisa muito nos ver! - puxei a carta que estava embaixo da almofada e entreguei nas mãos de Pedro, que não se moveu para pega-la.

        - Leila, já te disse que esse homem não existe pra mim! O que quer que ele disse ai, são palavras de um fantasma que apareceu algumas vezes nas nossas vidas, apenas pra nos assombrar! Ele deve estar em busca de dinheiro, ou talvez a esposa dele deve ter colocado ele pra rua e ele esta querendo um teto! Eu não quero saber dele, nem se ele quer nos ver! Eu não quero ve-lo! E ponto final.

Folhas de Outono. (Um romance lesbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora