Um dia com ela

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        Depois que sai do Café House, eu estava radiante! Camila voltou para o seu turno e eu entrei no carro, coloquei uma musica e segui meu caminho até em casa. Deixei de lado todas as rotulações de gênero, gosto e etc... eu apenas gostava daquela garota ela tinha o poder de fazer meus problemas diminuírem. 

        Quando eu cheguei em casa, Pedro estava na cozinha preparando um sanduíche. Eu cheguei animada, como eu disse antes, não sei esconder as coisas.

        - Nossa, parece que essa saída te vez muito bem Leila! - Disse Pedro passando manteiga em um pão, sem se virar para mim.

        - Eu só estou feliz, acho que agora minha maré de azar a de cessar! - disse parada na porta da cozinha, olhando meu irmão virado de costas pra mim.

        - Que bom mana! Ah! mais cuidado com as coisas que você deixa por ai, antes que eu as coloque fora. - Disse Pedro ainda virado de costas, mas agora apontando pra mesa sem me encarar. Segui com o olhar para o local que ele apontava, e lá estava a carta do nosso pai, que eu tinha escondido em baixo da almofada do sofá quando ele chegou. Com a mensagem da Camila eu até esqueci que tinha deixado lá. 

        Me dirigi até a mesa e peguei a carta, ela estava um pouco amassada.

        - Você leu, não é mesmo Pedro? - disse seria, encarando a nuca dele.

        - Eu li sim, não que eu me importe com o que ele tem a nos dizer, eu li por que me preocupo com você, com o que ele vai fazer a você. - agora ele se virou pra me encarar. - Eu me preocupo com as ilusões que ele pode por na sua cabeça Leila, apenas isso.

        - Mas Pedro, e se ele apenas quer as pazes? E se ele apenas quer nos ver, sinta a nossa falta?! Você não pensa nisso? - Eu tentava ver o lado do nosso pai, e se ele estava com saudades, apenas isso?!

        - Leila, esse homem nunca deu bola para nos! Esse homem nos deixou pra ir embora com outra esposa, e fomos criados pela nossa Tia, o que você espera dele agora depois que crescemos? - ele se apoiou com as duas mãos na pia, e me encarava preocupado.

        - Pedro, eu só saberei disso quando encontrar ele, cara a cara. Quer você ou não, essas respostas vão vir dele, apenas dele! - Eu fui até ele e o abracei. - Te amo muito, e sei que você só quer me proteger! Mas eu já sou uma moça adulta, e ta na hora de encarar as consequências!

        - Moça adulta? - ele sorriu. - Onde esta que eu não vi ela crescendo? Você sempre será a minha pequena bailarina!

...

        Estávamos no meio do inverno já, se passou alguns dias depois de ter ido ver Camila, conversávamos todos os dias, quando eu podia ia até o Café até o dia que recebi uma mensagem as sete horas da manhã:

        "Bom dia Cinderela! Vamos acordar! Hoje é meu dia de folga e eu quero passar ele todo com você, topa? Me encontra na praça da catedral as nove! Estou te esperando! O Sr. Rouffles mandou uma ronronada pra você <3"

        Abri um sorriso, e me levantei direto para o banho. Pedro já tinha saído de casa e deixado um café pronto para mim. Depois de me arrumar, e me vestir bem agasalhada, eu comi algo rápido, e sem saber se iria voltar cedo, deixei um bilhete para Pedro na geladeira. Tranquei a  porta e desci para o Hall. 

        O porteiro, me encarou quando eu passei, mas como eu estava de tão bom humor, devido aos poderes que a Camila tinha sobre mim, dei um bom dia e um sorriso para ele. Que teve como reação voltar a olhar o Jornal em cima do balcão sem me responder. Eu sorri, pois era exatamente o que eu esperava. O dia estava ensolarado, porem muito frio. A praça da catedral era a mesma praça onde Bruno pediu Gabriel em casamento, onde Rafael tinha se casado com Yara. Estava sem o meu carro, e como era um pouco longe peguei um ônibus.

Folhas de Outono. (Um romance lesbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora