Rose Chamarlét
2008. Paris, França
Jules estava assinando com uma equipe e iria disputar a Fórmula 3. Todos estavam orgulhosos de Jules, que sua felicidade era tanta que veio com Charles para Paris, assinar o contrato em êxtase, depois da notícia vinda de Nicolas Todt. Como Charles não poderia ir a reunião, chamei o monegasco para ficar aqui em casa comigo, e depois iríamos ver o circuito onde ele iria correr naquele fim de semana.
— Vamos almoçar ? – pergunto, levantando do sofá após dar pausa no videogame. Charles fez careta abrindo um sorrisinho, após escutar a palavra “ almoço”
— Apenas mais uma partida, por favor, Rose Vie? – pede olhando-me com aqueles olhos de cachorro caído da mudança, fazendo-me bufar ao sentir as malditas borboletas no estômago.
— Não! Vamos comer e depois, mamãe disse que nos levaria com ela para a clínica mais tarde quando quiser almoçar – Falei vendo ele pular do sofá, e ir comigo até a cozinha, tentando irritar-me puxando meu cabelo e me abraçando o caminho todo.
Almoçamos vendo o jogo do AS. Mônaco, e Charles vibrava do meu lado. Se tinha algo que Leclerc amava na mesma medida que Fórmula 1, era o futebol. Simplesmente um torcedor vigoroso do AS Mônaco.
No meu caso, sou do contra e torço para a Juventus da Itália. E ele ainda ficava bravo quando lembrava-o disso.
Margareth, nossa diarista estava lavando a louça quando saímos da cozinha após o jogo. Escovamos os dentes e voltamos para a sala para terminar nossa partida de videogame acirrada, já que Charles era péssimo perdedor, e não aceitava perder.
No horário de almoço da minha mãe, ela nos deixou no circuito onde Charles iria correr, e ficamos ali com Jules, que chegou pouco tempo depois, com Nicolas.
Até corri um pouco, apesar de não ser muito a minha praia, gostava mais da contextualização da corrida do que correr em si. Achava interessante ver como acontecia uma vitória, uma ultrapassada e vários outros fatores importantes do Automobilismo.
[ . . . ]
Jules roncava ao meu lado enquanto Charles ouvia música, e eu estudava para minha prova de francês da próxima semana.
O nosso voo já iria pousar em Mônaco, Tio Harvé buscaria nos no aeroporto como o combinado com minha mãe.
Terminei de estudar e fiquei escutando música com Charles que adorava escutar muito hit da Disney, o que era bem engraçado, de fato.
Faltava apenas alguns minutos para pousarmos, acordei Jules e coloquei o cinto.
Após algum tempo, desembarcamos e fiz Jules levar minha mala, já que não aguentava uma mala sequer pelo cansaço.
Avistamos tio Harvé, Charles correu até o pai. Animado, abraçando-o forte. Arthur, estava ali com seu cabelo loiro chamativo esperando para o irmão o abraçar. A expressão contentei ao ver o Leclerc mais velho foi fofo de admirar no pequeno Arthur.
— E ai, Arthur? – Toquei o cabelo de Arthur que sorriu envergonhado.
— Salut, Rose! – Fala, sorrindo, fofo. Jules bagunça o cabelo de Arthur que resmunga fazendo todos rirem do pequeno monegasco.
— Salut, Tio Harvé! – Abracei-o forte com ele rindo.
— Salut, Rose Vie. Está ainda mais bonita – Sorri envergonhada fazendo meu tio rir, bagunçando meu cabelo loiro queimado pelo sol.
— Merci, Tio – E dei espaço para Jules, ainda envergonhada pelo elogio.
Minutos depois, briguei com Jules que não queria levar minha mala de pirraça, e Charles levou após ver que nem seu amigo e nem eu iríamos dar o braço a torcer. Nosso apaziguador.
— Vamos, deixa que eu levo – Fala, tranquilamente, pegando minhas malas. Tio Harvé sorriu indo com Arthur e Jules na frente.
Charles arrastou sua mala e a minha, tranquilamente enquanto falava da sua próxima corrida para o próximo fim de semana.
— Vai dar tudo certo, Marc – Falei, confiante para Charles que concorda, sorrindo fraco.
— Sei que sim – Fala suave, agora mais confiante. Saímos na rua avistamos o carro de tio Harvé um pouco mais a frente. – Você vai ir assistir?
Seu rosto estava corado e parecia meio sem graça pela pergunta.
— E porque eu não iria te ver correr? – pergunto, risonha e envergonhada. Gostava de ver Charles correndo.
Charles sorriu corado.
— Você me trás sorte, preciso ter certeza de que vai estar lá! – Dei um riso tímido. Charles beijou minha bochecha e fomos até seu pai.
Meu rosto estava em chamas e meu estômago parecia querer sair pelo umbigo.
Eu sabia o que era. E não gostava da sensação.
Charles é meu amigo.
[ . . . ]
Lorenzo, irmão mais velho de Charles, estava conversando com Jules. Arthur estava no colo de tia Pascale que prestava a atenção na pista, compenetrada em ver o carro do filho.
Charles estava em terceiro. Seu desempenho estava bom, mas, sabia que ele queria vencer, então tinha de fazer melhor que aquilo.
E de fato, ele fez.
Jules ensinou muitas coisas para Charles. Ter colocação era muito bom, mas, vencer era melhor que tudo.Ele me dizia o mesmo sempre que perguntava sobre qual a sensação de vencer.
Os olhos de Jules brilhavam antes dele descrever tudo que fez até a vitória.
Charles tinha a mesma característica do seu treinador. Ambos seriam o futuro do automobilismo, sabia disso.
— Quer pipoca, Rose? – Pascale, pergunta atenciosa.
— Sim, tia. Obrigada! – E peguei um bocadinho em minha mão. Jules me passou seu refrigerante, enquanto sorria acariciando meus fios loiros.
Charles deu uma passada horizontal com precisão, ficando em primeiro. Faltava apenas duas voltas para o fim da corrida.
— Jules – chamei meu amigo que me olhou – Imagine, Charles e você correndo juntos na Ferrari?
Jules riu.
— Esse é um sonho nosso. Meu, seu e de Charles. Seria maravilhoso.
Os olhos dele brilharam e eu sorri abraçando ele de lado, voltando minha atenção para Leclerc que já dominava a segunda posição e caçava o primeiro lugar como um predador nato.
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Apologize | Leclerc
FanficRoselyn Chamarlet era uma garota de sorte, ou melhor, considerava-se de sorte. Tinha melhores amigos incríveis, que eram também sua família. Tinha tudo que poderia desejar. Mas tudo muda após um acidente fatal levar a morte de uma das pessoas mai...