18. Dix-huit ( Capítulo Especial )✓

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capítulo dedicado a um dos caras que me fez amar a F1, e admirar ainda mais o ser humano que ele foi.

   Jules Bianchi não foi só um piloto, ele foi um dos caras mais importantes para a categoria. Jules teve de morrer para pessoas darem valor a vida daqueles que correm ao buscar seus sonhos. Teve de morrer para muitos abrirem os olhos, e hoje, vários pilotos estão vivos por conta dele, até mesmo seu afilhado, Charles.

   Espero mesmo que isso seja refletivo para muitos, de que a morte é traiçoeira. Ela não tem tempo e nem a quem, só chega.

   
    Jules está descansando e sempre lembrado para aqueles que o amam.

  Forever Jules♥️

   E feliz aniversário, estrelinha♥️

 

Jules Lucien André Bianchi.

  
Mônaco, Monte-Carlo. Dezembro de 2013.

  Gargalhei vendo Rose cair de cara na água, com Charles indo junto com ela após tentar ajuda-la a levantar.

— Socorro, estou morrendo! – eu já chorava de rir, quando escutei Charles rindo ao puxar ela da água com seu drama.

—Amor, vem aqui – Charles puxava a pirralha, que ria sendo jogada sobre os ombros de Leclerc, este que sorria das brincadeiras da pentelha mais nova.

  Imaginar os dois juntos era bem fácil. Desde o dia que conhecemos Charles na pista de Kart,  não desgrudavam mais. Não que ela não fosse grudada comigo também, mas, Charles e Rose tinham uma ligação estranha e muito além de uma amizade.

Os sinais vieram assim que via os olhos da minha pequena brilhando ao olhar o pirralho de cabelo hair-flip e sorriso gentil. Com o passar do tempo, veio a vermelhidão e os pequenos gestos que ambos faziam quando estavam juntos.

Eram toques sem notar, sorrisos, corar apenas de estar próximo a pessoa, o nervosismo. Era tudo que notava assim que via Rose Vie e Marc juntos.

Saber que Charles foi o primeiro beijo, primeiro sexo, primeiro namorado e  assim por diante, deixou-me aliviado. Charles era um cara muito bom, e cuidava de Rose com todo o carinho e cuidado, mesmo a garota sendo explosiva as vezes. Charles era a calmaria de Rose e ela a bagunça que ele precisava.

Eu precisava que ela estivesse em boas mãos. Apenas por precaução.

Há meses venho sonhando incansavelmente com a sensação de estar morrendo. Sonhando com batidas e barulho de chuva, deixavam-me agoniado após acordar com o grito de Rose em meus pesadelos.

De alguma forma, sabia que não poderia proteger Rose sempre, e Charles era um cara que confiava minha vida a ele. Ele cuidaria bem de Rose caso algo ocorresse.

—Lucien, está tudo bem? – Rose pergunta sentando ao meu lado com Charles, este que abraça seus ombros, beijando seus cabelos. 

— Estou bem, Petit – Falei, bagunçando seus cabelos molhados com ela revirando os olhos.

  —Pare com essa mania, idiota – Charles riu beijando a bochecha de Roselyn.

—Querida, está nervosa demais – Brinca Leclerc fazendo-a rir empurrando nós dois.

—Eu amo vocês dois, babacas – E beija nossos rostos.

   Amava essa garota de todo o coração.

  Conheci Rose em um jantar que nossos pais deram ao comemorar uma parceria entre ambos nos negócios. Rose estava sentada com uma cara entediada e um vestido rose de fitas.

  Tive de me aproximar e quando vi, já tinha virado amigo da garota, e não nos separamos mais. Mesmo sendo mais velho, Rose era minha companhia, e sempre pensava além de sua idade.

  Do mesmo modo que ela era forte e destemida, ela tinha suas fraquezas. Os abandonos constantes dos pais, a falta de amigos, a personalidade oscilante e os acessos de tristeza eram constantes antes de nos tornarmos amigos.

  Rose estava em um caminho para a destruição quando entrei na vida da garotinha entediada. Ensinei ela a dirigir, a fazer contas de matemática super difíceis segundo ela, abracei ela quando a mesma estava triste ou feliz, dormi varias noites em sua casa após ela me ligar chorando por que sua mãe havia ido embora e outros vários momentos nos quais me fizeram ter certeza de que Rose é a minha alma perdida.

  Sempre tive a sensação de que estava faltando algo em minha vida, mas, este vazio foi embora assim que sentei ao lado dela a falamos por horas sobre coisas aleatórias das quais uma garotinha de nove anos não deveria saber tanto.
 
   Mas, Rose sempre foi inteligente.

  E eu amava minha pequena por sua inteligência, pelo seu apoio incondicional, pelo seu amor e compreensão, por ser minha melhor amiga e irmã.

  Eu a amava e faria de tudo apenas para vê-la feliz.

....

    “ Me prometa que vai ficar bem, Lucien “

  A voz de Rose dizia entre lágrimas e soluços, abraçando meu corpo desfalecido em seus braços enquanto ela gritava de dor.

  Sempre que tentava correr até ela, minha pequena parecia mais longe de mim, o desespero era enorme, até a exaustão me pegar.
 

  Cai de joelhos, gritando.

E o cenário mudou.


“ Sua missão está quase completa, Jules. Rose terá a dela em breve, serão muitas provações e ela terá de fazer isso sozinha, apenas ela “

“ Eu vou vê-la novamente?”

— “ Tudo depende dela “

E eu acordei, assustado, em plena madrugada, com o coração acelerado e pesado.

  Tinha algo errado.



 

     ☆ Jules Lucien André Bianchi ☆
           
     Sempre amado e lembrado, nosso garoto de ouro♡

   
   
  



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