14. Quatorze ✓

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" Amigos apenas dormem em camas separadas
E os amigos não me tratam como você trata
Bem, eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não vão me amar como você
Não, meus amigos não vão me amar como você

Nós não somos amigos
Nós poderíamos ser qualquer coisa, se nós tentassemos
Para manter esses segredos seguros
Ninguém ira descobrir
E se tudo der errado
Eles nunca saberão
O que nós passamos

Então eu poderia tomar o caminho de volta
Mas seus olhos vão me levar de volta pra casa
E se você me conhece, como eu te conheço
Você deveria me amar, você deveria saber " Friends • Ed Sheeran


   Rose Chamarlét


     Mônaco, Monte-Carlo



  Suspirei, respirando fundo sem tirar os olhos da tela do Macbook. O exame estava pronto.

  Apenas abri a caixa de mensagens, e clico no endereço de e-mail do hospital onde fazia tratamento para o câncer. Li cada palavra com atenção e cuidado. Meus olhos encheram de lágrimas a cada palavra escrita e lida com atenção.

  Solucei baixinho sentindo meu coração acelerado, era um sentimento indescritível.

Eu estava curada.

Engoli o choro, pegando o celular, ligando para Charles que estava na Áustria com a Ferrari. Ele deveria estar se preparando para suas atividades com a equipe.

   Ele atendeu no segundo toque.

— Oi, meu amor – Falei, sorrindo ainda muito emocionada. O embargo emocionado em minha voz não saia, por mais que eu estivesse com um enorme nó em minha garganta. 

— Oi, meu amor. Está tudo bem? – Pergunta, assustado, me fazendo rir boba. Eu estou brilhando de felicidade neste momento. Nada podia estragar isso.

—Eu estou curada. O exame saiu – Charles gritou animado na linha, me fazendo rir alto entre lágrimas.

    Eu estava curada. Livre do câncer.


Capri, Itália.



A mala estava jogada na cama do quarto de hotel, aberta e com algumas roupas de fora, já que Charles é péssimo em organização. Chegava ser um defeito nele.

Charles cantava alto no banheiro alguma música do Coldplay, fazendo-me rir baixinho pelo seu inglês falhado pelos gritos do monegasco.

  Hoje é aniversário de Arthur, e a alguns dias, foi o de Charles. Iríamos comemorar com um luau a beira mar, com toda a família reunida, e alguns amigos próximos.  Era bom para me desestressar dos últimos ajustes do casamento. Faltava apenas um mês, e estava morrendo de nervosismo e ansiedade pelos preparativos, e pelo dia tão esperado estar chegando.

   Terminei de colocar o vestido branco longo com uma fenda na perna. Era de alças e um decote “V” que deixava meus seios medianos bem volumosos. O cabelo solto, ele ainda batia na altura dos ombros e estava lindo. Uma maquiagem simples com meu anel da faculdade na mão junto do anel de noivado.

  — Charles, sai desse banheiro! – Gritei escutando ele começar a berrar a música, apenas para me provocar.

  Filho de uma mãe.

  Entrei no banheiro vendo ele terminando de colocar o Rolex de ouro. Estava com uma camisa social com detalhes praianos em azul, bermuda e um chinelo. O cabelo estava um verdadeiro furacão deixando ele ainda mais lindo. Um dos caras mais lindos do mundo, e apenas meu.

  — Você está uma verdadeira Deusa grega – Fala assim que coloca seus olhos em mim, me fazendo rir, abraçando ele por trás beijando suas costas.

— Você é tão bobo – E suspirei, sorrindo largo ainda sentindo o rosto corado. Charles virou-se, pegando meu rosto com suas mãos, beijando cada milímetro da minha pele do rosto, sussurrando o quanto ele me ama. 

  As borboletas em meu estômago foram a loucura.

  — Eu apenas te amo, noiva – Fala contra meus lábios, seus dedos em minha nuca — E nunca terei uma resposta do porque te amar tanto, com todas as forças que existem em mim. Sou simplesmente apaixonado por cada pedacinho seu, Roselyn.

E minha resposta era apenas sorrir, sendo a mulher mais feliz do mundo, beijando com todo amor que existia em mim, que pertencia apenas a ele. Apenas dele e somente dele.

...

  Assim  que pisamos na praia com Arthur, os parabéns começou a ser cantado, e logo depois o bolo e os agradecimentos de ambos os irmãos. E aí sim, puderam falar com os mais próximos, e curtir a noite.

  — Pascale, você está maravilhosa! – Elogiei assim que vi minha sogra. Ela riu, envergonhada.

—Olha quem fala, Rose. Coitado do meu filho hoje, vai morrer de ciúmes – Gargalhei abraçando ela. Eu amo tanto essa mulher. 

—Cunhadinha, está linda — Lorenzo elogia, beijando minha mão, comigo agradecendo. — Sabe onde está Arthur?

   Apontei para o mais novo dos Leclerc conversando com Charles no bar bebendo um drink.

  Lorenzo apenas nega puxando eu e a mãe até os dois Leclerc que notaram nossa aproximação.

— Mamãe, está ainda mais exuberante – Charles beija a testa da mãe após abraça-la puxando-me para um abraço por trás, cheirando meu cabelo. 

  — Obrigada meu bebê – Arthur riu da mãe elogiando o irmão, zombando, e a beijou na testa saindo para cumprimentar alguns convidados.

— Crescem tão rápido – Falei sorrindo ao ver Arthur sorrindo para uma garota morena de olhos claros, o garoto parecia quase babar. Charles riu.

— Arthur é terrível mas tenho tanto orgulho dele, do Enzo — Fala baixinho, acariciando minha cintura, beijando meu rosto várias vezes. — Papai tem orgulho de nós.

— Ele certamente têm. De todos vocês – Ele beija minha testa, sorrindo carinhosamente para mim.

— Vamos dançar, noiva? Treinar porque daqui algumas semanas somos nós. — Sussurra, arrumando meu cabelo.

— Aceito, noivo.

  A música que soava ao fundo me fez rir.

Friends” do Ed Sheeran. A música era a cara da nossa historia. Charles riu junto pela ironia do destino.

    “ Não somos, não, nós não somos amigos
Nem nunca fomos
Nós apenas tentamos manter esses segredos à luz
Mas se eles descobrirem, tudo vai dar errado?
E o céu sabe, ninguém quer isso “

Nossos movimentos eram suaves, os olhos conectados e guiados pela música e pelo que nós sentíamos um pelo outro. Minhas mãos estavam geladas e meu estômago estava gelado.

  Charles apoiou nossas testas, sorrindo carinhoso. Suas mãos em meu rosto, enquanto ainda dançávamos.

  “ Então eu poderia tomar o caminho de volta
Mas seus olhos vão me levar de volta pra casa
E se você me conhece, como eu te conheço
Você deve me amar, você deve saber

Amigos apenas dormem em camas separadas
E os amigos não me tratam como você trata
Bem, eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não vão me amar como você
Não, meus amigos não vão me amar como você “

  — Está me deixando corada – Falei, baixinho, sorrindo contra seus lábios rosados. Charles sorriu mais ainda, seus olhos verdes brilharam.

— Culpe a si mesma por me fazer amar você cada dia mais – E me beija, apaixonamente.

  
  “ Nós não somos amigos
Nós poderíamos ser qualquer coisa, se nós tentarmos
Para manter esses segredos seguros
Ninguém vai descobrir
Se tudo deu errado
Eles nunca saberão
O que nós passamos

Então eu poderia tomar o caminho de volta
Mas seus olhos vão me levar de volta pra casa
E se você me conhece, como eu te conheço
Você deve me amar, você deve saber “

  Nossos lábios estavam em total sincronia. Sua mão direita fazia carinho em meu rosto enquanto me beijava com carinho, paixão, luxúria.

   Eu o amava.

      “ Amigos apenas dormem em camas separadas
E os amigos não me tratam como você trata
Eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não me amam como você
Não, meus amigos não me amam como você

Mas, novamente
Se nós não somos amigos
Alguém pode te amar também
E, em seguida, novamente
Se nós não somos amigos
Não haverá nada que eu pudesse fazer

E é por isso que amigos devem dormir em camas separadas
E os amigos não devem me beijar como você me beija
E eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não me amam como você
Não, meus amigos não vão me amar como você
Oh, meus amigos nunca vão me amar como você”

   
  E terminamos nossa noite com nossos amigos, nosso afilhado, abraçados e sendo felizes como nunca antes.

E quando voltamos para o hotel, fizemos amor lentamente sob a luz da lua, nossos corpos banhados pela lua e o frio da varanda que não apagava o fogo da paixão que tinha ali. Nos apenas queríamos nos amar até o dia amanhecer, e acordar enroscados como fazíamos quase todos os dias juntos.

 




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