17. Dix-sept✓

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     Rose Chamarlét-Leclerc

  Dois meses depois

   Suspirei cansada ao sentar ao lado de Mattia, que sorriu tranquilo para mim. Charles havia acabado de cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.

   Estava morrendo de orgulho do meu garoto.

— Ele está deslumbrante nesta temporada — Mattia fala, batendo palmas empolgado. Concordei, abrindo um sorriso.

— Leclerc ainda vai dar muito orgulho a Ferrari, escute o que digo, Jules Bianchi dizia o mesmo — Falei ,sorrindo fraco ao citar meu melhor amigo. Orgulhosa.

  — Jules era um ótimo garoto e um piloto incrível, sinto tanto por vocês que eram próximos a ele — Mattia toca meu ombro em sinal de conforto.

  Dei um pequeno sorriso sem mostrar os dentes. A falta que Lucien fazia eram algo que nem mesmo o tempo curaria, era doloroso demais pensar que já havia passando-se seis anos sem Jules.

   —Obrigada pelo carinho— fiquei mexida com suas palavras — Vamos ver Charles ? -- Pergunto tentando fugir do assunto. Mattia concorda, e saímos da garagem.

Falar de Jules ainda doía. É uma ferida que nunca fecha.

   Os gritos da torcida e da equipe eram enormes, cheios de empolgação. Vi meu marido subindo no carro após tirar o equipamento, gritando animado. O rosto corado e marcado pelo capacete e pela balaclava. Um enorme sorriso habitava na face dele, quase que reluzente.

   Estava muito mais que orgulhosa.

  — E aí, Srª Leclerc — Grita Lana de longe, me fazendo rir, envergonhada, e fui abraçando minha melhor amiga com carinho.

— E aí, Hamilton. Cadê meu bebê? — Pergunto, me referindo a Lucca. Lana aponta para Lewis bem atrás dela com Lucca no colo, dando uma entrevista.

— O que você está fazendo aqui escondida? Charles está te procurando! — E aponta para Leclerc olhando tudo enquanto escutava algo de Javier. Sorri fraco me despedindo de Lana, e indo até Charles.

  Assim que nossos olhos se cruzaram, o sorriso dele ampliou-se ainda mais. Abracei meu marido com todo a força que tinha sendo puxada para seu colo, com Charles beijando-me com carinho.

  —Você estava maravilhoso -- Falei contra sua boca, sentindo seus dedos entre meus fios da nuca, e senti o arrepio em minha nuca — Estou mais que orgulhosa, Marc.

  Charles apenas suspirou, colocando-me no chão, beijando meus lábios enquanto suas mãos iam a minha nuca, acariciando o local com carinho.

— Obrigada por ser minha âncora, sem você nada disso estaria acontecendo — Fala beijando minha testa, olhando-me com seus olhos verdes penetrantes e cheios de brilho. — Obrigada por simplesmente existir e estar aqui.

— Obrigada por ser meu ponto de paz, eu amo você — Sorri abraçando ele forte.

  Orgulho não era o suficiente para expressar o que estou sentindo.

.....

— Lucca, quer um pirulito? — Pergunto, sentindo o pequeno abraçando meu pescoço.

— Lucca quer -- Sorri largo escutando ele falar na terceira pessoa. O que é relativamente normal, já que ele tem apenas um ano de idade.

  — Lucca ser meu amor -- Brinquei beijando sua bochecha corada.

  Ele riu fofo, beijando minha bochecha pegando o pirulito e colocando na boca, enquanto íamos para a área reservada encontrar Lana.

  Estava quase entrando no prédio principal do autódromo de Monza quando uma voz me chama. Uma que não escutava a muito tempo.

— Vejo que conseguiu o que queria, Roselyn — A voz de Charlotte faz-se presente, comigo virando para ver a garota.

  Charlotte é bem bonita e não nego o bom gosto de Charles para namoradas.

— Do que está ffaland? – Pergunto, confusa. Charlotte riu ironicamente.

—Acabar com meu namoro, com a minha vida.— Neguei rindo alto, apertando Lucca em meus braços. Ele não deveria estar nesta situação. Odeio pensar que estou fazendo o mesmo com ele, o que meus pais faziam comigo. Presenciar brigas.

  O local onde estávamos era estritamente reservado, não queria fazer Lucca passar por uma discussão destas, ele é apenas um bebê.

— Você é completamente maluca — falei incrédula, enquanto virava para ir embora sentindo suas unhas em meu ombro, gemi de dor — Está ficando maluca?

Charlotte nega, rindo venenosa.

— Você é uma vadia manipuladora e invejosa. Charles estava seguindo sua vida comigo quando você volta das cinzas com sua maldita doença. vadia  aproveitadora! — engoli em seco, meus olhos encheram de lágrimas. Charlotte não tem esse direito.

  Olhei Lucca esperando que ele me perdoasse pelo que faria. E em segundos, minha mão chocou-se com o rosto de Charlotte.

— Nunca mais aproxime-se de mim ou da minha família — Falei, tentando não gritar e assustar Lucca, que apenas olhava Charlotte com curiosidade — Suma de nossas vidas. Você é linda, sucedida, família boa. Não entendo como pode ser tão egoísta e mimada, seja mais humana. Nunca precisei mover um dedo para ter amor de alguém, e espero que tome isso como exemplo, porque é repugnante ver uma mulher linda fazendo papel de mal-amada.

  E sai dali com as mãos tremendo enquanto abraçava Lucca com cuidado.

  Não podia chorar.

  Ao encontrar Alana com Lewis, passei Lucca para Lewis, caindo no choro ao abraçar Alana. Minha melhor amiga não sabia o quê fazer além de me abraçar forte e dizer que tudo iria ficar bem, e no fundo esperava que ficasse.

  Paz é o que eu queria nestes tempos.

....

   Após contar tudo a Lana —, inclusive, segurar ela após seu surto de raiva, e brincar um pouco com Lucca, fui encontrar Charles para irmos embora. Estava esgotada emocionalmente e fisicamente, precisava de um pouco de paz.

Charles estava encostado no carro falando no telefone com atenção quando me notou abrindo um sorriso enorme na minha direção. Assim que me aproximei, Charles já tinha terminado sua ligação e guardou o seu celular, beijando-me com carinho assim que me teve em seus braços.

— Caramba, como eu senti sua falta — falei mordendo seus lábios fazendo-o rir.

— Não mais que eu — seus lábios pousaram sob os meus novamente, suas mãos passearam sobre meus ombros, parando a mão sobre o vergão que Siné havia deixado.— Que merda é essa, Rose?

  —Charlotte e eu tivemos um pequeno incidente — conto sem olhar em seus olhos. Charles grunhiu irritado. Não gostava de esconder as coisas de Charles. Sinceridade é nossa linguagem de amor e conforto. Não mentia para ele.

— Que merda, Roselyn. O que essa garota acha que está fazendo? – E começou a falar super irritado, os olhos verdes cheios de raiva, as mãos bagunçando os cabelos.

Demorei meia hora para acalma-lo, e leva-lo para o hotel enquanto explicava o que aconteceu, e mesmo assim ele ficou ainda mais bravo.

  Assim que chegamos ao quarto, Leclerc foi direto tomar banho, batendo a porta com força.

  Suspirei, sentando na cama, pensando em como acalma-lo. Sorrindo vitoriosa, retirando minha roupa enquanto ia para o banheiro. Dentro do cômodo, avistei meu marido tomando banho de chuveiro, a água caindo em suas costas nuas, os olhos verdes fechados e a expressão menos carregada.

  Entrei no box, abraçando-o por trás, beijando suas costas, escutando um suspiro.

— Falhei de novo, Rose -- Fala apertando-me sobre ele, após virar-se para me olhar.

  Peguei seu rosto com as duas mãos, beijando-o.

  Ele nunca falhava comigo.

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