11. Onze ✓

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" Eu preciso que você aguente firme
O paraíso é um lugar não muito longe
Todos nós sabemos que deveria ser eu a dizer
Que todos cometemos erros (todos cometemos erros)
Pegue minha mão e aguente firme
Me diga tudo que você precisa dizer
Porque eu sei como é ser alguém
Como é ser alguém que perde o rumo

Você está procurando por respostas em um lugar desconhecido
Você precisa da conexão, mas não consegue se aproximar (não consegue se aproximar)

Pintando estrelas no seu teto
Porque você queria poder sentir alguma coisa, sim, você
Você sabe que pode me chamar se precisar de alguém

Eu preciso que você aguente firme (aguente firme)
O paraíso é um lugar não muito longe (longe, pois é)
Nós sabemos que deveria ser eu a dizer
Que todos cometemos erros (todos cometemos erros)
Pegue minha mão e aguente firme (oh, oh, ooh-ooh)
Me diga tudo que você precisa dizer
Porque eu sei como é ser alguém
Como é ser alguém que perde o rumo " Hold On • Justin Bieber.

      Rose Chamarlét

   Um mês depois

Monte-Carlo, Mônaco.

   Era o Grande Prêmio de Mônaco. O sol quente refletia na pista, mas, nem isso parava as equipes que se preparavam para irem para a pista. Era uma das últimas corridas até a pausa de inverno, Charles poderia ficar em casa após mais um início de temporada conturbado.

  Alana está ao meu lado tomando um suco de morango observando a pista sendo preparada, barriga de oito meses, apenas uns dias para nove, era enorme. O pequeno Lucca Hamilton queria vir ao mundo logo, pelo que Lana dizia dos chutes do pequeno bebê.

Estava ansiosa para o nascimento do meu afilhado. Lana fazia questão de eu ser a madrinha, dizia confiar sua a vida e a do seu filho, a mim. E eu nunca saberia o que responder a isso.

   Lana é minha irmã da alma.

— Está bem, Rose? – A garota de olhos cristalinos pergunta, comigo sorrindo ao concordar.

— Ansiosa, falta pouco para a corrida – explico, sorrindo fraco. Lana concordou abrindo um sorriso enorme.

  — E meu namorado é pole – Mostrei o dedo para ela, que riu ajeitando meu lenço de flores na cabeça. Dei um sorriso agradecido.

— E o quê tem? Quem vai ganhar é meu noivo – Alana riu, revirando os olhos.

— Vamos ver, vamos ver – Fala, provocativa. Sorri, revirando os olhos para sua provocação. 

— De Rien — Resmungo, voltando minha atenção a pista vendo os pilotos dentro dos carros, indo cada um para a sua posição.

Charles era segundo no Grid de largada, parecia tranquilo.

  Ano passado foi um grande desastre sua corrida em sua cidade natal, e isso eu dizia ser maldição. Porque não é possível alguém ir bem em grande parte das pistas, e chegar na pista em que foi criado, ir mal.

Após os últimos ajustes, o sefety car em posição, e foi dada a largada. Hamilton e Leclerc lado a lado, antes mesmo de alcançarem a segunda curva. Leclerc pressionava o atual campeão do mundo, que não parecia estar feliz.

— Charles é um pé no saco – Lana fala, fazendo-me rir alto.

 
Charles era um futuro campeão. Jules estaria orgulhoso.

Mas, antes que pudéssemos ver o fim da corrida, Lana acabou por me dar um dos maiores susto que já tive.

Lucca viria ao mundo naquele instante.
 
   ....

Estava deitada na cama hospitalar vendo Felipe Massa entrar com um ramo de flores.

Abri um enorme sorriso.

— Rose, como está crescida! – Me abraça forte.

— Como vai, Fê? E as crianças? – Pergunto, gentilmente ao ver ele sentar na beira da cama após me entregar as flores – Amei as flores, muito obrigada mesmo.

   Felipe sorriu, satisfeito e aliviado.

  Sempre atencioso.

— Estão bem!– Fala com seu leve sotaque no inglês. – Charles saiu?

— Sim, foi tomar um café com Arthur e Enzo. O coitado está aqui desde a tarde de ontem quando fui internada – explico, sorrindo cansada. Felipe, concorda.

— Ele está cuidando bem de você, fico feliz – fala seriamente. Dei um riso – Soube da sua operação.

  — Sim, Alana já está em trabalho de parto, pelo que Charles disse. Lewis estava soltando fogos de artifício quando passou aqui – Falei, rindo fraquinho com Felipe.

— Fico feliz por Lewis e Lana e feliz por você – Peguei sua mão sorrindo fraco. – Você merece viver.

— Obrigada por todo o apoio, Felipe. É bom ter o apoio de você, Charles, Lana e etc. – Falei agradecida sentindo uma leve dor no peito. – E claro, ao anjinho de Lewis e Lana que vai poder me ajudar, nunca poderei agradecer a eles.

— Eles fazem por serem seus amigos e porque amam você, Rose. Todos amam você. O que Lana e Lewis estão fazendo é para poucos. Doar o cordão umbilical para salvar sua vida é um ato de amor. – Concordei, limpando o rosto. Estava chorando, e nem havia percebido. 

— Eles são maravilhosos. Um casal incrível e que merece ser feliz – Falei fraco. Minha garganta doía.

— Igualmente a você e Charles. Passaram por poucas e boas até darem-se conta de que se amam, e que podem ser felizes juntos depois de toda essa provação. Tenho certeza de que o amor de vocês apenas se fortaleceu.

  Sorri ao concordar com meu amigo.

— Ele tem sido maravilhoso. Sempre dedicado a mim, a me ajudar em tudo, a cuidar de mim com amor e carinho. Ele é simplesmente tudo que precisava – Suspirei ao pensar em meu amor por Charles e o quanto tem crescido – Eu o amo.

— O garoto te ama, ele carregaria o peso do mundo por você. – Felipe fala em tom de certeza total. E ele tem razão.

  Charles carregaria o mundo por mim. E eu carregaria o mundo por ele. Porque eu amo ele. Amo que chega a doer. Tínhamos uma história enorme, cheia de pedras no caminho, obstáculos que machucaram e deixaram lembranças. Mas, ao mesmo tempo que tinham coisas ruins, existiam as boas. Charles, um amor de infância que virou amor verdadeiro. Um amor real.

Nunca me perdoaria se algo magoasse ele por minha culpa. Tenho lutado incansavelmente por ele, por mim, Lana, meus tios e etc. E não podia fraquejar. Eu não iria fraquejar.

  — Felipe, quanto tempo cara – Charles estava no quarto, e nem notei por estar desligada do que acontecia.

Meu noivo começou uma conversa animada com o brasileiro e ficaram assim por longos minutos, até meu médico, Levoir, entrar na sala.

— O cordão chegou. O bebê da sua amiga nasceu, podemos te operar. – Abri um enorme sorriso, sentindo as lágrimas cansadas em meus olhos.

  Felipe acariciou meu cabelo após me soltar de um abraço forte. Sorri afetuosa, abraçando Charles, que chorava baixinho.

— Eu disse que tudo iria dar certo. – Falei fraco, beijando sua testa. Leclerc riu me beijando.

— Sempre sendo otimista e guerreira. Eu amo você, muito mesmo. — Fala acariciando minha bochecha direita com a ponta dos dedos.

  Abri um sorriso largo, apaixonada demais.

— Pode ter certeza, eu amo muito mais – Falei baixinho. Sua testa na minha, sua mão em minha nuca.

   Era a minha chance.

— vou pedir a sua preparação cirúrgica enquanto o cordão chega de helicóptero. Vamos a luta, Chamarlét. – O médico diz sorrindo. Agradeci ele quê saiu.

  Eu devia muito a Deus. Lana, Lewis, aos meus anjos. Eu era grata.

  Muito mais que grata.


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