10. Dix ✓

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  " Em uma outra vida, eu seria sua garota
Nós manteríamos todas as nossas promessas, seríamos nós contra o mundo
Em uma outra vida, eu faria você ficar
Assim eu não teria que dizer que você foi aquele que foi embora
Aquele que foi embora

Aquele
Aquele
Aquele
Aquele que foi embora

Todo esse dinheiro não pode me comprar uma máquina do tempo, não
Não posso te substituir com um milhão de anéis, não
Eu deveria ter te contado o que você significava para mim, uou
Porque agora eu pago o preço " Katy Perry • The one that got away

Charles Leclerc

Monte-Carlo, Mônaco.

—O que? – Questiona, alto, ainda assustado. Entramos na casa, com Maurice ainda em choque – O que ela tem?

Observei a sala onde cresci com Rose. A casa onde a beijei pela primeira vez, onde esperei ela para nossos encontros ou onde deitamos no tapete e ficamos rindo e criando planos para nós, um distante nós, naquela época.

Rose sempre dizia que queria casar na praia, fazia questão de implicar dizendo que preferia casar em um campo de flores vermelhas, apenas para irrita-la.

Meus olhos encheram de lágrimas ao pensar no sonho que tive com ela vestida de noiva, e no mesmo sonho, uma quebra de tempo, no mesmo sonho, de sua barriga grandinha, dos seus risos felizes por isso.

— Leucemia. Ela tem leucemia – Alana fala ao ver que não conseguia falar, estava preso demais a lembranças que aquela casa me trazia. 

   E eles continuam a falar, sem parar. E senti apenas as lembranças saindo sem direção em minha mente, e com isso, o pânico crescendo. 

O medo correndo em minas veias, podia perder o amor da minha vida. A mulher que sonhei ser mãe do meus filhos e ficar velha ao meu lado.

Porque conosco? Era uma pergunta que talvez nunca tivesse resposta.

  ...

Estava sentado ao lado da cama de Roselyn que assistia um filme no tablet, enquanto resolvia algumas coisas da corrida de domingo pelo celular.

— Amor? – Rose, chamou carinhosa. O rosto pálido, a cabeça enfeitada por um lenço com estampas de melancia que Arthur deu a ela, um dos vários que deu a ela quando veio ontem – Quero que você vá a corrida e vença.

Seus olhos castanho-esverdeado, brilhando para mim. Seu pequeno sorriso foi o suficiente para encher meu coração de amor. Eu a amava tanto. Tanto, que doía.

Sorri carinhosamente pegando sua mão e a beijando, apoiando meu rosto com delicadeza na mesma.

  — Faço tudo por você, Rose. – Falei, sorrindo largo. Rose abriu um sorriso amoroso e cansado.

— Por isso quero que vença. Prometo que vou me comportar aqui! – Fala baixinho, a voz ainda muito cansada pelos remédios incessantes.
   

Acariciei seu rosto, beijando sua boca suavemente. Rose riu contra minha boca, fazendo carinho em minha nuca. Seus dedos acariciando minha nuca, enquanto seu nariz passava em minha pele da bochecha, beijando o local várias vezes, me fazendo sorrir, tentando roubar beijos dela.

Um toque leve na porta nos fez sair dessa pequena bolha. A porta abriu e o médico entrou com Alana e Maurice.

Vi Rose olhar o pai com um misto de surpresa e magoa. Os olhos lindos da minha garota estavam cheios de lágrimas, cheios de mágoas.

Apertei sua mão fazendo-a me olhar sorrindo sem mostrar os dentes.

— Temos os resultados dos exames – O senhor Lávoir, oncologista de Roselyn, um especialista em casos de leucemia.

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