↘ 2015. Deux mille quinze✓

4.5K 331 31
                                    

" Dizemos que somos amigos, mas eu estou te olhando do outro lado da sala
Não faz sentido, porque estamos brigando por causa do que fazemos
E não tem como eu acabar ficando com você
Mas amigos não olham para amigos desse jeito
Amigos não olham para amigos desse jeito
...
Nem posso dizer se
Eu te amo ou te odeio mais
Você me viciou
E não sei dizer quem está marcando os pontos
...
Eu sei o que você quer dizer quando age assim
Mas você não sabe que está partindo meu coração
Disse que isso nunca iria acontecer
Então quase me beijou no escuro
Toda vez que conversamos, dói muito
Por que eu nem sei o que somos
Eu nem sei por onde começar
Mas eu posso interpretar o papel
...
Dizemos que somos amigos, mas eu estou te olhando do outro lado da sala
Não faz sentido, porque estamos brigando por causa do que fazemos
E não tem como eu acabar ficando com você
Mas amigos não olham para amigos desse jeito
Amigos não olham para amigos desse jeito
...
Amigos não olham para amigos desse jeito
Amigos não olham para amigos desse jeito
Mm, ei " That way • Tate McRae

Rose Chamarlét


Nice, França.



A manhã do dia vinte de julho de dois mil e quinze foi o dia escolhido para enterrar Jules. Um dos dias mais triste de toda a minha vida, o dia que sentia que tudo mudaria de rumo.



O vestido preto de mangas de renda me faziam aparecer pálida, ainda mais. Três exatos dias desde a morte de Jules. Meu cabelo preso por uma trança, e um corretivo abaixo da linha dos olhos para esconder a cara de choro, de quem só dormia duas horas por dia porque passava a madrugada chorando, debulhando-se em lágrimas.



Uma parada cardiorrespiratória induzida a falta dos aparelhos respiratórios. Foi uma madrugada horrível. E que jamais sairia da minha mente até o dia que eu morresse.



Charles estava sentando na varanda olhando o jardim da minha casa Estava calado desde a partida de Jules, e não havíamos conversado muito. Dormimos juntos todos os dias, ele me confortou como ninguém antes, me abraçou durante as cruzes, e permaneceu quando minha própria família virou-se contra mim. Meu pai estava em casa, mas, parecia que não ligava para as coisas que estavam acontecendo, nem para a filha dormindo medicada todos os dias.



Fui até ele, sentando ao seu lado, beijando sua bochecha. Charles tentou sorrir minimamente, mas, não chegou aos seus olhos incrivelmente verdes. Naquelas orbes lindas só haviam tristeza, sem mais o brilho que só ele tinha.



Seus olhos transmitiam a dor que sentia.



Jules era seu melhor amigo. Seu irmão. Padrinho.



Jules era um dos pilares de Charles.



- Está na hora -Falei baixinho, quase monossilábica, pegando sua mão fria. Charles concorda sem qualquer tipo de emoção, entrelaçando nossos dedos.



- Eu sei - Sua voz sai dolorosamente rouba, e sentia a frieza que ele tentava impor, mas, não dava certo. E nossos olhos cruzaram-se, e pude ver o quanto ele precisava de mim também.



Abracei Charles sendo puxada para seu colo, escutei seu suspiro contra minha pele. Senti as lágrimas presas em meus olhos, não podia chorar de novo. Não dava. Não tinha mais lágrimas que levassem a dor que estava sentindo neste momento. Não tinha nada no mundo que fizesse essa maldita dor parar.



Nada.



Seus braços rodearam minha cintura, e senti seus beijos em meu cabelo, e o molhado de suas lágrimas em minha pele, e suas palavras baixas pedindo que fosse apenas um pesadelo.

Apologize | LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora