43|breath

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breath(noun): the air inhaled and exhaled in respiration; respiration, especially as necessary to life.

                                              /CAPÍTULO 43/

Sem pensar em mais alguma coisa, dei um salto na cama. Atirei todos os cobertores para trás e corri o mais que pude para as portas francesas que me separavam do corredor da entrada. Choquei contra o corpo de Niall quando este não me deixou passar, fiz uma careta.

"Deixa-me passar." eu insisti. "Preciso de ir ter com ele."

Niall pousou as suas mãos nos meus ombros e puxou-me para trás, obrigando-me a encará-lo à medida dos seus braços.

"E tu vais vê-lo. Mas não nessas figuras." ele olhou-me de alto a baixo. "Toma um banho e veste-te decentemente. O Louis informou-me que apenas haverão visitas daqui a umas horas, neste momento estão a fazer-lhe mais exames e testes. Eles dizem que ele também precisa de descanso."

Deixei sair um suspiro de irritação e rolei os olhos. Odiava não puder ir ter com ele neste preciso momento, apenas queria correr para os braços fracos dele e beijar cada pedaço da sua cara. Mas de certa forma, Niall tinha razão. Não havia necessidade de me infiltrar no hospital mais cedo do que devia, posso correr o risco de ser expulsa novamente e é a última coisa que quero.

"Tudo bem." eu assenti e virei costas até à minha cama. "Obrigada."

Subitamente a ideia de que Niall não fazia ideia sobre o meu passado, nem de como as Irmãs eram importantes para mim percorreu a minha mente. Com certeza fora Olivia que dissera ao Niall para me trazer aqui quando adormeci no hospital. O facto de que bastantes pessoas já sabem que passei toda a minha vida neste lar atingiu-me como um soco no estômago. Será que eles me tratariam de forma diferente se não soubessem da verdade?

"Niall." eu respirei fundo virando-me novamente para ele. "Sobre o lar e as Irmãs--"

Fui interrompida pela voz suave dele:

"Não tens de dizer-me, Blue." ele pareceu sincero. "Apenas quanto te sentires preparada."

Agradeci-lhe com um sorriso e um olhar e abraçei-o por um segundo. De seguida virei costas e aproximei-me da minha cama.

Sentei-me nela e cruzei os tornozelos olhando para o teto. Com um pequeno sorriso de alívio, agradeci a todos os santos e deuses que tinha rezado. Agradeci por eles me concederem este desejo e pela rapidez do sucedido. Afinal havia alguém lá em cima a olhar para mim. Por momentos imaginei uma figura maternal, morena de olhos azuis a olhar para baixo, a acenar a sua mão para mim e a murmurar um "de nada" melodioso.

Foquei novamente a minha atenção em Niall que se sentou ao meu lado.

"Devias estar com a Millie." eu atirei descaradamente.

Ele arregalou os olhos e cruzou as sobrancelhas: "O quê?"

"Ela gosta de ti." eu assenti, dando ênfase à frase.

Não tinha a certeza se Niall sabia dessa informação, talvez tivesse a vaga ideia que esta nutria sentimentos por ele, mas é sempre bom ter a confirmação. Parte de mim gostava de sentir alguma coisa por ele, de corresponder os meus sentimentos e talvez formar um futuro com ele. Niall era um rapaz simples e simpático, a sua aura iluminava tudo o que era sítio. Era excelente para mim.

Mas outra parte não trocaria o Harry por nada, por mais problemas e desilusões que tenha com ele. Lembro-me da Irmã Mary me dizer que uma paixão é um simples fascínio que alguém sente no início da relação e o amor, é quando apanhamos a primeira e a segunda desilusão e temos de escolher entre ficar com essa pessoa para sempre e lidarmos com os seus defeitos ou simplesmente deixa-la para trás. Eu escolhi a primeira. É amor.

DARK JEANSOnde histórias criam vida. Descubra agora