24|skeptical

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skeptical(adjective): not convinced that something is true; doubtful

/CAPÍTULO 24/

A minha mente estava uma confusão. Havia imensas perguntas e realizações que teimavam em ocupar parte do meu cérebro. Como é que ele está aqui? Estará ele aleijado? O que será que os homens lhe fizeram? Como é que o Louis o conseguiu encontrar? Não havia resposta para nenhuma das minhas questões, pelo menos não agora e tenho um ligeiro pressentimento de que Harry não as responderá.

Uma das coisas que, também, estava a ocupar cinquenta porcento da minha mente era Niall. O rapaz loiro que pensei apenas sentir amizade por mim; acabou por se confessar e dizer os seus verdadeiro sentimentos por mim. Acho que ele não estava à espera de o fazer, pelo menos não agora, mas o calor do momento fez-lo admitir. Aquelas cinco palavras. As cinco palavras que sempre sonhei ouvir, que sonhei todas as noites. As cinco palavras que imaginei pronunciadas por um príncipe num cavalo branco. E agora que finalmente as ouvir - que ouvi alguém dizer que gostava de mim - não conseguia sentir a felicidade e a alegria que era suposto sentir.

Talvez o problema fosse de Niall. Não exatamente ele. Mas sim o facto de ter sido ele e não outra pessoa. Com os seus cabelos loiros e olhos azuis, o seu sorriso perfeito e a sua alegria de viver; como poderia eu não estar cativada por isso? Como poderia eu apenas ver este esbelto rapaz como um amigo? Talvez ele tenha razão; as pessoas apaixonam-se sempre pelas pessoas erradas. E se calhar eu fiz exatamente isso; comecei a desenvolver sentimentos por um rapaz que claramente não vai sentir o mesmo por mim.

Eu desejava puder retribuir as palavras que Niall me dissera. Gostava de puder dizer: Niall, eu gosto de ti. Mas eu não podia; não podia porque no sentia o mesmo. Sim, é verdade que eu gostava dele mas como um simples amigo. Porra, ele nem sabe do meu passado como pode desenvolver este tipo de sentimentos por mim? Talvez se ele soubesse apenas se afastasse de mim; tal como Zayn fez.

Eu estava no meio de algo, que infelizmente, não se resolvia sozinho. À minha frente estava Niall, o rapaz que acabara de abrir o seu coração para mim, que expressara todos os seus sentimentos e mostrou as suas inseguranças. Alguém divertido que sempre que me vê me abraça e me trata como se eu fosse uma princesa; um rapaz que claramente me apoiaria em qualquer das decisões. Alguém brilhante e reluzente. Este estava com uma expressão ansiosa e de certa forma esperançosa. Os seus olhos estava abertos e alertados enquanto mordia o seu lábio suavemente.

Ao meu lado estava Harry, o rapaz problemático com quem partilhei o meu primeiro beijo e desenvolvi sentimentos maiores do que mera curiosidade sobre o seu distúrbio. Alguém que tanto tem fases de bondade como de egoísmo e arrogância. Uma pessoa que me deixou com o coração nas mãos depois de ser arrancado dos meus braços à força e empurrado para uma carrinha escura. Harry estava com um careta zangada na cara; os seus olhos pareciam furar a cabeça de Niall de um lado ao outro; os seus lábios estavam pressionados juntos. Os seus braços estavam colados sobre o seu peito e as suas pernas estavam entreabertas, prontas para saltar em cima de alguém que aparecesse.

Eu já estive nesta posição antes; pelo menos já comparei estes dois rapazes antes e a minha decisão fora sempre escolher Harry. Talvez hoje não fosse excessão. Há um íman invisível que teima em puxar-me para ele, que não me deixa afastar nem deixar de pensar nele. Passei estas horas numa aflição total e agora que ele está aqui apenas quero junto a mim, abraçá-lo e sentir que ele está inteiro. Então eu fiz-lo, sem pensar duas vezes.

Os meus pés moveram-se sem o consentimento da minha mente e sem dar por isso estava a correr em direção a Harry. Ele parecia estar a uma distância maior do que parecia ou a minha ansiedade fez-lo parecer mais afastado. Assim que me senti suficientemente próxima choquei contra o seu corpo, alívio percorreu cada músculo, cada veia, cada pedaço do meu corpo. Os meus braços rodearam o seu pescoço com força, como se tivesse medo que o rapaz desaparecesse por entre os meus dedos.

DARK JEANSOnde histórias criam vida. Descubra agora