40|suicide

43K 3.1K 2.6K
                                    

suicide(noun): the intentional taking of one's own life; a person who intentionally takes his or her own life.

                                        /CAPÍTULO 40 - BLUE POV/

Adorava a sensação das suas mãos entrelaçadas nas minhas. As suas geladas faziam questão de se aquecer nas minhas quentes, os dedos pareciam coladas aos meus - trancados até - não permitindo que nada nos separasse. Pousei os meus pés descalços em cima dos dele, que por sua vez estavam revestidos das suas normais sapatilhas pretas. Coloquei-me em bicos de pés alcançando a sua cara facilmente. 

Harry começou a rodar-nos. Começou a dançar comigo. 

Uma das suas mãos estava atrás das minhas cklostas pressionando-me contra ele. Pousei a minha cabeça no seu ombro enquanto ele nos continuava a rodar, cantando uma pequena melodia ao meu ouvido. Respirei fundo inalando a sua colônia deliciosa e deixei que o seu cheiro se interiorizasse em mim. Adorava estar assim tão perto dele, permitia-me ouvir o bater do seu coração e ainda a sua respiração contra a minha pele. Permitia-me saber que ele estava vivo e aqui comigo. 

"Devias estar a ajudar-me." ele murmurou contra o meu ouvido parando de cantar.

Levantei a cabeça do seu ombro e olhei para ele com as minhas sobrancelhas levantadas; a sua expressão fácil mudou totalmente e por momentos tive medo que aquela pessoa não fosse, o meu, Harry. As olheiras tornaram-se bastante proeminentes, em questão de segundos, assim como a expressão de medo e desesepero. Os seus olhos estavam arregalados e com lágrimas a escorrer por eles; a sua boca estava entreaberta como se estivesse a tentar dizer-me alguma coisa mas não conseguia.

"O quê?" eu afastai-me um pouco dele, apertei a sua cara nas minhas mãos antes de falar. "Harry, estás bem?"

Finalmente ele conseguiu expulsar algumas palavras, ainda que com dificuldade:

"A-A-Ajuda-me." as suas palavras tornaram-se ináudiveis

Rapidamente saí de cima dos seus pés e tentei pegar na sua mão; arregalei os olhos assim que me apercebi que não o conseguia sentir. Comecei a mexer os meus braços freneticamente tentando abraçá-lo, tocá-lo, senti-lo. Soltei um grito ao vê-lo desaparecer à minha frente, ao vê-lo esvoaçar com a poeira do meu quarto circundando o quarto lentamente e escapando pela janela - mesmo que esta estivesse fechada. 

"Harry!" eu gritei o máximo que consegui. 

Levantei-me num solavanco e coloquei a mão no meu peito tentando parar a súbita tarquicardia que apareceu devido ao meu pesadelo. Retirei o sono dos meus olhos e olhei em volta, observando todas as raparigas do lar a dormir nas suas devidas camas; respirei fundo sabendo que não acordara nenhuma delas com o meu súbito grito. Puxei os meus joelhos até ao meu corpo e abraçei-me a eles, enterrando a minha cara lá.

Sentia saudades dele. Do beijo dele, do toque dele, do abraço dele. Sentia saudades do Harry mais do que nunca; e este sonho apenas veio comprovar todos os meus pressentimentos, algo estava mal com o Harry. Não o via há mais de uma semana; desde que as férias de Natal começaram decidi refugiar-me no lar, não só por ele, mas também para passar algum tempo com as irmãs. Sempre prometera visitá-las, e durante o ano escolar raramente o fiz. 

Soprei ar quente para as minhas mãos e esfreguei-as uma nas outras tentando aquecê-las com a fricção; estava um dia gélido de Inverno e nada me conseguia aquecer. Talvez porque falta qualquer coisa, algo que me consegue aquecer o coração em segundos e fazer com que esse calor percorra todas as minhas veias. Falta-me o Harry e agora que percebi que realmente o amo, não consigo pensar em outra coisa para além de estar com ele. 

DARK JEANSOnde histórias criam vida. Descubra agora