Capítulo 6 ─ Irís

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Oiiiee meus amores! Vocês estão bem? Tô atrasadinha uns minutinhos ou até mais. Mas não esqueci de vocês, hoje meu dia foi corrido.
Enfim, sei que não atingiram as cincos estrelinhas, mas conseguiram os cinco comentários. Obrigada amores!
Vou postar um capítulo hoje, mas na terça tem surpresinha pra vocês! Vamos para o capítulo?
Boa leitura xuxus. <3

[...]

O que posso fazer, para minha amiga super protetora? Essa pergunta martelava minha mente desde o começo da aula. Meu corpo está aqui, em plena sala de aula, mas minha mente estava em outro lugar. Pensando em minha amiga. Eu fui uma idiota, por isso ela sempre me defendia. Eu a deixei chateada, por que eu nunca me defendia como ela me defendia. Principalmente em relação ao Douglas. Aquele imbecil.

Será que ainda está chateada comigo?

O pensamento me faz me sentir um nada, de fato sou. Juliana desde sempre, esteve comigo aos melhores momentos aos piores momentos. Lembro-me como se fosse hoje quando Douglas, o garoto mais popular da escola veio me discriminar na frente de todo mundo, eu sabia, ou melhor suspeitava que ela tinha uma queda por ele, mas nunca comentou nada comigo. Como estava terrivelmente errada, ela sem hesitar me defendeu como nunca, mais uma vez. Fiquei emocionada, pela sua atitude.

Nunca, nunca mesmo, ninguém se importou comigo como ela, nem mesmo meu pai se importava comigo. Vivia bebendo, e sempre trazia uma mulher diferente a cada dia para casa. Confesso, sofro por ele todos os dias quando chega em casa bêbado. Desde que minha mãe morreu, fora assim. Não existia laços afetivos entre a gente, o que mal tinha dele era um "Oi". Nunca mais me chamou de filha, desde então.

Meu pai Roberto, sempre fora de demonstrar seus sentimentos, mas agora é como se nada atingisse a ele. Ele ergueu uma parede entorno de si depois que a mamãe se foi. Kira era sua alma gêmea. Ele vivia dizendo isso pra mamãe.

Uma vez, quando estávamos em luto por causa da minha mãe, o vi bebendo, quando lhe dei uma bronca quase me bateu. Fiquei com medo, desde aquele dia nunca mais dirigiu a palavra para mim, a não ser um "Oi".

Isso doía muito, tirava meu chão completamente, vendo a única pessoa que restou de sua família se afundando no fundo do poço. Mas o que podia fazer? Inúmeras vezes, procurei por ajuda, com esperança que ainda poderia resgata-lo, mas foi tudo em vão. Quando descobriu, que estava procurando ajuda, ficou uma fera e disse que não era para ninguém se meter em seus assuntos. Desde então, decidi deixá-lo viver sua vida, e ir viver a minha.

É a escolha dele, e eu não posso fazer nada. Só seguir em frente, com a esperança que um dia ele supere a perda do seu grande amor.

Realmente mamãe se foi, muito jovem. Era forte e muito guerreira, ao lembrar dela sinto meus olhos encherem de água. Quando ela morreu, era muito nova, sofri muito, e acredite ainda sofro. Sempre, fui muito apegada a minha mãe, minha melhor amiga.

No começo, foi difícil não a ver todos os dias. Eu contava tudo para Kira, minha mãe. Tínhamos um laço tão forte, que não sei descrever. Entrei em depressão, não podia ver uma mãe com um filho, chorava feito um bebê. E o que era pior era ver meu pai bebendo, só piorou tudo.

Me sentia só, impotente e desprotegida. Na época eu e Juliana não éramos melhores amigas como somos hoje, foi a partir daí, que ela me apoiava. E ficamos inseparáveis. Ela às vezes dormia comigo, ficávamos assistindo series, animes e filmes de comédia romântica. E quando eu acordava chorando no meio da madrugada, era ela que me acolhia e me abraçava.

Jú foi meu alicerce, minha irmã, e meu porto seguro quando eu estava em meio a toda essa tempestade. Foi um momento de nossas vidas, muito complicado. Por que eu vi nos seus olhos castanhos escuros o quanto estava preocupada e o quanto me amava. Jú é minha melhor amiga, sempre foi, e sempre vai ser. Por que independe das circunstâncias nós sempre ficávamos unidas e nos preocupava uma com a outra.

Ouço o sinal tocar, tirando-me dos meus pensamentos, pego minha mochila aliás nem ao menos tirei os matérias da bolsa.

Sigo em direção à porta e alguém segura meu braço, fico tensa. Será que é o Douglas?

Viro-me e me deparo com um par de olhos castanhos da cor de mel, os mais lindos que já vi olhando-me. O que tem de errado comigo? Sempre que o vejo, sinto meu coração palpitar. É frustrante isso.

─ Você está bem? ─ Cássio me pergunta franzindo as sobrancelhas.

─ Sim, por que não estaria? ─ Pergunto já nervosa por ele está tão perto.

Irís, pelo amor de Deus se controle. Você mal o conhece. Não fique toda animadinha. Ralho comigo mesma em pensamento. Ele vendo meu desconforto solta meu braço.

─ Não parece Irís, você estava no mundo da lua na sala de aula. ─ Explica passando as mãos no seu cabelo perfeito. Acho que isso é um tique nervoso.

─ Entendo, são só algumas coisas que tenho que resolver. ─ Digo meio sem graça. Dou um aceno e sigo meu caminho.

Para de ser grossa com o menino Irís. Falo pra mim mesma em pensamento. Mas o nervosismo não está me deixando pensar. Desvio desse meu pensamento e foco no agora.

Falta pouco para irmos embora, vou ao pátio, mas nada de Juliana.

─ Irís se quiser, eu posso ajudar. ─ Disse Cássio parecendo do nada, bem ao meu lado. Além de lindo, é super gentil.

Tem como não suspirar por esse garoto? Pergunto para mim mesma.

─ Tudo bem, vamos encontrar minha amiga encrenca! ─ Digo rindo da cena que a Jú fez com o Cássio. Ele sorri também com a lembrança.

Nos dois vagamos quase pela escola inteira, mas nada da minha amiga marrenta. Estava começando a ficar preocupada. Será que ela foi embora?

Voltamos para as últimas aulas, Cássio e eu conversamos um pouco mais, mas não o suficiente para nos conhecermos melhor.

Assim que terminou a última aula, voltaria para o meu pesadelo. O sinal tocou e eu nem ao menos dei ao luxo de dizer tchau para meu mais novo amigo, se é que somos realmente. Ou seremos amigos um dia. Estava nervosa por sua presença marcante e preocupada com minha amiga. Ou seja, não consegui pensar direito. Com certeza ia falar coisas que não deveria.

Quando chegava a hora de ir para minha própria casa, ficava pensativa e nervosa.

No caminho, foi relaxante e por um minuto fantasiei a ideia que minha mãe estivesse em casa, preparando meu prato preferido, lasanha. Quando dou conta, sinto minhas bochechas quentes e sinto lágrimas quentes rolarem pelo meu rosto.

Você faz tanta falta, Kira. Muita. Penso melancólica. E cheia de saudade. Não pensem que não aproveitei o tempo com minha mãe, eremos tão grudadas uma na outra. A gente fazia tudo juntas.

Minha mãe era filha única. Minha avó Genevieve e meu avô Caleb, eram pessoas reservadas, e quando estavam ainda namorando não queriam ter uma família tão cedo, e quando vovó engravidou não foi nada planejado. Meu avô Caleb se casou meio que obrigado, ou seja, a vida de mamãe não foi um mar de rosa.

Por isso ela era tão apegada comigo e com papai. Ela fazia questão de me dizer a história da família, de como viveu, e que não queria cometer os mesmos erros dos pais. Meus avós ainda são vivos e moram em São Paulo, só que quando mamãe e papai se casaram se mudaram para Minas Gerais, e não tivemos mais contatos por motivos óbvios. Meus avós eram contra o casamento deles, e nem sabem da minha existência se duvidar. Mas tenho curiosidade de conhecê-los. Mesmo sabendo que não são boas pessoas. Minha mãe sofreu nas mãos deles, até completar os dezoitos anos. Desvio dos meus pensamentos já me deixando triste de novo.

Chego em casa, é uma residência simples e aconchegante, tudo tem o toque de mamãe, ela que escolheu a casa. Não somos ricos e nem pobres, digo meu pai. Quem são ricos mesmo são meus avós maternos, o que tínhamos era uma boa condição.

Peguei as chaves de minha bolsa, destranquei o portão e entrei. Mas, o que mais me assustou mesmo, foi ver uma figura pálida caída no chão com várias garrafas de cervejas e conhaques no chão. Foi como se meu pior pesadelo estivesse tornando realidade.

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