Capítulo 7 ─ Cássio

26 4 6
                                    

Oiiie meus lindos! Capítulo prontinho pra vocês. Hoje tem surpresaaaa! Daqui a pouco vocês vão ver. Haha. Um beijo e boa leitura. <3

[...]

Caracas, nunca conheci uma garota tão problemática quanto à Irís. Ela precisa de ajuda, mas não dar o braço a torcer.

Sei que geralmente as pessoas que sofrem bullying o primeiro ato de defesa é não contar para ninguém. Foi o mesmo com Gregory, eu só fui descobrir depois que presenciei uma cena que nem gosto de lembrar, depois ele se abriu comigo e me contou o que estava acontecendo. Mas estava bem óbvio que Irís não contou para ninguém, sua amiga provavelmente presenciou alguma cena.

Tem gente ainda que pensa que bullying não é sério, mas é sim. Causa danos físicos e psicológicos às vítimas. Será que a diretora Vera sabia do que estava acontecendo?

Tenho que ajudar Irís, mas como? Penso frustrado.

Meu primeiro dia de aula, passou voando. E em nesse curto período conversei com Irís. Mas, assim que acabou a aula simplesmente foi embora sem um aceno ou um tchau. Realmente mulheres, são difíceis de entender. Irís é complexa, não consigo entendê-la.

Agora, estou com meus fones de ouvidos, ouvindo uma música lenta, promete de Ana Vilela, a música que me faz lembrar de minha infância. Estou a caminho de casa. Quando nos mudamos para Minas Gerais, minha mãe conseguiu de última hora uma mansão. Mas o que influenciou mesmo foi o sobrenome Albuquerque que ainda carregava, pois os papeis do divórcio ainda estava em andamento.

Quando chego ao portão principal do condomínio, dou boa tarde para o porteiro e ele libera minha entrada. Ando mais uns quinze minutos até chegar à mansão aonde estamos morando por enquanto, assim que alcanço a porta principal, meu coração quase sai pela boca, há três carros pretos, e mais de cinco seguranças de pé perto da porta principal.

O que ele faz aqui? ─ Pergunto para mim mesmo com a respiração entre cortada.

Corro em direção as portas duplas, e automaticamente abre e vou como um predador pronto para atacar, em direção à porta. Mas, os malditos dos seguranças, entram no caminho, fazendo uma barreira para eu não passar.

─ Saíam da minha frente! ─ Gritei feito um louco, estava com os punhos cerrados.

─ Que gritaria é essa aqui? ─ Saiu minha mãe da casa irritada pelo barulho, mas quando me viu seus lindos olhos azuis se arregalaram. Logo após um homem alto, cujo a mesma aparência que a minha saiu, me fuzilando com seus olhos castanhos claros.

Merda. Sabia, que era o meu pai. Estava vestindo um terno prata e uma gravata cinza. E seus sapatos sociais italianos. Seus cabelos quase loiros estavam perto dos ombros impecável como sempre.

─ O que você está fazendo aqui? ─ Perguntei com arrogância tentando manter as aparências.

Fez o que fez e ainda vem na nossa casa? Pergunto pra mim mesmo frustrado e possesso de raiva.

─ Cássio Albuquerque, respeite o seu pai! ─ Minha mãe falou com autoridade.

O que me fez ficar com mais raiva. Fuzilei ela com os olhos em chamas, passei por ela sem dizer uma palavra. E nem me dei o luxo de olhar mais para os olhos do meu pai, Heitor. Raiva, sinto simplesmente raiva agora. Entro na casa, subo as escadas em forma de S, vou direto para meu quarto.

Entrei, tudo estava em seu devido lugar. Eu sei que a maioria dos garotos, são desorganizados, mas eu não.

Mas, agora não me importo tiro meus ténis e chuto eles para longe. Caio na cama, de qualquer jeito. Tenho uma vontade imensa de chorar, e quebrar tudo, mas não, isso só mostraria que sou fraco. Não que não seja, mas meu Pai não merece nenhuma lágrima minha.

Cara eu amo o meu pai, mas o que ele fez não tem perdão. Ou tem? Que tipo de homem, faz isso com a família?

E minha mãe ainda o defendi, é o fim mesmo. E antes que eu perceba, estou como uma bola na cama, e sinto o travesseiro úmido, passo uma das mãos no rosto, e me dou conta que estou chorando. É coisa de gay mesmo. Digo sorrindo para mim mesmo. Sinto uma necessidade de me abrir com alguém. Pego meu celular, e disco o número de Gregory. Ele atendeu no terceiro toque.

─ Fala ai, Brother! ─ Fala com entusiasmo.

─ E aí, Brother. Como você está? ─ Pergunto com a voz abatida, ao escutar minha voz, ele começa a rir.

─ Não me diga, que o bebê da mamãe está apaixonado? ─ Disse entre gargalhadas altas. Idiota. Começo a rir também. Meio forçado. Mas sorrio.

Gregory é como se fosse meu irmão caçula, de fato é. Sempre me chamou de bebê da mamãe, quando disse isso pela primeira vez, quis dar um soco bem na cara sínica do meu melhor amigo. Mas, ele falando isso agora, não ligo. Gregory Fernandes, é muito diferente de mim, extrovertido e quase não se importa com nada, mas quando está bravo saia de perto.

─ Bebê está aí? ─ Diz entre risos, sabendo que estou puto da vida por me chamar assim.

─ Não é isso Gregory, é meu pai. Acredita que o filho da mãe veio aqui? ─ Digo frustrado.

─ Relaxa mano, ele é seu pai. ─ Diz com a voz firme, como se estivesse pedindo para eu segurar à barra.

─ Eu sei. Mas tudo ainda é recente, não consigo esquecer. ─ Resmungo contra minha vontade.

─ Cássio nem foi com você mano. Sei que te afetou, mas não deixa isso afetar sua relação com seu pai. ─ Falou sério, sem traços de humor em sua voz.

─ Mesmo assim não consigo esquecer. ─ Digo só pra não dar o braço a torcer.

─ Cara, agora é só com você. Eu vou lá encontrar uma mina. Qualquer coisa me ligue parça! ─ Disse todo animado.

Esse meu amigo tem sérios problemas com o humor. Penso rindo. Achando engraçado.

─ Vai lá garanhão.

─ Até bebê da mamãe. ─ Diz sorrindo e desliga.

Babaca, preferiu uma garota do que eu, mas não julgo, faria o mesmo, sinto saudades desse palhaço. Deixo o celular na mesinha e ajeito o travesseiro debaixo da minha cabeça, fecho os olhos. E vejo perfeitamente os olhos verdes profundos e intensos de Irís. E caio no sono.

|Os dias das postagens; terça, sexta e domingo. Vote e comente. Me segue no Instagram ➵ @autorasousa_ beijinhos.|

EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora