Capítulo 10 ─ Irís

25 3 6
                                    

Oieee meus amores! Aqui está o capítulo de domingo! Vejo vocês agora só na terça-feira.
Um beijinho. E boa leitura xuxus. <3

[...]

Deixei o celular encima do sofá e fiquei aguardando Jú. Avistei uma cabeleira loira descendo as escadas apressada. Ela desceu o último degrau e veio até aonde estava. Juliana me olhava, com entusiasmo estampado no rosto. Seus olhos castanhos brilhavam, posso apostar aí tem coisa.

─ Oi. ─ Digo sem graça.

─ Oi Irís, como você está amiga? ─ Pergunta e se senta ao meu lado se jogando. Estranho. Conhecendo a Juliana como conheço está aprontando. Depois do último episódio ela estaria agora me dando uma bronca, por não me defender.

─ O que você está aprontando Jú? ─ Pergunto desconfiada e olho de relance pra ela.

Juliana está com uma blusinha folgada, calça moletom e seus cabelos loiros estão em um rabo de cavalo meio desajeitado.

─ Nada boba. Me diz, o que aconteceu? Você ainda está com a roupa de mais cedo. ─ Jú murmura. E se senta virada pra mim. Me olha com aqueles olhos castanhos escuros, me encarando desconfiada.

─ Vim me desculpar pelo o que aconteceu hoje na escola. ─ Digo apressadamente, Jú me olha e me dar um sorriso fofo.

─ Eu que deveria me desculpar Irís. Sou muito explosiva às vezes. Isso você já sabe. Esquenta com isso não. ─ Diz com a voz baixa e desvia os olhos depois. Se joga mais no sofá toda largada. E fita o teto da sala.

─ O que aconteceu Jú? ─ Pergunto baixo. Já entendi que algo está incomodando minha amiga.

Juliana me olha com um olhar perdido, e sei que aconteceu alguma coisa.

─ Depois do que aconteceu no pátio, eu decidi e contei para a diretora sobre o bullying que o pessoal do terceiro ano estão fazendo. ─ Ela começa a falar, mas é como se eu não escutasse mais o que ela estava falando.

Juliana contou que eu sofro bullying. Continuo a olhando. Me sento reta no sofá, ficando quase sem ar. A Juliana falou isso, e nem me contou nada?

─ Você disse meu nome? ─ Foi só o que consegui perguntar. Continuo a olhando, e vejo que seus olhos castanhos escuros estão me observando cuidadosamente.

─ Claro que não!

Foi como se um peso tivesse saído de minhas costas. Eu ainda não consigo admitir pra mim mesma que sofro de bullying, como iria explicar isso logo para diretora? Ainda bem que Jú não citou meu nome. Mas o que ela fez não me agradou em nada. A encaro por longos segundos, com uma das minhas sobrancelhas arqueadas.

─ Nem me olhe assim. Você queria que eu fizesse o quê? Isso já tem anos Irís. Estou cansada de ver você sofrer, e pode ter outras vítimas lá na escola. Você nunca parou para pensar nisso? ─ Ju fala tão rápido.

Sei que isso a afeta, vi como ela ficou no pátio. Não posso ser ingrata com minha amiga. Ela deveria ter ido sim me comunicar o que estava pensando em fazer, mas sei que ela está só querendo meu bem, e sei que ela tem razão. Pode ter outras vítimas. Eu estava tão fora de mim, sabia o que acontecia, mas nunca admitia nem para mim mesma e nem para minha amiga. E nunca fiz nada para poder ter voz e falar de uma vez por todas, todos os constrangimentos que passei naquela escola.

─ Você tem razão.

─ Eu tenho? Mas em que parte Irís?

─ Em tudo Jú. Você está certa em contar para diretora o que estava acontecendo. Eu que fui fraca e não contei antes. ─ Digo e coloco minhas mãos no meu rosto, frustrada.

EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora