Capítulo 8 ─ Irís

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SURPRESAAAAAAAA !!!
Isso mesmo, essa é a surpresa. Vocês foram bonzinhos comigo. Olha eu aqui pela segunda vez do dia.
É puxado escrever dois capítulos mas por vocês não me importo. Vocês querem que eu lance dois capítulos em um dos três dias das postagens? Mas tem que atingir as metas de estrelinhas e comentários. Então! Vocês que decidi. Vejo vocês na sexta-feira. Bora para o capítulo?
Boa leitura xuxus <3

[...]

O que houve? Corro em direção à figura pálida no chão, e vejo que é meu pai. Suas roupas estão sujas, e com um odor terrível de bebida. Por um breve momento, pensei que o tinha perdido assim como perdi minha mãe.

Me ajoelhei ao lado dele, meu pai Roberto ainda de olhos fechados, gemia e sussurrava baixinho. Me contive para não derramar em minhas lágrimas. E essa necessidade louca, de ajudá-lo veio em tona.

─ O que você acha que está fazendo? ─ Pergunto em um tom firme, ficando de pé. Ele abriu seus olhos verdes, idênticos aos meus e me fuzilou com um olhar atrevido.

─ E nem se atreva a me olhar assim! ─ Digo com firmeza. Meu pai se levou bruscamente e me encarou de volta, como se me desafiasse.

─ Que merda, você está pensando que é para falar assim comigo? ─ Perguntou cuspindo em meu rosto. Me afastei um pouco, mas ele me impediu.

─ A merda aqui é sua filha, não se lembra? ─ Perguntei quase sem voz.

─ Sim eu sei Irís. Vou terminar de beber então não me atrapalhe. ─ Diz mudando de assunto.

─ Posso morar com tia Rebeca? ─ Pergunto baixinho. Seus olhos verdes se arregalaram em susto por causa da minha pergunta.

─ Estou cansada de viver assim, não suporto mais. ─ Digo com a voz entre cortada. E sinto lágrimas se formarem em meus olhos.

Meu pai Roberto, me olhou com um olhar frio, chegou perto suficiente de mim e antes que eu pudesse reagir me deu um tapa no meu rosto que chego a estremecer. Sinto as lágrimas quentes no meu rosto.

Olho para ele furiosa, meu rosto está fervendo de raiva. Eu aguentei a viver assim desde quando mamãe morreu. Não tenho um pai presente 100% e sempre relevei isso. Sou paciente, e uma boa filha. Estou no meu limite. E ele me retribui com isso? Estou igual um furacão, pronta para explodir.

─ Quer saber, quero mais que se afogue na bebida. ─ Cuspi as palavras para ele. Meu pai, ou melhor Roberto me olhava com pavor, e o medo estava registado em seus olhos verdes.

Estava com os olhos meio embaçados por causa das lágrimas. Peguei minha mochila do chão, e voltei de onde vim, sai correndo apressada, vá que dar uma loucura nesse homem e ele queira me bater de novo.

O que eu aguentei de Roberto, nenhuma filha ia aguentar. Por que ele pensa que mereço esse tapa que ele me deu? Não entendo.

Abri o portão e sai fechando com força e vaguei por ali. As ruas estavam movimentas, e logo via um homem gritando meu nome, sabia que era ele. Mas, não fiz questão de virar a cabeça ou dar um aceno.

Acabou, a partir de hoje Roberto Oliveira não é mais meu pai. Eu sempre o ajudei, mesmo ele não querendo. Nunca vi meu pai com essa preocupação comigo desde que mamãe se foi. Ele sabe o quando sofri com a perda da minha mãe, mas nem por isso estou por aí fumando ou bebendo, isso não mudará nada que aconteceu. E por outro lado, minha Mãe não gostaria de um futuro desses para mim, e também penso que isso não vai me ajudar a superar.

Minha vida, não está como havia planejado ou melhor imaginado. Desde criança, sonhava em ir a Paris visitar a casa de Julieta, minha mãe e eu fazíamos planos para irmos ano que vem, quando completasse 18 anos. Tinha planejado fazer tanta coisa com mamãe. Eu sempre fui mais próxima dela. Balanço a cabeça em desaprovação, coitada de mim, mal sabia na época o que me guardava.

Realmente eu sonho demais, eu posso ter sofrido muito até aqui, mas do amor não vou desistir. Por enquanto. E logo me lembro de Cássio, começo a suspirar ao lembrar de seus lindos olhos, eu admiro aqueles olhos, e aquela boca?

Reprimo um sorriso, e desvio desses pensamentos. Mas, é verdade Cássio é o sonho de qualquer garota. Mas isso é para pensar em outra hora.

Quando dou por mim, já estou a caminho da casa de Jú. Espero que ela esteja em casa, e não esteja tão brava comigo.

Dou uma risada ao lembrar da minha barraqueira. Tinha até me esquecido do ocorrido, e logo me vejo triste.

Eu espero que um dia, apenas algum dia meu pai, não Roberto supere tudo isso. Eu fiz tudo que estava no meu alcance. Será que estou sendo covarde em abandoná-lo?

Respiro fundo, e me aproximo mais perto do condomínio da minha amiga, o porteiro libera minha entrada, tem meu nome nas listas de visitas autorizadas. Caminho apressada por uns dez minutos até a mansão. Toco a campainha, e Sabrina abre a porta com um sorriso singelo no rosto.

Sabrina é uma senhora de 45 anos de idade, ela é governada da casa de Jú.

─ Irís você sumiu, entre querida!

─ Oi Tia. Correria sabe como é né?

Ela me abraça carinhosamente, e eu entro na mansão. Ela fecha a porta e me acompanha até a sala de estar. E me sento no sofá em formado de L cinza.

─ E os namoradinhos dona Irís?

Dou um sorriso sem graça. Totalmente surpresa. Sabrina é assim, quando ela quer perguntar algo é direta e engraçada, ela é muito querida. Quando tia Chole contratou Sabrina. Quando a vi pela primeira vez, viramos muito amigas. Ela vivia dizendo desde então que eu preciso de um namoradinho. Não se enganem Dona Sabrina adora uma fofoca e está sempre ligada nas novidades do condomínio. É uma figura.

─ Se a senhora soubesse. Mas isso é conversa pra outra hora. Cadê a Jú?

─ Vou chamar a Juju. Sente-se querida.

Aceno com a cabeça e ela se foi subindo as escadas perto da copa. Coloco a bolsa no sofá, e tiro meu celular, e fico com ele na mão. Olho as horas. E me lembro que nem cheguei a almoçar no colégio. Foi tão corrido que acabei esquecendo. Sento meio que deitando na costa do sofá e sinto minha cabeça começar a doer. Hoje tive fortes emoções.

Eu falei sério quando disse que queria morar com a tia Rebeca. Ela é como minha segunda mãe, a gente se dar tão bem. Sinto saudade dela. Fecho os olhos passando os dedos na minha testa frustrada. Cadê a Jú? Está demorando. Só espero que não esteja ainda chateada.

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