[13] O VALE DE OSSOS.

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— O que é isso?

Yorassa dispôs-se a frente do monólito.

— Milhares de eras desde os céus, milhares de conhecimentos, direcionamentos, declarações e inscritos gravados por nações humanas, emanações divinas e a sede por conhecimento não foram capazes de decifrar essa inscrição. Acredita-se ser indecifrável se mesmo as castas mais elevadas do Senhor não sabem de seu segredo; quem, quando o que ou porque foi escrito, mas, vulgo sua presença em nosso reino, daremos a oportunidade para que o homem seja capaz de decifrar essa inscrição ancestral.

— Deseja que... decifremos isso? — Valentin ergueu uma sobrancelha em dúvida.

— Tens dois dias de homem — ela ameaçou virar-se de costas, mas Valentin pôs-se a frente.

— Isso é impossível.

— Melhor que estejas enganado... Sirus — ela o olhou de cima. — Ou certamente serão destruídos.

— Eu posso... — Taú manifestou-se por fim, páreo as inscrições cujo a linguagem sequer compreendia, mas que estivera exposto a séculos de conhecimentos do oculto a fim de ser tão sábio quanto Gertruida no que tange o espirito, o divino e o demoníaco. — Eu posso... tentar decifrar.

Yorassa olhou-o com cautela, mas acatou a possibilidade daquele ser ínfero decifrar o que mesmo os anjos não conseguiram.

— Acreditam nesse homem?

— Não duvidamos. Temos um acordo então; Encontraremos essa matriarca e a levaremos a justiça de Mjeer, além de tentar decifrar essa inscrição em dois dias de homem. Só então retomaremos a Agamir com segurança e com o que desejamos; informações.

— A palavra de Mjeer é a voz de Deus.

A divindade os deixou a meditar naquele imenso monastério. Taú caminhou até a inscrição e seus olhos ainda deformes contemplavam aquele que seria o maior desafio de sua vida. Talvez iniciar sua busca no que tinha em mente fosse um bom caminho; religiões antigas, adorações antigas, emanações antigas que pudessem ter vindo do mundo dos homens lhe servissem de alguma inspiração.

E, enquanto meditava, os outros partiram em seguida, rumando até a saída do Monastério da Arvore.

— Acredita que Mjeer cumprirá sua palavra? — ladeou Innamabel aos dois.

— Já estamos mortos, quais provações nos esperariam se desafiássemos a autoridade dessa soberana?

Innamabel ergueu uma sobrancelha.

— Não me parece temer tanto a morte quanto confessou a Silene naquele lago.

— Temo a morte, mas desafio a segunda chance de viver até onde meus pés possam tocar. A partir daí, caso não consiga... curvo-me e rendo-me.

— E estamos vivos até hoje. Isso significa que jamais isso aconteceu — Dália apoiou-se em seu ombro e expressou sua diversão quanto o guerreiro destemido que nunca havia prostrado-se nem esmorecido a voz mesmo diante de uma autoridade. — Então, por onde deveríamos começar a procurar?

Valentin parou e cruzou os braços, pensativo.

— Encontramos antes seus associados; quem a conhecia. Os inquerimos quanto seu comportamento, descobrimos com quem conversou por último e buscamos informações acerca de quem pode tê-la visto.

— Só temos dois dias humanos para encontrá-la. E Taú ainda precisa decifrar aquela inscrição, será que consegue?

— Conheço as ambições de Taú quanto o conhecimento religioso mundial. Se ele não conseguir... ninguém conseguirá.

Sirus: Os Outros Vampiros (Vencedor #TheWattys2020)Onde histórias criam vida. Descubra agora