< Innamabel Gertsner >
Desolados, antigos inimigos agora olhavam juntos para o chão sujo que os cercava. Sentiam-se desonrados pela falha, sobretudo Minerva, quem deveria estar acima de todos com o seu dever e pronta para enfrentar todo e qualquer tipo de males que se assomassem a aquela terra de homens.
Ela tomou um punhado de poeira e jogou longe, com um grunhido de raiva, tal era o seu sentimento de raiva por ter sido fraca.
Valentin, Taú e Dália meditavam onde poderiam ter errado confiar e dedicar toda a sua vida ao convento de Gertruida — para eles, a matriarca e líder numa saga de vitórias e redenção.
O que havia restado de seu refúgio eram apenas as portas abertas, dezenas de pessoas desacordadas logo a frente e a incerteza de o que havia acontecido com o velho ermitão que ali vivia e que a eles deu guarita quando chegaram à cidade.
— Nunca antes fomos tão humilhados — Minerva riscou suas unhas pontiagudas na terra em que se encontravam sentados, pensativos. — Quem diria... quem mais confiávamos, enfiou uma adaga em nossas costas.
— Não diga por nós — Valentin a olhou com frieza e distância. — Nos recobrimos sobre o manto dessa monja a séculos, aprendendo o necessário para derrotar algo que no final ela mostrou-se afeta; os servos das trevas. Não há segredo nosso que ela não conheça, não há ensinamento que não tenhamos aprendido com ela. Opostamente, pouco ou quase nada sabíamos sobre sua ascendência e devoção.
— Gertruida nos usou todo esse tempo. Queria informações para entregar a Adam — concluiu Dália, separando os cabelos ensebados. — E o pior, acredito, foi termos falhado em proteger a Cabaça.
— E aquele livro em suas mãos? — perguntou Innamabel inocentemente.
— Era o livro do velho — disse Taú, assertivo. — Ele andava com aquela coisa para todo canto, não desgrudava nem quando dormia.
— Pelo menos a Espada continua conosco.
— O que você fez com ele, Minerva?
— A mesma dadiva de ferir que vocês tem com suas Correntes Anímicas, nós temos de punir o mal — ela olhou para Taú. — E porquanto permanecer naquele corpo, certamente não entoara quaisquer encantamentos. Eu arranquei parte de sua alma.
Innamabel agarrou poeira e pó também.
— Madelaine deu a sua vida e a dos seus para nos ajudar — Innamabel olhou sobre seu ombro, onde instante antes haviam caído dezenas daqueles que haviam se escondido por tanto tempo das trevas do mundo em que antes viviam. — O mínimo que podemos fazer agora — ela ergueu a espada. — é levantar e continuar lutando.
— A sua determinação ainda é morna, Sirus.
— Pelo menos ela não está se lamuriando pela derrota — disse Valentin a Minerva, que ergueu o queixo, encarando-o.
— Tornarei a Senhora Malterna com o dito de falha e então... continuaremos de onde paramos.
Minerva abriu um portal e se levantou, arrastando-se até ele e então desapareceu, deixando o Convento a sós, desolados.
— Ж —
O interior da igreja mantinha-se intacto, mas quando o grupo entrou, a única coisa que lhes importava era chegar e entrar na sala do velho, encontrando-o caído no canto e acolhe-lo contra os braços.
— Velho Theodor? — chamou Valentin, buscando os batimentos do seu coração. — Ouve-me? Theodor!
O velho expressou um gemido sufocado e abriu os olhos um pouco. Tossiu, suspirou, mas não moveu muito a cabeça.
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Sirus: Os Outros Vampiros (Vencedor #TheWattys2020)
Vampire[VENCEDOR DO PRÊMIO #THEWATTYS2020 EM PARANORMAL!] Infeliz em vida e atormentada na morte, Innamabel Gertsner reencarnou, trazida por forças das trevas, após o seu fim precoce e misterioso que pode estar ligado a desavença com os homens da sua vida...