EPILOGO

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< O homem com o livro >

— Assim, tio ancião? — curioso, Aaron passou um dos dedos gentilmente sobre a página e ali ela permaneceu, magicamente substituindo as que por ele foram escritas.

O velho virou-se e muito suavemente retomou o livro das mãos do garoto inocente.

— Sim, meu jovem.

— Mas... tio ancião, por que a minha história não era boa?

— Porque... — ele colocou o livro num dos bolsos de seu agasalho. — Os heróis em que acreditava, eram na verdade os terríveis vilões. E em toda boa história, os vilões estão lá, prontos para mudar o destino dos heróis, mas eles nunca perseveram, pois as suas obras são ruins aos olhos de Deus; o único rei, aquele quem nunca entregará o seu trono e nunca permitirá que o mal mude o destino tanto dos justos quanto dos ímpios, dando a todos o poder de escolher entre seguir as trevas e se redimir no final, ou permitir que seu coração pese mais do uma pena no dia do seu juízo diante dos Tronos.

— Eu estou com fome!

O velho sorriu de forma amarela.

— Eu também, garoto. O que acha de uma boa massa?

— Mamãe cozinhava bom!

Ele tomou-lhe a mão.

— Cozinhava bem.

Ambos desapareceram num facho de luz, tornando o silêncio daquela sala, enquanto ouviam-se os últimos crepitares da madeira no lado de fora e o resmungo de Valentin quando se espreguiçou.

— O que será que aconteceu para termos vencido?

— Eu não sei... mas seja lá o que tenha acontecido... salvou a todos nós de um terrível destino. Toda Gallir já deve saber o que houve aqui... logo virão buscar Innamabel, a espada e os inimigos de Deus.

Dália cruzou os braços, perdida.

— Para onde vamos, agora que Huru foi impedido?

— Ainda há outros Sirus caminhando pela terra. E enquanto eles perturbarem a paz dos homens... eu não vou descansar, Dália.

— O que acha de procurarmos outros como... Innamabel — ela olhou para trás, onde se encontrava Heinrich cuidando de seu novo amigo alado. — Que estejam dispostos a servirem contra a sua natureza e nos ajudar nessa batalha?

— Não parece má ideia. No entanto, depois de enfrentar o inimigo de Deus, uma quimera demoníaca, Adão e Eva, acho que preciso de um bom descanso, de preferência em algum lugar que não seja quente.

Ambos riram e se abraçaram pelo ombro, seguindo rumo ao destino deles; a luta interminável contra o mal.

"... Tendo estado confiante de sua vitória, os príncipes decidiram mudar o seu destino — ao invés de derrotados, seriam exaltados —, mas, próximo dali, um velho, seu nome era Theodor, chegou-se, assustando Aaron, o inocente cujo a sina era uma maldição e a ele perguntou 'quem é você?', e respondeu o velho com simpatia: 'Eu sou o destino imutável'. E juntos, eles recolocaram as páginas do livro que rezava o destino de volta onde acharam, pois naquelas páginas estava escrito que: a feiticeira — seu nome era Minerva Verum Lumen — libertou-se, cumprindo a sua missão e dando a jovem Sirus — seu nome era Innamabel —, a chance de escolher entre permitir que tudo fosse destruído ali mesmo ou sacrificar-se, permitindo-se a paz no perdão a quem lhe teve ofendido e salvando a todos mais, dando-lhes o direito de mais um dia em suas longas vidas para que vivessem porquanto fosse hoje, amanhã e depois".

Sirus: Os Outros Vampiros (Vencedor #TheWattys2020)Onde histórias criam vida. Descubra agora