Capítulo 20

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Pietra Annunziatta

- E claro cara! Todos te conhecem. - Suspirei quando sou colocada na cadeira, sentindo os músculos do homem viril para a sua idade. Senti um suspiro vindo dele sobre meus cabelos, olhei para ele e notei um pequeno sorriso.

- Mais uma dose minha Dama? - Ele volta para a mesa e pega a garrafa para me servir.

- Aceito meu magnífico cavalheiro. - Meu coração se agitou. Bebi o conteúdo de uma vez sobre o olhar do Russo tentação. Se Ricardo pudesse me ver...

- Bom, de onde minha ilustre convidada conhece esse cavalheiro tão magnífico assim? - Ele já se mantinha com uma postura relaxada e descontraída.

- Não sei, talvez de um sonho. - Ele bebe do copo e me olha atencioso. - Ou, talvez pelos boatos de um grande homem tirano, que governa uma das maiores províncias.

- Hum, interessante. - Ele se serviu mais da bebida e fiz um gesto com a mão pedindo a garrafa das mãos dele.

- Não mais do que uma bela mulher à minha frente que bebe mais do que meus homens. - Sorri quando ele deixou a garrafa em minhas mãos e vai buscar outra em seu frigobar.

Virei ela bebendo a metade do líquido quase tudo de uma vez, mais uma vez recebendo olhares curiosos do russo que se sentou analítico. Ele coçou a barba se servindo da bebida que havia acabado de trazer, e me peguei pensando o que havia de tão chamativo em mim para que ele ficasse assim.

- A vida se aproveita meu amigo, mesmo ela sendo uma merda, deve se aproveitar cada segundo como se fosse o último. - Dessa vez o sorriso dele se alargou enquanto pouco de mecha de seus cabelos loiros caiam de forma desastrada sobre o seu rosto. Ele a ajeitou para trás exibindo seus músculos.

Instintivamente desviei o olhar, não sabia o que pensar ou agir. Deixei a garrafa de lado e me levantei desengonçada, ele se levanta também apreensivo, senti uma energia incomum assim que sou puxada e meu corpo para se aproximar do seu.

O cheiro dele era uma mistura perigosa de álcool, cigarros e o perfume amadeirado que havia sentido antes, os arrepios de meu corpo intensificaram de uma forma inexplicável.

- Sabe, você me deixa intrigado mocinha. - Ele segura meu queixo enquanto fechei os meus olhos.

- Posso dizer que não sou apenas bela, posso ser mais perigosa do que aparento ser fofa. - Senti o corpo de Ivan vibrar numa risada enquanto me aperta mais contra seu corpo.

- Seu eu quisesse teria acabado com você aqui mesmo, menina. - Ele segura minha nuca e me toma em um abraço apertado. Fiquei ali sem entender nada da situação, ele me deixou apoiada de pé ao lado da mesa.

Me deixei ser levada. Talvez não seja nada, até porque estamos nos conhecendo só, apenas isso. Seu suspiro me trouxe uma sensação de desespero e angústia por dentro, algo que realmente não era normal.

Ivan virou de costas e tirou do bolso um maço de cigarros. Pegou um para ele e acendeu, depois pegou outro e colocou sobre minha boca acendendo depois.

Tragamos em silêncio. Ivan se vira e se posiciona ao meu lado, jogou a bituca do cigarro no chão e segurou a minha cintura. Continuei saboreando as lentas tragadas, o cigarro já estava pela metade e meus pensamentos turbulentos quanto ao seu comportamento comigo. Ele estava muito atencioso, diferente de antes quando o vi pela primeira vez aqui nessa sala.

- Você me lembra uma pessoa. - Vejo tristeza em seus olhos, vi pela primeira vez algo transparecer em seu semblante, mais parecido como um sentimento, senti algo também despertando em mim, de forma mais forte como uma intuição.

Já não existia mais coração destruído, pois agora o único pedacinho que restou foi preenchido pelo homem à minha frente. O primeiro eu havia dado ao traste do Ricardo.

- E a quem seria?

- Uma mulher extraordinária. Nada poderia se comparar a ela. - Uma pontadinha de nada de ciúmes fez-me sentir uma idiota. Ter ciúmes de alguém que nem o coheço direito.

- E ela foi algo importante para você? - Ivan me abraçou novamente, mas dessa vez sorrindo.

- Se era importante? Dante a tirou de mim, junto com ela, minha pequena russa que mais amava na vida. - Aquele merda vive destruindo tudo à sua volta!

- Você teve uma filha? Como ela era? - Ele franziu a testa como se esforçasse a lembrar.

- Muito linda, tinha os cabelos de um loiro do mesmo tom dos seus e os olhos idênticos aos meus... Se bem que... - Ivan arregalou os olhos e me abraçou mais forte.

- Puta que pariu! - Um xingamento saiu de seus lábios assim que ele me deixou sozinha na mesa, enquanto meu cérebro gritava que havia algo de errado.

- Você vem comigo. - Ele segurou firme em meu braço me puxando para fora do aeroporto.

- Opa! Pera lá garanhão. - Puxei de volta o meu braço e senti a minha perna doer com o peso extra que deixei sobre ela. - E os meus amigos? O que fará com eles?

- Nada. - Suspirei aliviada. - Se me obedecer.

Caralho de homem ridículo! Revirei os olhos e osegui até o seu carro,não estava acreditando nessa história mal contada, como eu poderia ser filha do homem mais perigoso dentre todas as máfias existentes? E como nunca fui resgatada? Todos esses anos de sofrimento, só me ensinou que devo sempre manter os meus olhos abertos, as pessoas nuca vão te contatar sem algum interesse. Homens de onde eu vim, sempre querem algo, são traiçoeiros, mas eu não estava entendendo como meus pés cminhavam com tanta facilidade, de como tinha ficado nesse estado fazendo tudo no automático.

Entrei e me acomodei, os pensamentos embaralhados me deixaram enjoada. Não fazia sentido essa história, porém, ser filha do inimigo pode explicar o ódio e posessão de Dante. Ele me sequestrou quando era criança, me manteve perto de seus olhos e quando descobriu que estava com o seu filho, ficou ainda mais possesso. Observei tudo da janela, até que esse lugar não é algo de se jogar fora, tem uma boa visão de agradar qualquer crítico, eu não sabia para onde esse russo maluco estava me levando, mas confesso que estava mais preocupada com a desoberta do que os detalhes que me rodeiam.

[emREVISÃO ] 🔞Guerra De Mafiosos (Série: Lei e Vingança) Vol 5Onde histórias criam vida. Descubra agora