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Pietra Annunziatta
Acordei sentindo um tremor. Tentei abrir meus olhos e não consegui, havia um pano no lugar me impedindo de tal ato. Tentei mexer meu corpo para ter a certeza de que estava inteira, isto me fez sentir algemas nos meus pulsos e nos meus tornozelos.
Senti algo macio embaixo de mim e mais outro tremor. O barulho parecido com um zunido alto ecoava em meus ouvidos, constatei estar em algum tipo de aeronave.
— Deboráh. — Tentei tirar a venda, porém ela estava muito apertada sobre meus olhos, causando um grande desconforto. Escorreguei mais para o lado esquerdo sentindo meu braço gelar. Deve ser a parede.
Mais um pouco.
— Pietra? — Escutei uma voz masculina ao encostar em alguém.
— Pedro! — Suspirei aliviada. — E a Deboráh?
— Eu não sei… — Ele lamenta. Parecia estar quase chorando pelo tom melancólico de sua voz. — Eu… Eu apenas vi ela sendo carregada antes de apagar.
Por mais chata que ela seja, eu me preocupo.
— Também a vi, mas não consegui fazer nada. — Respondi no mesmo tom. O local começou a tremer e uma pressão tomou conta do meu corpo.
— Acho que estamos pousando! — Pedro grita por causa do barulho alto dos motores. Me deitei sentindo o estômago querer dar uma voltinha por aí…
Os sacolejos acabam e o barulho diminui gradualmente. Me agarrei com mais força, deitada ali, sem saber o que aconteceria em seguida. Pouco tempo depois os sacolejos acabaram, sem coragem alguma ou talvez seja o medo faando mais alto, meu corpo ficou do jeito que estava.
— Pietra! — Pedro me grita e escuto passos me alcançarem. Meu corpo gela ao sentir ser puxada pelos braços. Sou arrastada com brutalidade para fora.
Ainda não consigo ver, mas meu corpo sentiu uma brisa gelada entrar em contato com a pele, causando um choque térmico. Meus pés temiam falhar nos degraus onde sou conduzida.
No final dos quase assassinos degraus, sou novamente puxada, mas de uma forma apressada. As algemas me causavam danos enquanto caminhava por lugares que nem sequer conseguia identificar. Nem mesmo que lado virei, se a direita ou à esquerda.
Quando finalmente eles param de me carregar.
— Fique aqui. — Uma voz masculina diz perto do meu rosto e pude sentir o cheiro de cigarros, me causando abstinência.
Puta merda! Faziam alguns dias que não colocava nem sequer um papel comum queimado na boca! A quem diria um humilde cigarro.
— Ei cara, você fuma né? — Pousei as mãos no colo enquanto sentei na cadeira abaixo de mim.
— Sim. — Nada mais responde, encorajando-me a continuar.
— Tem algum ai para quebrar meu galho? — Senti que alguém se jogou ao meu lado. — Já que, vou morrer mesmo…
Concluí dando de ombros, porém sentindo falta de fumar algo mais forte. Escutei alguns passos e depois barulho de um isqueiro para logo em seguida a fumaça de nicotina invadir minha respiração.
Senti o cigarro ser posto em minha mão e sem esperar já puxei umas cinco tratadas de uma só vez. A sensação de alívio parecia ter tirado um enorme peso de minhas costas, mas não deixei de sentir tristeza no final quando sabia que não iria sentir e apreciar o gosto do café de dona Marisa, a tristeza por não estar do lado dela agora ouvindo as suas histórias quando moça e seus conselhos, se tornou extremamente fria.
— Pietra? — Pedro perguntou ao meu lado assim que notou a minha presença.
— Eu mesma. — Respondi soltando fumaça igual a uma chaminé.
— Pedro? — Outra voz invade meus sentidos, só que estava mais longe e um pouco abafada. Deboráh?
— Deboráh? — Parei de fumar quase me engasgando com a fumaça. — Tu tá aí é praga? E a gente aqui pensando que tinha morrido!
Minha resposta foi grossa demonstrando o tamanho da minha indignação por ela ter ficado em silêncio por todo esse tempo. Porque não é todos os dias que sinto preocupação por causa de uma pessoa dessas.
— Sim. — Apenas responde isso. Só isso? Ô criatura!
Paciência que estou precisando muito…
— Traga ai o seu cigarro e fique quietinha. — Minha Sub consciência diz para mim levar na moral, mas ignorei a sua voz irritante com louvor.
— Só isso que tem para me dizer? O cagão aqui quase te enterrou chorando rios em seu velório fictício! — Sem me dar conta já estou alterada e quase me levantando e andando como cega para dar uns belos tapas na sem noção.
— Nossa, não era para tanto, Pietra! — O playboy respondeu emburrado.
— Tenho fama de mentirosa agora, Sr Pedro? — Dei uma cotovelada em suas costelas fazendo ele gemer.
— Porquê que toda vez que vai chamar a minha atenção você tem que me machucar? — Ri sendo acompanhada por Deboráh.
— Porque é divertido, óbvio. — Estava sendo sincera, apenas isso, balancei os ombros e virei os olhos por debaixo do pano,como se fosse possível de se ver a minha cara de deboche.
— Eu tenho medo de você, sabia? — Pedro resmungou tão baixo que quase não consegui escutar. Puxei a fumaça novamente pela boca sentindo o final do cigarro ao quase queimar a ponta dos dedos com a brasa.
Brasa, calor... Paixão! Lembrei-me que Deboráh vive fugindo do insuportável do Pedro, que apesar das negações por parte dela, todos já sabiam do envolvimento dos dois. Talvez seja influência da vida que eles levavam, bom, não que todos tivesem uma escolha do que fazer com a própria vida.
— Então Deboráh, que dia vai deixar seu ego de lado e beijar esse puto? — Aji naturalmente enquanto ela se engasgava. Eu e minha boca grande!
— Pietra!
— Qual é! Nem sabem se vão saírem vivos dessa e ficam de enrolação ai! — Se comem logo. — Pensei e quase saiu se eu não mordesse a língua comprida.
Escutei a cadeira do meu lado ser arrastada e depois um estalar de beijo. Pedro teve a iniciativa, constatei assim que ouvi um xingamento de Deboráh. Esses dois mereciam muito mais do que imaginavam, nem que fosse um romance clichê.
— Você vem comigo! — Depois de um tempo uma voz masculina se manifesta perto de mim, mas não senti contato algum com meus braços e sim o estalar da cadeira ao meu lado. Pedro foi levado!
Só o cara lá de cima sabe o quanto me sentia aflita. Passamos por muito para poder finalmente chegar na linha tortuosa que chamamos de vida, talvez seja melhor ter um final, já perdemos muito, o que seria perder agora no final desse campeonato?
Tempo depois, Deboráh foi arrastada e finalmente, foi a minha vez. Sou colocada sobre uma cadeira e outra voz masculina preencheu os meus ouvidos, essa voz era diferente, despertava algo novo dentro de mim.
— Pode sair. — Passos se distanciam e a porta foi fechada. Tremi na base ao sentir alguém aproximar-se, o cheiro amadeirado invade minhas narinas me causando arrepios.
Quando uma mão, de forma suave, desliza acariciando o meu rosto para cima e o contato da pele grossa com a minha deixou uma sensação gostosa de calor invadir meu peito. Seus dedos retiram a venda me fazendo sentir um incômodo por causa da luz.
Meus olhos se cruzam com os do homem e fiquei sem chão! Aquele azul cristalino e profundo, a testa franzida transmitindo firmeza me lembrava muito algo. Eram iguais aos meus!!!
Puta que pariu!
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[emREVISÃO ] 🔞Guerra De Mafiosos (Série: Lei e Vingança) Vol 5
RandomPietra, sempre sofreu desde a infância sem ao menos saber que em seu próprio sangue corria a verdade. Uma verdade dolorosa que a deixa com um destino incerto, mas ela não está sozinha... Ricardo, filho do Capo italiano mais perigoso de Roma seria o...