Capítulo 14

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Pietra Annunziatta

— Cinco metros na frente de vocês. — Digo no radinho comunicador depois de apertar o botão recebendo um chiado de volta. Vejo os dois pontinhos pretos mais a frente, um era Pedro perto do estacionamento.

Descobri que ele é o melhor atirador da equipe e Deboráh ficou emburrada o resto da manhã após sairmos do acampamento. Manhattan estava com o ar mais frio. Sinal de que o verão ostenta beleza em seus momentos finais. Me arrastei para conseguir um melhor ângulo ao lado de um carro preto.

Pela mira da minha pistola automática calibre trinta e oito, consegui avistar dois homens de terno. O primeiro alvo era o da esquerda, a missão foi modificada quando os boatos de um detetive criminal estar ao lado do suposto juiz nas investigações. 

E pelo que eu sei, estamos aqui não apenas para matá-los, mas também para recuperar alguns registros importantes que aguçaram interesses das facções e Impérios do crime, na verdade até o F.B.I da Segurança Tática Nacional procurava ter esses papéis em mãos. 

— Pietra, espero que não possa amarelar gracinha. — Lucas um fortão metido a egocêntrico me alfinetou pelo rádio fazendo um riso baixo escapar de minha garganta.

— Espero não ouvir nenhuma Bosta sair de sua boca, porque daqui eu posso atirar nesses miolos de minhoca que você chama de cérebro! — Respondo a altura ouvindo uma risada do outro lado da linha.

— Seus rádios estão ligados ao meu, quero que se concentrem na missão e não briguem como um bando de pirralhos! — Ian range os dentes demonstrando a sua irritação.

— Sim senhor! — Lucas responde tirando sarro me fazendo revirar os olhos.

— É só aguardarmos o sinal. — Deboráh diz e avistei seu cocuruto atrás de uma caixa de Correios. Quem irá dar o sinal será Ian, ele estava em cima de um prédio de moradia coletiva com uma arma de longo alcance há uma quadra de distância de nós.

O sol estava surgindo suave dentre as nuvens cinzas. Todos com a mira nos alvos dentro da lanchonete pouco movimentada. As pessoas que restaram nas ruas e que nos avistaram com as nossas armas, se refugiaram em lojas ou prédios ao nosso redor, e possivelmente, a polícia local também poderia estar a caminho daqui.

— Eric, agora. — Ian diz, um ruivo dá o primeiro tiro acertando o carro perto dos homens que ficam em alerta e se escondem dentro da lanchonete.

— Droga Eric! Seu cegueta! — Praguejei com a voz em um tom baixo, estava tentando melhorar a minha mira. Atirei e acabei acertando a vidraça e as pessoas se apavoraram no local indo para os fundos do estabelecimento. 

Uma série de tiros foram trocados e Eric foi atingido por uma bala na testa sem tempo de revidar e vai ao chão morto. Droga! Ele era uma das pessoas mais divertidas do nosso grupo, contava a sua história de como ele entrou em uma agência de investimentos e acabou sendo sequestrado e mantido em cárcere por uns anos, boa parte deles usavam essa maldita coleira de obediência, eram poucas as pessoas que estavam ali por vontade própria.

Avistei quando um deles se levantou e veio em nossa direção atirando com duas armas nas mãos. Ele sabia o que estava fazendo, só tive a chance de me esconder, porém senti algo perfurar meu braço, o gemido rompeu por entre o meus lábios e o ardor tomou conta do ombro. 

— Fui baleada! Droga! Droga! — Comuniquei no radinho e tentei localizar os outros. Pedro se escondia atrás de uma mureta, Deboráh se mantém imóvel enquanto algumas balas passam voando perto dela e acertam o chão. 

Meu braço está doendo muito, porra!

— Um deles fugiu. — Ian diz preocupado. Olhei para a lanchonete e vejo que o outro acabava de guardar algo no bolso. Ele estava de trás de um pilar e a mesa cobria um pouco a minha visão.

— Eu tenho a mira, mas infelizmente não sou canhota! — Reclamo no radinho que chia.

— Merda! Está vindo mais um carro! — Deboráh praguejou no rádio e continuei na tentativa de me arrastar para o final do carro quase no meio fio para poder enxergar um carro prata estacionado e uns cinco homens saindo deles atirando em nós. 

Droga! 

Uma bala passa quebrando os vidros do carro, caindo os cacos sobre mim. Me escondi, pensando em como poderia escapar. A droga da coleira estava pesando em meu pescoço e meu braço não parava de latejar. Fui forçada a carregar uma maldita bomba com rastreamento e ainda por cima, ela pode ser ativada à distância, então de nada adiantaria fugir agora.

— Droga! Eles estão se aproximando… — Escutei Eric dizer antes de ser atingido e morrer bem na mira dos meus olhos. 

— Merda! Tem mais vindo, recuam. — Ian grita no rádio se distanciando, mas já era tarde. O frouxo do Pedro foi atingido na perna e caiu desmaiado, Deboráh foi para atirar, mas havia uma arma apontada bem na sua fuça.

Levantei para pegar a minha arma do chão, segurei nela e mandei balas em direção aos homens do outro lado da rua. Tiros atingem o carro projetando o barulho do ferro se chocando com o metal das balas, o som era terrivelmente angustiante, você não sabe se poderá ser atingido a qualquer momento.

Abaixei vendo Deboráh também se arriscar avançando mais e acertando alguns tiros, seu alvo foi um homem à sua frente e vi ele indo ao chão. Porém outro foge de seu campo de visão e a imobilizou por trás me deixando aflita.

Voltei a atirar, mas não notei que os homens estavam tão próximos de nós quando senti algo pesado atingir minha nuca. A dor latente, o desespero ao notar que algumas gotas de sangue começaram a escorrer na extensão do pescoço e caindo no chão.

Segundos se passam e vejo tudo em câmera lenta, Pedro e Deboráh sendo carregados enquanto eu cai lentamente para o chão sentindo o coração bater lentamente ao ritmo da minha respiração pesada. Minha cabeça pesava e meu corpo ficou mole, escutei o homem à minha frente dizer algo antes mesmo de poder raciocinar alguma defesa, meu corpo não correspondia aos comandos.

— Pegamos alguns deles. — O homem guardou o celular no bolso e sorriu. Minha visão está turva, mas após alguns esforços consegui acertar um soco no homem que se aproximou bem perto para me analisar, mesmo com o corpo mole, não me impediu de conseguir descontar a minha raiva. Ele levou a mão no queixo e depois só consegui ver o punho de sua arma vim de encontro com o meu nariz. Tudo girou e acabei finalmente me entregando à escuridão.

[emREVISÃO ] 🔞Guerra De Mafiosos (Série: Lei e Vingança) Vol 5Onde histórias criam vida. Descubra agora