Capítulo 6

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Dante Mancini Greco

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O

ideal.

Talvez a esperteza ou o costume de sempre pender para o lado da sobrevivência fosse a minha fraqueza. Homens fortes são os que sobrevivem, essa é a lei da natureza para todos os seres vivos.

— Ian, prepare um carro. — Puxei a fumaça do cigarro, soltando depois, estava me sentindo muito estressado ultimamente.

— Sim senhor. — Ele sai às pressas para realizar o meu comando.

Alguns homens foram feitos para comandar, outros para servir fielmente como cães acorrentados. Estava contente com o desempenho de meus homens, ser temido e respeitado por todos te traz essas regalias maravilhosas.

— Geovanne. Preciso que vá ao local onde a carga será entregue, não podemos falhar desta vez. — Meu filho concordou e logo pegou a sua jaqueta de cima da mesa de Sinuca e também se serviu de vinho.

— Tomarei conta de tudo, pai. — Beberica mais do vinho em sua taça e então deixou-a sobre a mesa de Sinuca e  retirou-se. 

Ele tem os olhos marcantes da mãe, o único problema que enfrentei todos esses anos foram esses traços, Geovane sempre me lembrava daquela maldita mulher.

Mas o menino tinha basicamente os mesmos gostos que eu. Hoje ele se tornou um homem feito e forte. Seria um ótimo sucessor se não fosse mimado de mais.

— Dante. — Meu primogênito entrou, ele sempre me deixou com o coração acelerado por sentimentos obscuros. Ricardo, estava de pé ao lado da porta como um perfeito líder, mas infelizmente, necessitaria de ser moldado, lhe falta a arrogância e a prepotência de um verdadeiro governante, entender que não é apenas tomar posse do cargo e sair por aí sendo bonzinho com todos.

Sua mania de sempre se intrometer em assuntos particulares também era algo que me repudiava, de ele se declarar um homem protetor de todos. Tais defeitos como esses que precisariam serem destruídos. 

— Certifique-se de que Brown não atrapalhe a carga. — Peguei alguns papéis sobre a mesa de canto ao lado da poltrona onde estou sentado.

E esse seu lado hip, porte físico de um homem, mas mantém os cabelos cumpridos como uma mulherzinha, intolerante às normas e exigências dentro da família. Ele pensa que vai longe com essa rebeldia.

— Deveria cortar o cabelo filho.  — Aproximei-me e lhe dei tapas amigáveis em suas costas.

— Não pretendo seguir seus passos Dante. — Verme Insolente, ele não sabe no que está se metendo. — Irei casar-me com Pietra em alguns meses, estou apenas esperando o tempo certo de se… O tempo certo.

Suas palavras se tornaram vagas no final da frase, o que me irrita é ter que ver aquela vagabunda montar nas costas desse imbecil e deixar todos contra mim, mas isso está prestes de acabar. Se ele pensa que pode virar tudo ao seu favor, está muito enganado.

— Filho, seu lugar é ao meu lado. Quando que vai entender que essa garota está destruindo a nossa família? — Suspirei me sentando novamente na poltrona, precisava manter a postura e o controle, queria que ele enchergasse por conta própria os erros que andou cometendo.

— Ela não está destruindo nada. É você quem está! — Ricardo anda agressivo de mais para meu gosto, vou ter que dar um jeito nessa situação e logo.

— Somos a porra de uma família, Ricardo! — Recuso-me a acreditar que tenho culpa nisso tudo. Meus filhos se tornaram ingratos, todos esses anos tentei molda-los a minha maneira. Mas falhei em todas as tentativas.

— Não passa de uma Vadia manipuladora. — Vidros se partem ao chão, o copo caiu de minhas mãos e o nível do meu ódio por aquela garota já havia ultrapassado todos os limites.

Cuspi sangue, meu rosto foi alvo de um golpe certeiro do punho direito dele, a grande ousadia que sempre lhe fez desobediente estava ali em minha frente, brilhando em seus olhos castanhos-claros.

— Esperava mais de você. — Segurei a boca com a mão, impedindo que mais sangue saísse pelo ferimento.

— Você não passa de uma criança mimada. Meus erros estão custando tudo o que conquistei em todos esses anos, quando ela te der as costas… Vai acreditar no que eu digo. — Lancei minha melhor moral de pai e Ricardo mudou a postura, seus olhos contém raiva.

— É o que vamos ver. — Ele dá as costas me deixando só.

— Ela é o Demônio! — Gritei para que ouvisse, ele precisava ouvir antes que fosse tarde de mais.

A porta se fechou com um grande baque. Aproximei-me novamente dos papéis agora espalhados pelo chão. Peguei um por um, até um envelope amarelo com o nome de Pietra.

Sorri

Retornei a sentar-me. Peguei uma garrafa de vinho no Frigobar do outro lado da Poltrona e abri o lacre. O lado direito do meu rosto está formigando, aquele filho de uma pua sabe mesmo como usar os punhos. Portanto, o que sinto é satisfação, os filhos podem estar fora do meu controle, mas logo as coisas irão se ajeitar.

Tomei um gole direto do gargalo, a visão embaçou e um calor extasiante se espalhou por todo o corpo.

— Essa mulher não sabe o que lhe espera. — Peguei o envelope.

Comecei analisar o conteúdo, haviam fotos variadas, o sol já estava em seu esplendor, os raios passavam pela janela e colidiam com a poltrona. Pietra em um vestuário, tomando banho. Outras fotos dela vestindo uma roupa de treino e algumas com ela socando um saco de pancadas.

Junto das fotos, a ficha de todos os lugares que ela visitou ou passou pela semana toda. Era uma soma de Restaurantes, bares e lugares com poucos movimentos.

Praça Gianicolo foi o último lugar nessa parte da manhã. Ela estava junto de um informante, coletando as informações que pedi. Na foto, a demoníaca estava sendo agarrada pelo homem.

Diaba tentadora.

Tomei outro gole sentindo descer rasgando por toda a garganta e esquentar o corpo novamente. As mãos do cara estavam quase rasgando o tecido na região dos seios, Pietra conteve a expressão de susto, até me deu a sensação de que estivesse gostando do que recebia ali daquele estranho.

Simplesmente uma mulher tentadora. Criada entre os meus filhos de sangue, a vi crescer, vi seu corpo se formar aos poucos. Vi lealdade crescer nos olhares trocados entre ela e Ricardo, o que me fez enfurecer mais ainda. A lealdade se tornou companheirismo e partir daí, amor.

E nesse amor, encontrei minha Ruína. Não poderei perder novamente.

Meus olhos começaram arder, o nó tornou-se evidente no fundo da garganta, o gosto amargo e o ódio alimentado por ela estava crescendo. Éramos para sermos uma família, mas irritantemente as coisas estão sempre fugindo do meu controle. 

— Pai. — Geovane entra, se ajoelha diante de meus pés, de certa forma que um cavalheiro medieval faria. Essa forma que ele tem de ser um pucha saco é tão estressante.

Pietra tem aqueles malditos olhos, me lembravam da promessa de anos atrás. Algo que eu deveria ter feito, mas por orgulho e por vingança, mantive aquela pirralha em minha casa.

— Fez o que pedi? — Argumentei, Geovane ergueu os olhos para localizar meus.

— Sim. Ele irá percorrer as pistas em círculos. — Presunçoso, sorri. — E já tenho o ingresso para a tal noite.

Meus lábios se curvaram, pareciam ter vontade própria. Geovanne de todos os defeitos, pelo menos se mostrava um homem íntegro e verdadeiro em suas intenções, nunca me escondeu que deseja estar no meu lugar 

— Quando tudo isso acabar, lhe entregarei o meu império. — Seus olhos brilharam, luxúria e desejo brincavam como chamas.

Mas para que eu consiga abdicar de tudo, terei que corromper a alma de Ricardo, ele deverá assumir o meu lugar e Geovane, será apenas mais um coitado que lhe servirá.

Ele não imagina o que lhe aguarda. Não costumo dar o que as pessoas almejam, é uma forma de demonstrar as suas fraquezas e inimigos tempos em qualquer lugar, até mesmo debaixo do mesmo teto que você, ele estará lá para tomar o seu lugar.

[emREVISÃO ] 🔞Guerra De Mafiosos (Série: Lei e Vingança) Vol 5Onde histórias criam vida. Descubra agora