O verão mal havia começado, mas Draco Malfoy sentia que nada iria melhorar, seu pai acabará de sair de Azkaban, todos no mundo bruxo sabiam o que Lucius Malfoy havia feito, a marca negra estava estampada em seu braço para quem quisesse ver, certamente dizer que estava sob alguma maldição não seria aceito como da primeira vez.
Mas tudo aconteceu em cinco de junho, na noite de seu décimo sétimo aniversário, quando o relógio anunciou a chegada daquele dia que costumava ser comemorado com muito luxo e amigos, mas desta vez somente seus pais estariam com o garoto. Draco estava deitado em sua cama planejando o que faria após sua formatura, ele sabia que a guerra era inevitável e que teria que lutar – ele não decepcionaria seus pais – mas nada o impediria de continuar sonhando.
A lua estava brilhando naquela noite, nada a ofuscava como no mundo trouxa. A mansão estava silenciosa, algo que mudou quando o garoto sentiu seu corpo queimar por dentro, seu lamento era ensurdecedor, seus pais que já estavam prontos para descansarem correram desesperados para ver o que estava acontecendo em seu quarto.
— Draco! — sua mãe gritou, quando o viu em completa agonia na cama. — Lucius faça alguma coisa.
— Não encoste nele. — Foram as únicas palavras que seu pai conseguiu dizer, estava tão chocado quanto sua esposa, não teve reação alguma a não ser ficar parado olhando.
Qualquer um poderia sentir a magia a quilômetros da mansão, fingir que aquilo não aconteceu e agir naturalmente no dia seguinte não era uma opção louvável.
Em uma ação de desespero sua mãe se aproximou e segurou sua mão que estava quente como fogo, mas nada a impediria de cuidar da sua cria.
— Protego — sussurrou, o garoto parou de gritar soltando vários gemidos agora. Seu pai aproximou-se e segurou sua outra mão.
— Protego. — A expressão de alívio do filho os acalmou e eles continuaram a conjurar o feitiço de proteção quase que por meia hora, Draco ainda estava com a respiração ofegante, mas a sensação de dor havia passado, a queimação em seu peito agora era somente uma formigação.
— Ma... mamãe? — Sua voz estava fraca, mas ainda estava consciente.
Sua mãe o puxou para seus braços, não conseguia conter as lágrimas, o sentimento de quase perda a afetou ainda mais. Lucius os abraçou tentando deixá-los confortáveis.
A família Malfoy era conhecida por sua frieza e ignorância, mas naquele momento para eles nada mais importava, somente a segurança do seu herdeiro.
Os dias passavam mais rápido do que o habitual, Malfoy só saia de casa para treinar voo. As visitas diárias de médicos do mundo todo o deixavam irritado, ele não era uma criatura para ser cutucada e espetada para ver sua reação.
— Amanhã vamos à Londres — comentou Lucius, enquanto almoçavam.
— Algo importante?
— Sua saúde. — Draco bufou, nunca havia visto tantos medibruxos em sua vida. Ele queria apenas curtir as férias como todo bruxo da sua idade.
— Qual bruxo agora? Lovegood?
— Jamais deixaria aquele palhaço encostar as mãos em você. Vamos fazer uma visita ao senhor Fitzgerald.
— Fitzgerald? — Draco encarou o pai, sabia muito bem que esse nome não era bruxo, estaria Lucius tão desesperado ao ponto de se envolver com trouxas?
— Sim, dizem que ele é o melhor em resolver casos complicados, só espero que essa fortuna que estou gastando dê algum resultado.
Draco passou o resto da tarde em seu quarto testando algumas azarações bobas, já que ainda não podia usar magia fora da escola – mas com certeza o Ministério da Magia tem mais coisas para se preocupar do que um adolescente levitando algumas coisas em seu quarto – O caminho feito no dia seguinte até Londres foi demorado. Mesmo tendo visitado o mundo trouxa poucas vezes, carros, televisores e tudo o que estava nas ruas ainda era estranho para o garoto.
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A maldição: Draco Malfoy - Livro 4
Fiksi PenggemarQuarta e última parte de Resquícios de amor "Foi um verão difícil para Draco Malfoy, os conflitos em sua família só aumentavam. Mas o mais difícil para a família Malfoy naquele verão não foram as ameaças do Ministério da Magia, muito menos a prisão...