Capítulo 2

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A chegada em Wiltshire demorou bem mais do que o esperado já que eles pegaram o trem em horário comercial. Lucius buscava palavras para explicar à esposa que o futuro herdeiro da família Malfoy era mestiço.

Ao seu lado, o garoto estava totalmente confuso tentando entender o rumo que sua vida seguiria com essa condição. Mal havia notado que a garota sentada à sua frente estava boquiaberta o encarando desde o momento em que entrou no trem.

— Não encare as pessoas — disse Lucius, chamando sua atenção.

— O que? — Draco foi tirado dos seus pensamentos, seu pai fez um gesto o fazendo olhar para a garota que agora tinha um sorriso estampado de orelha a orelha. O loiro sentiu um calor tomar conta de todo seu corpo e sorriu maliciosamente encarando os olhos da moça.

— Vamos, pare de fazer isso. — Os dois desceram do trem, mas a garota o acompanhou com os olhos até onde pode enxergá-lo. Sentiu-se estranha quando a sensação de hipnose passou, se ela ao menos soubesse que havia cruzado com um veela, conseguiria explicar para as colegas o porquê agiu daquela maneira antes de encontrar com elas na próxima estação.

— Isso é engraçado. — Draco tentou puxar conversa com o pai que continuava andando em passos largos e com a cara fechada.

— Engraçado? Aquele velho não te avisou os riscos? Gastei uma fortuna para ele não te informar nada?

— Tirando a parte da morte, é engraçado, as garotas vão cair aos meus pés.

— Draco! Se essa história sair de nossa família, seremos humilhados por todos! Já basta o vexame de Azkaban, não precisamos ter a fama de sangue sujo, não conte a ninguém o que aconteceu hoje.

— E como eu vou achar a escolhida?

— Você saberá quando a conhecer, não estou te pedindo isso porque sinto vergonha de você, estou apenas tentando te proteger, as pessoas podem ser cruéis. — Crueldade era o que Lucius mais conhecia, passará sua adolescência humilhando quem ele considerava inferior a ele, coisa que ensinou o filho a fazer com maestria, mas ter um veela em sua família não o faria mudar sua opinião sobre bruxos nascidos trouxas, a pureza ainda continuava no sangue de sua família.

Após uma breve caminhada e uma aparatação, eles finalmente chegaram em casa e encontraram Narcisa, a mulher passou a tarde inteira angustiada sem saber o que havia acontecido com o filho na noite de seu aniversário.

— Merlin! Achei que algo havia acontecido — exclamou Narcisa, que abraçou o filho, mesmo o garoto tentando esquivar, ele não suportava mais tantos abraços e lamentos de sua mãe. — O que o Fitzgerald disse?

— Ele é um velho biruta! — reclamou Lucius, sentando-se em sua poltrona, acabará de esquecer todas as palavras que pensou em dizer para a esposa. — Sente-se, não são boas notícias.

— Para com a enrolação, fala logo.

— Fitzgerald disse que nosso filho pode ser... Draco pode ser um meio-veela. — A loira ficou espantada com a notícia, havia estudado sobre veelas em seu período de estudos em Hogwarts, mas esse seria o momento de contar um dos maiores segredos de sua família.

— Fala alguma coisa mãe.

— Eu sinto muito filho, eu deveria ter contado para vocês — suspirou, tentando encontrar as palavras certas para explicar a situação.

— Do que está falando, Narcisa? —  perguntou Lucius, havia raiva em sua voz, mas como não ficaria bravo com a notícia que recebeu há poucas horas?

— Meu avô, Baltazar Rosier, estava viajando pela Alemanha quando conheceu Olivia Maxine. Eles se apaixonaram logo quando se conheceram — suspirou. — Mas ela tinha um segredo e não sabia se ele suportaria saber, ela era uma veela. De início ele relutou, não queria sujar a imagem da família, mas quanto mais se afastava dela, mais ela definhava o desejando, até que eles não aguentaram mais ficar separados.

A maldição: Draco Malfoy - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora