PEDIDO

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Tutor já tinha saído quando Fighter acordou àquela manhã. Não havia nenhum bilhete ou mensagem no Line explicando para onde ele havia ido. E esse foi o sinal de que Fighter precisava para saber se as coisas haviam voltado ao normal ou não. Ele precisava ser mais cuidadoso ou poderia acabar perdendo o amor de sua vida.

Sua cabeça doía. Ressaca. Por que tinha aceitado as investidas de Dew e bebido tudo aquilo na noite anterior? Ele nem gostava de beber daquele jeito. Não para ficar naquele estado. Mas seu amigo parecia precisar muito de uma bebida, esquecer seja lá quais problemas estavam na cabeça dele. Ele simplesmente tinha sido um bom amigo e Tutor precisava entender isso.

Por outro lado, pensou Fighter enquanto entrava no banheiro para iniciar a sua rotina matinal, ele tinha a obrigação de avisar a Tutor sempre que fosse se atrasar para voltar para casa. Se colocando no lugar do namorado, ele também não teria gostado se Tutor simplesmente resolvesse sair com Day ou Saifah e não avisasse que chegaria atrasado. Ele ficaria enciumado e preocupado – um ou outro. Talvez os dois.

Ao menos, pensou enquanto entrava debaixo do chuveiro, ele havia aprendido sua lição e não voltaria a repetir aquele erro. O que precisava era se acostumar que sua vida e a de Tutor estavam mais do que nunca conectadas. Eles agora eram mais do que um casal de namorados – estavam mais próximos de estarem casados. Quer dizer, moravam juntos já, não é mesmo?

Ligou para Tutor, mas a ligação caiu na caixa de mensagem. Resolveu arriscar e deixar uma mensagem.

- Amor, eu sei que pisei na bola. Mas não trate o seu Pi dessa maneira. Estou muito arrependido e peço, por favor, que aceite conversar comigo para que a gente possa consertar as coisas. Eu amo você! Amo de verdade!

Esperava que aquilo fosse suficiente para Tutor ao menos querer conversar com ele. Se ele já aceitasse isso, Fighter se esforçaria o máximo possível para merecer o seu perdão.


(...)


Irritado. Enciumado. Era assim que Tutor se sentia. E se Fighter tivesse mentido e não estivesse com Dew na noite anterior? Ele queria confirmar aquilo com Dew, mas ficava com medo de estar exagerando. Mas se ele estava com Dew, por que não atendeu ao telefone? Por outro lado, se ele quisesse traí-lo, por que teria proposto para que os dois morassem juntos? Afinal, ele quem havia feito o pedido.

Tutor comprou um lanche e sentou-se na lanchonete do Instituto de Engenharia. Não tinha dormido direito à noite e sentia-se indisposto até para assistir a aula que iria começar em alguns minutos. E isso significava muito para ele.

- Você está péssimo, Tor. – disse Day, sentando-se ao lado dele.

- Não dormi muito bem essa noite. Uma noite de merda! – ele reclamou.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Day, olhando sério para o amigo.

- Nada, apenas briguei feio com o P'Fight essa noite. Um idiota que só pensa em si mesmo.

- Ele não só pensa em si mesmo. Lembra do quanto ele tentou te ajudar no ano passado, mesmo quando vocês ainda não estavam juntos?

Tutor odiou Day por lembrar daquelas coisas. Aquelas lembranças de P'Fight ele queria deixar bem guardadas, porque naquele momento queria continuar com raiva do namorado. Se sentia magoado e não queria entender o lado dele.

O seu celular vibrou. Ele olhou e viu que havia uma mensagem de Fighter no correio de voz. Ficou muito tentado a ouvir, mas sentiu que ainda não era o momento. De nada adiantaria ouvir as desculpas de Fighter se ele não estava com o coração aberto para aceitá-las.

Why R U? - Season 02Onde histórias criam vida. Descubra agora