Capítulo 18

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_ E então Kleber você vem?

Kleber assumiu uma expressão diferente no olhar, mas não se prolongou em dar-me a resposta:

_ Você... me ajudou a ver as coisas de forma diferente isso é certo, mas não é fácil para mim, esse lance de perdoar o meu irmão, eu quero... mas as coisas entre nós nunca foi algo fácil.

_ Eu estarei com você, te ajudarei, basta que esteja disposto a mudar, tudo começa com um passo de cada vez.

_ Eu preciso pensar... não quero tomar nenhuma decisão precipitada.

_ Tudo bem... quando você decidir, então me procure.

Eu levantei-me para ir, mas ele segurou o meu pulso, e aquele simples toque fez com que meu coração disparasse em meu peito e eu virei-me para ele:

_ Fica... fica aqui comigo um pouco.

_ Por que Kleber?

_ Que tipo de pergunta é essa?

_ Eu preciso saber porque quer que eu fique aqui.

_ Eu não sei... só não quero ficar sozinho.

Guiado por um impulso eu levei a mão ao rosto dele, acariciei os pelos do seu cavanhaque, depois me afastei um pouco dele. Kleber continuava me olhando e então levantou-se da cama vindo até mim, parando bem na minha frente, sem desprender os olhos dos meus ele passou as pontas dos dedos sobre o meu rosto, em um gesto perigoso eu fechei os meus olhos e mordi o inferior do meu lábios, quando abri os olhos, Kleber estava bem mais próximo, ele levou uma das mãos ao meu quadril e obediente eu cedi os passos para ele, e como o alvorecer de um dia de verão Kleber juntou seus lábios ao meu.
Eu recepcionei aqueles lábios entreabrindo o meu, e aquele beijo que iniciou-se de forma lenta, aos poucos se intensificava, ele me apertava junto do seu corpo.

Ele soltou-me assim que o beijo teve fim, e eu ainda esperava uma definição dele sobre o que viria a seguir, mas o que via em Kleber era uma incógnita, eu voltei a morder o lábio me preparando psicologicamente para deixar aquela casa decepcionado, o silêncio que se seguiu era tão intenso como a certeza dos meus sentimentos por aquele complicado homem a minha frente.
Pronto para deixar aquela casa estagnei os meus passos quando ouvi ele dizer:

_ Onde você vai?

_ Vou embora...

_ Embora?

A pergunta dele era tão cheia de dúvida que eu sorri:

_ O que você quer que eu faça Kleber, você me beija, mas depois age como se nada tivesse acontecido.

_ Mas eu achei que... Marlon não seja idiota, o beijo que trocamos não deixou claro...

_ Nada em você é claro Kleber, eu preciso que diga, o que você quer de mim, com você eu nunca sei o que esperar, mas eu gosto de você.

_ Gosta de mim?

_ Sim Kleber... eu me apaixonei por você, e se você não é capaz de sentir o mesmo, eu te peço não me impeça de sair dessa casa.

_ Eu não... não quero que vá, por favor fica. Poxa Marlon, não me faça implorar, então apenas fica por favor.

_ O que isso significa exatamente?

Ele ficou em silêncio:

_ Significa que no outro dia, você não vai me expulsar do quarto como um cão sarnento?

_ É isso o que pensa que é para mim?

_ Foi isso o que me fez sentir a última vez.

_ Será que você não percebeu que eu tenho te evitado, exatamente por que não sei como agir com você depois do que aconteceu entre nós dois?

Aquela resposta acendeu uma mínima esperança em mim, decidido ele aproximou novamente olhando diretamente nos meus olhos:

_ Eu tenho tentado fugir do que estou sentindo, mas desde que você apareceu na minha vida, ela virou de cabeça para baixo, você é um desafio para mim, o enigma mais difícil de decifrar.

_ Não sou... é só olhar para mim e verá que tudo o que quero é se fazer entender.

Dessa vez foi eu quem tomou a iniciativa e o beijei, e ele se entregou aquele beijo sem reservas, quando o beijo terminou eu segurei em sua mão o conduzindo para a cama, empurrei e ele caiu sentado, então sentei em seu colo ondulando o quadril sobre o dele pressionando o meu órgão sobre o dele:

_ Eu quero você, quer me decifrar, Kleber estou sendo o mais explícito possível.

Ele me respondeu beijando-me e retirando a própria blusa, ele não precisou dizer mais nada, palavra alguma substituía aquela resposta dele, e eu afundei os lábios sobre a curvatura de seu pescoço mordiscando a pele, dominado pelo desejo e ansioso por seus toques que faziam minha blusa deslizar para cima até a retirada, Kleber tinha o lume sobre suas pupilas e eu estava submisso aquele olhar que me incendiava cada poro do meu corpo, ele procurou a minha boca com uma vontade visceral e eu obedeci ao ritmo imposto por Kleber deixe-me beijar-me daquela maneira.
Quando a última peça que revestia os nossos corpos foram retiradas, a junção de nossas peles se mesclando fez com que estremecêssemos, eu estava sentado sobre ele, seu corpo bem rente ao meu, seus braços me prendiam e me guiavam para cima e para baixo, gemidos eram escapados dos meus lábios quando mais fundo ele me atingia fazendo minhas nádegas chocar-se contra suas coxas, de repente ele virou-se, fazendo com que meu corpo encontrasse o conforto do colchão e tendo total controle do que fazia ele esfregava ambos os pênis, fazendo com que o atrito das nossas carnes nos excitasse ainda mais. Quando já estava totalmente dominado por ele, ele voltou a penetrar-me, fazendo com que eu chegasse ao êxtase do prazer primeiro que ele. Mas ele parecia insaciável pois ainda continuou a introduzir-me até que com um grunhido ele gozou.
Um beijo selou aquele momento que compartilhamos.
Acabei adormecendo, não sei dizer se Kleber adormeceu ou ficou olhando-me adormecido, pois quando abri o olho ele não estava ao meu lado, confesso que fiquei um pouco triste com isso, coloquei minhas roupas e sentei-me sobre a cama, a porta estava trancada pelo lado de fora, se não eu não estaria mais ali, Kleber chegou dez minutos depois, e percebi que ele tinha tido tempo até para um banho e quando me viu, pela primeira vez me ofereceu um sorriso genuíno:

_ Enfim você acordou, achei que ficaria dormindo a tarde toda. Tive que ir ao mercado comprar algo para comermos, eu não tinha nada em casa.


Duas vontades... A outra face do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora