— Isla Taylor e Elizabeth Pierce.
Nem todas as modelos eram convidadas para a after-party do desfile, visto que éramos contratadas apenas para expormos as roupas e, depois disso, cada uma seguia seu destino. Mas algumas garotas tem sorte, como eu e Elizabeth, e conseguiam frequentar festas como aquela, só tínhamos que dar nossos nomes para o segurança na entrada.
Seguindo a mesma ideia do desfile, Jonny havia reservado uma cobertura do prédio, completamente fechada com vidros que deixavam a silhueta iluminada de NY como uma moldura especial. Mesas bem dispostas e luzes psicodélicas tornavam o ambiente energético, mas claro, a música eletrônica com batidas marcadas ajudava nesse quesito.
— É a minha primeira vez vindo em uma festa do trabalho! — Liz basicamente gritou no meu ouvido, com um sorriso extremamente animado nos lábios. Juntas, fomos até o bar, pedindo uma Piña Colada para mim e um Sex On The Beach para ela.
— Vocês duas são as garotas mais bonitas dessa festa. — O barman disse e enquanto Liz pareceu extremamente lisonjeada, eu revirei os meus olhos entediados, mas resolvi entrar na conversa com uma fala tão clichê quanto a dele. A verdade é que as pessoas sabem que somos modelos e presumem que somos fáceis por causa disso.
— E você fala isso para todas as garotas que vêm aqui. — Virei minhas costas para o barman, voltando minha atenção a pista de dança. Para mim, aquilo continuava sendo trabalho e por isso precisava de alguns goles de álcool na minha corrente sanguínea para me soltar um pouco mais.
Quando a festa atingiu seu ápice de lotação e energia, Liz e eu fomos para a pista de dança, fazendo movimentos não tão coordenados assim, mas que eram o suficiente para nos divertirmos e até mesmo gargalharmos no meio das pessoas quando a outra tentava um passo diferente. Liz imitou um robô quando a parte mais eletrônica da música começou, mas foi só eu me distrair por alguns segundos que quando voltei a encará-la, estava trocando beijos com um desconhecido qualquer e suas mãos iam para os lugares mais vulgares para ser no meio da multidão.
Sentindo que eu estava sobrando ali, sai da pista de dança, deixando minha amiga para trás e indo em direção ao bar, onde percebi que Jonny estava sentado. Com um sorriso amigável e passos levemente altos por causa da bebida, me aproximei do homem.
— Você sabe como dar uma festa, mas parece que não está se divertindo. — Comentei, apoiando minha cabeça na mão esquerda.
— Eu só consigo me divertir quando as críticas saem, mas talvez você possa me ajudar a relaxar um pouco. — Jonny deu seu típico sorriso cafajeste, passando o olhar completamente descarado por meu corpo, parando mais tempo do que deveria no decote e erguendo as sobrancelhas como se tivesse aprovado a visão. Ele, realmente, já havia me visto nua nos bastidores de seus desfiles, três no mínimo, mas é como o que acontece lá, fica lá. Completamente profissional.
— Não vou transar com você. — Disse, convicta de minha afirmação, arrebitando o nariz e cerrando os olhos incisiva.
— Pena para você. Eu sou muito bom de cama. — Jonny automaticamente perdeu o interesse em mim quando resisti a sua oferta descarada, desviando o olhar para a pista de dança como se estivesse procurando sua próxima caçada. Cruzei os braços na frente do corpo, um pouco irritada, talvez por ele não ter insistido um pouco mais? Afinal, que mulher gosta de ser descartada tão rápido assim?
— Geralmente quem diz isso não faz jus à fama, Jonathan.
Jonny pareceu surpreso por eu chamá-lo com seu nome completo e não o artístico que estava estampado em todos os lugares naquela noite, até mesmo nas lingeries que as modelos usavam, era parte do nosso contrato, por mais que ninguém fosse ver.
Aproveitando o sentimento de que eu havia terminado nossa conversa, ergui o queixo e fui em direção a pista de dança bem no momento que Liz estava saindo, agarrada ao mesmo cara que beijava antes. Seu decote estava um pouco bagunçado e fiz questão de olhar em seus olhos para analisar se estava bêbada, mas não, ela estava só um pouco alegre, com discernimento o suficiente para decidir que queria transar com aquele cara, quem quer que ele fosse.
— Estou indo embora, você quer ir também? — Perguntei, enquanto o cara segurava seu corpo por trás e iniciava uma sessão de apertões que eu não queria ver.
— Não, vou embora com o Brian aqui, não é? — Naquele momento o rapaz parou, encarando minha colega de apartamento.
— Na verdade, meu nome é Matthew.
Depois da fala do rapaz, reprimi uma risada pela situação constrangedora e balancei a cabeça em negativo, pensando em como minha amiga se livraria daquele mal-entendido. A festa estava longe de acabar, mas o relógio já estava marcando 3 horas da madrugada e enquanto andava até a portaria, chamei um UBER para casa, xingando ao ver que o carro mais próximo estava a 15 minutos de distância e a viagem de volta ao Bronx demoraria quase meia hora. Quando finalmente entrei no carro do aplicativo, encostei minha cabeça no vidro e fechei os olhos, sentindo o cansaço me consumir ainda que eu estivesse atenta aos movimentos do motorista, com o celular e chaves em mão, não pude deixar de pensar quando seria a minha vez de ser a estrela e não precisar me locomover para outro distrito
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Backstage love
RomanceEles já se conheciam, mas nunca prestaram tanta atenção um no outro. Ser modelo sempre foi o sonho de Islane Taylor, o mundo da moda a fascina, assim como todos os benefícios que acompanham a fama. Depois de desfilar para tantas marcas, a única coi...