Backstage love

Capítulo 25 - Isla

''Calma, calma...'' Penso.

— Laurent! É bom te ver aqui! — Tento ser o mais simpática possível com o ruivo, que me abraça logo em seguida, como se Jonny não estivesse ali.

— Você que me convidou, se lembra? E você está muito linda. — Posso ver que ele está sendo sincero. Sorrio um pouco sem graça, sentindo o clima pesar quando Jonny estende a mão para Laurent, chamando a atenção que estava ali.

— Fico feliz que tenha gostado do meu vestido, Lauro. — Os dois ainda estão apertando as mãos, enquanto se encarando com a feição fechada que transparece até por de trás das máscaras. Olho ao redor, quase que pedindo um socorro silencioso.

— É Laurent, e você sabe disso. — Laurent recua a mão firmemente e de modo abrupto, limpando no paletó logo em seguida.

O silêncio incômodo se instaura entre nós três, por isso limpo a garganta e quando o garçom passa com a bandeja de prata, alcanço as taças de champanhe, servindo uma para cada.

— Então, acho melhor irmos para a nossa mesa, nos vemos mais tarde, Laurent? — Pergunto, já entrelaçando meu braço no de Jonny.

— Espero que guarde uma dança para mim, Isla.

Apenas balanço a cabeça em positivo enquanto seguimos para a nossa mesa, onde Elizabeth e Matthew já estão nos aguardando, em conjunto com uma Sayuri disfarçada e quase irreconhecível com seu vestido de gala. A cumprimento antes de sentar e conversar com os demais da mesa, eu posso sentir o olhar de Laurent e m mim, mesmo que esteja a mesas de distância.

De repente, me questiono se foi uma boa ideia trazer Sayuri, de modo algum poderia deixar ele se aproximar da nossa mesa e arriscar reconhecer a garota. Ainda não. Nervosa, batuco os dedos na mesa, disfarçando apenas quando os fotógrafos reaparecem, tirando fotos para eternizar esse momento, principalmente quando o discurso do Senador começa.

Ainda acho um absurdo uma festa tão caríssima e luxuosa com a suposta ideia de arrecadar fundos para acabar com a fome infantil, mas o discurso e dele da esposa são tão bem feitos que quase me fazem acreditar nisso tudo. A explicação sobre o baile ser de máscaras chega a fazer sentido: ninguém sabe quem está por trás das generosas doações, e isso que faz ser tão importante e sincero. Mas isso é mentira, todos nos reconhecemos, assim como os fotógrafos e funcionários sabem exatamente os presentes na festividade.

Depois de longos minutos de discurso e canapés servidos, o Senador finaliza seu discurso e começa a ir de mesa em mesa para tirar mais fotos, mas principalmente nas que ele sabe que o dinheiro é quase que 100% certo, como de seus amigos políticos. Por isso, o senador não fica muito tempo em nossa presença, já seguindo para outros convidados. Todos pagamos uma taxa, ou ''doação'', para estar na festa, mas isso nunca é o suficiente.

— Sayuri, fica longe do Laurent, está bem? — Por mais que soe como um conselho, é quase que uma imposição. Se ela perdesse a cabeça, poderia colocar tudo em risco. — É o melhor para todos nós.

— E queremos acabar com isso logo. — Jonny tenta não aparentar o mau humor, mas eu conheço meu namorado e por isso me levanto, ajeitando o vestido brilhante que pode ser visto de qualquer canto.

— Amor, vamos dançar? — A atmosfera da festa não se compara com a da limusine, é tudo mais calmo e clássico, a prova disso é que a música é composta basicamente de violinos o tempo todo.

Andamos até o centro da pista de dança que já está ocupadas por outras pessoas. Jonny coloca sua mão em minha cintura, enquanto eu entrelaço a minha na dele e coloco a outro sob seu braço. Ficamos apenas um passo para lá, outro para cá, mas é o suficiente para parecermos minimamente acostumados a essas festas chiques.