Capítulo 10 - Isla

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I want you to hold me down

Down forever


Você nunca se esquece de como amou alguém.

De como as mensagens de bom dia faziam seu coração acelerar, do mesmo jeito que as de boa noite te proporcionavam uma calma noite de sono e sonhos melhores ainda.

Dos encontros premeditados ou não.

Mas você também se lembra da partida, de como cada célula do seu corpo sofreu com a distância e as expectativas, quebradas tão facilmente quanto vidro, te fizeram cair em lágrimas.

Por isso, a imagem de Laurent, sem camisa, com o Sol batendo em suas mechas ruivas, sentado a beira da minha cama com cara de sono, parecia mais um sonho do que realidade.

— Bom dia, — Sorrir de manhã é uma coisa extremamente rara para mim, mas não nesse momento. Laurent e eu apenas dormimos juntos na mesma cama, principalmente pelo fato de eu termos conversado desde o final da festa, emendando um evento no outro. — Você ronca muito, sabia?

— Admite, você sentiu saudades disso. — Revirei os olhos, tentando não sorrir com aquela afirmação dele, isso porquê por muitas noites eu desejava tê-lo ao meu lado, mesmo que significasse acordar no meio da madrugada com seu ronco alto e nariz entupido. A passos lentos, me aproximei com uma xícara de café recém passado, entregando para o homem e sentando ao seu lado, de repente, essa cama não é tão desconfortável assim. — Eu estava pensando se você quer sair hoje, talvez irmos no One if by Land, Two if by Sea.

— Esse é o restaurante mais romântico de toda NY. — Foi impossível não sentir meu coração titubear dentro do peito, a volta de Laurent podia significar muitas coisas que ainda não havíamos conversado. Apertei minha xícara de café, sentindo o calor aquecer minhas mãos geladas, resultado do dia nublado lá fora.

— Sei disso. Isla, eu falei sério quando disse que estou de volta para valer, e sei que não podemos recomeçar de onde paramos mas estou disposto a tentar. — Pude ver os lábios de Laurent tremerem um pouco antes dele pressioná-los despretensiosamente. — Isso se você estiver também.

— Acho que podemos tentar. — Mesmo que eu não tenha 100% de certeza, parece a coisa certa de se fazer. Seguir meus instintos nunca foi tão fácil, porque eles estão me levando de volta para os braços de Laurent.

— Eu ganho um beijo por isso? — Por mais que as palavras de Laurent tivessem uma conotação brincalhona, havia um fundo de verdade, por isso balancei a cabeça e aproximei meus lábios dos seus, apenas para depositar um selinho, quebrando totalmente suas expectativas de algo mais íntimo.

— Que foi? Você nem escovou os dentes ainda. — Não consegui evitar uma risada, principalmente quando ele, frustrado, caiu de costas na cama, quase derrubando o café e eu fui em direção ao banho para enfrentar mais um dia de trabalho.

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