Eles já se conheciam, mas nunca prestaram tanta atenção um no outro.
Ser modelo sempre foi o sonho de Islane Taylor, o mundo da moda a fascina, assim como todos os benefícios que acompanham a fama. Depois de desfilar para tantas marcas, a única coi...
Isla é minha modelo e sócia minoritária de trabalho, mas isso não significa que nossa relação deve ser estritamente profissional, afinal, nós nos beijamos. Ainda que tenha sido apenas um beijo, é um passo importante na direção que antes eu abominava: relacionamentos. Não, ela não é uma salvadora de corações partidos que magicamente me fará amar, mas essas duas semanas que estive ao seu lado foram as melhores dos últimos anos, isso porque ela não tem medo de me dizer o que pensa, enfrentando-me com uma boca um tanto quanto suja ás vezes, o que contrasta com a maioria dos momentos em que ela é doce, carinhosa e independente.
Eu sempre me atrai por pessoas assim.
— E então, cara? O que essa Isla tem que tá de deixando de quatro assim? Tá congelado aí. — Matthew indagou, levando um pedaço de pão até a boca. — Você não vai em aniversários, ainda mais de pessoas do trabalho.
Pensei em dizer tudo que pensei, mas a feição irônica e prestes a me zoar de Matthew foi motivo suficiente para apenas dar de ombros, como se estivesse alheio ao assunto.
— Ela é legal, interessante e temos trabalhado bem juntos. Só isso.
Decidido a não enfrentar mais perguntas, alcancei meus óculos escuros dispostos na bancada de mármore gélida e virei as costas para Matthew, que disse alguma coisa inaudível, provavelmente por conta da boca cheia de pão com queijo.
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A rua movimentada de carros e motos, com banners suficientes para cegar qualquer um era uma distração para realizar compras, até porquê o barulho ensurdecedor das buzinas tornam impossível uma conversa agradável. Por isso, fiz questão de entrar no shopping e caminhar tranquilamente entre as lojas, tentando descobrir qual o presente ideal para Isla.
Uma bolsa? Quem sabe um sapato de salto? Um dia no spa também é uma ideia boa. Essa mulher ainda vai acabar comigo, nos conhecemos há menos de um mês e já estou no shopping, procurando por um presente e ficando completamente frustrado por isso.
Subitamente, duas mulheres na casa dos 20 anos saem de uma loja completamente iluminada, elas riem e dão pulos de alegria por sua nova aquisição. Tomado pela curiosidade, caminho até a Pandora, parando bem na frente de uma vitrine de mostruário onde uma funcionária me recepciona com um sorriso mecânico.
— Estou procurando um presente de aniversário. — Esclareço, ainda com meu olhar fixo nas dezenas de joias possíveis. Isla não é exuberante, mas também não é simplista, a modelo se encontra no meio termo destas duas características tão opostas.
— Namorada? Amiga? Mãe? — A atendente questiona, tirando uma caixa acolchoada da vitrine para que eu possa ter mais contato. Sei que a pergunta é totalmente profissional, mas automaticamente meu corpo se retraí defensivamente, com a incerteza de minha própria resposta.
— Amiga, parceira de negócios.
Não preciso olhar muito, pois o presente escolhido está bem a minha frente.
