Capítulo 13 - Isla

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10 ligações perdidas e 15 mensagens no whatsapp, todas ignoradas com sucesso. Durante mais de um semana, Laurent tentou se reaproximar a qualquer custo, aparecendo em meu apartamento do nada, enviando flores que iam direto para o lixo, mas ele sem dúvidas havia perdido completamente a noção. 

— Filha? Está tudo bem? Um homem me ligou, perguntando de você, falando que não te achava...  — A voz de minha mãe era nervosa e tensa. 

— Espera, o quê? Quem te ligou, mãe? — ''Por favor, que não seja ele....''

— Um tal de Laurent, ele disse estar preocupado. 

— Mãe, eu to bem, juro... Ele é um cara que eu estava saindo e não deu certo, está bem? Agora eu preciso sair, te amo. 

— Também te amo, filha. Se cuida, que Deus te abençoe. 

Elizabeth, que estava sentada no nosso sofá enquanto tomava um shake verde me olhou curiosa, tentando entender o porquê de eu estar andando de um lado para o outro a procura das chaves de casa e minha bolsa. 

— Acredita que o Laurent ligou para a minha mãe? Minha mãe! — Brandei, completamente irritada pela falta de senso que o homem estava tendo. 

— Ele está obcecado por você ou é impressão minha? — Os olhos de Liz se fixaram em mim por alguns segundos, o que me fez parar e dar de ombros. 

— Isso acaba hoje. 

O caminho até o hotel de Laurent demorou pois o trânsito estava congestionado, o que aumentou ainda mais minha raiva, assim como o provável fato de que ganhei zero estrelas do motorista do UBER, já que sem querer bati a porta de seu carro com mais força do que pretendia. O hall do salão, grande o suficiente para me fazer passar despercebida foi nada mais que um borrão, até que entrei no elevador e apertei o nono botão. 

Quarto 903, ele havia me dito anteriormente. 

Andei pouco até alcançar sua porta, e assim que cheguei, bati com força na madeira, o que chamou a atenção de uma família que estava indo em direção ao elevador. Como Laurent não me atendeu, bati de novo com a mão fechada, torcendo que assim o incomodasse mais antes que alguém chamasse os seguranças por distúrbio da paz. 

— Você não queria falar comigo? Abre essa porta, Laurent. — Berrei, até que vi a maçaneta subir e descer junto ao barulho de ''click'' do cartão de liberação. Laurent, com os olhos fundos de ressaca, me encarava enrolado em um roupão branco macio enquanto tentava decidir se estava feliz ou irritado por me ver. 

— Podemos nos encontrar no bar daqui a dez minutos? Eu já estou descendo. — Percebi que ele encostou a porta, evitando minha visão do interior do quarto. Cansada daquela situação, de ser enganada, jogada para um lado e outro, empurrei Laurent, andando até o centro de seu quarto, e foi quando percebi o motivo dele não querer minha presença ali. 

Uma mulher, aparentemente da minha idade, exibia-se completamente nua na cama de Laurent, com os pulsos amarrados na cabeceira, ela levou um susto quando me viu, mas não conseguiu se cobrir. Em respeito a ela, ou desconforto meu, apenas desviei o olhar, como se somente Laurent e eu estivéssemos no quarto. 

— Você ligou para a minha mãe, Laurent! Isso tem que parar agora!

— Isla, o que eu podia fazer? Você não me atendia, ignorou todas as minhas mensagens. — O ruivo se aproximou de mim, fazendo com que eu desse um passo para trás, mas ele apenas passou a mão pela minha lateral até alcançar a caixa de charutos e acendê-lo depois de alguns segundos. 

— Porque eu não quero falar com você, entendeu? Você foi e está sendo um escroto. — Meu tom de voz aumentou, no canto do olho pude ver a mulher da cama se remexendo, mas minha atenção estava totalmente focada em Laurent. 

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