Capítulo 1

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Após todo o caos que se instalou nos últimos dias na vida de Meredith, ela achou que finalmente após o diagnóstico incrível de Andrew, que fez finalmente Richard ficar fora de perigo, ela poderia ir para casa descansar e ficar com seus filhos, afinal, eles a faziam se sentir bem independente de qualquer coisa.

Em seu caminho para a saída do hospital encontrou o Dr. Cormac Hayes, que lhe convidou para tomar algo e comemorar o sucesso do dia, que foi notícia por todo o hospital, e apesar de se sentir muito feliz e com vontade de comemorar tudo aquilo, o cansaço era maior e ela recusou. Além disso, aquilo era o tipo de coisa para ser comemorado ao lado das pessoas que amava, ou seja, suas irmãs, principalmente Maggie que viveu com certeza a mesma angústia que ela, afinal era de Richard, seu pai, de quem estavam falando. E acima de tudo, ela sabia que não poderia comemorar essa vitória sem Andrew.

Embora Meredith tenha participado do processo do diagnóstico, ela sabia que se não fosse por Andrew e a técnica tão bem estruturada que a Dra. Riley o fez aprender para o caso de Suzanne, provavelmente eles teriam feito diversos procedimentos sem necessidade em Richard, ou pior, talvez ele não tivesse resistido. Ambos trabalharam incansavelmente por dias atrás do diagnóstico, e esse trabalho resultou em um resultado incrível que salvou a vida de Richard Webber.

Foi enquanto pensava nisso que ela avistou Andrew sentado em um corredor do hospital, totalmente transtornado. Ela e Carina tinham certeza de que Andrew estava desenvolvendo a mesma doença de seu pai, apesar de não aceitar o diagnóstico, ele demonstrava claramente estar passando por um episódio de "mania", e precisava urgente ser medicado.

Ela foi até ele e o levou para casa, antes de irem ela chamou um psiquiatra do hospital e conversou com ele brevemente sobre o estado de Andrew, que, pela descrição dos fatos tinha quase certeza de que Andrew realmente estava desenvolvendo os sintomas de bipolaridade, e passou um medicamento para acalmá-lo naquele momento, mas alertou sobre a necessidade de acompanhamento para o diagnóstico e tratamento específico.

Após o medicamento, Meredith o levou para seu carro, e ele não recusou. Durante o trajeto ambos ficaram em silêncio. Meredith estava em dúvida se deveria levar Andrew para sua própria casa, mas por conta das crianças, resolveu seguir para casa dele.

Andrew estava totalmente apático, lágrimas ainda marcavam seu rosto, embora não chorasse mais. O remédio estava fazendo efeito e ele sentiu seu corpo começar a relaxar e pegou no sono.

Ao estacionar o carro Meredith ligou para Maggie explicando toda a situação, a irmã prontamente ofereceu ajuda e a mesma pediu que ela ficasse com as crianças, pois provavelmente ficaria a noite ali na casa de Andrew.

Meredith tentou chamar Andrew, sem sucesso. Ela sabia que o remédio que o psiquiatra lhe dera era forte, e sem saber o que fazer ela acabou se entregando ao cansaço e adormecendo ali no carro mesmo, enquanto pensava no que fazer.

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Algum tempo depois

Ponto de vista de Andrew

Acordei confuso e dolorido, tenho quase certeza de que me deram alguma coisa para dormir. As pessoas insistiam em dizer que eu estava dormindo pouco esses dias, mas elas não entendiam que eu precisava salvar vidas, médicos são assim, principalmente eu, como residente, ainda tenho muito o que provar para me tornar um grande cirurgião, e por isso, não posso parar.

Nós médicos, na maioria das vezes, colocamos a carreira na frente de tudo, e esquecemos, ou simplesmente não damos importância para nossas necessidades básicas. Não é a toa que vemos tantas histórias de médicos que passam por diversos surtos ou desenvolvem doenças sérias. Nós temos a mania de não seguir as próprias orientações que passamos aos pacientes. Se um paciente chegar no hospital dizendo que estava a 5 dias sem dormir como eu estava, eu com certeza lhe daria uma bela bronca.

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