Capítulo 20

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Ponto de vista de Andrew

Meredith me abraçou e eu quase pude esquecer tudo o que estava acontecendo por um momento, mas eu precisava dar uma resposta para a chefe Bailey se aceitaria ou não a proposta do Grey-Sloan, e isso não poderia acontecer sem antes conversar com Meredith.

Ela foi em direção a uma das camas e sentou:

- Por favor vamos sentar.

Me sentei em sua frente e a olhei:

- Mer, eu...

- Não... espera Andrew, por favor, me deixa falar primeiro.

Eu assenti, ela respirou fundo e me olhou:

- Andrew, eu amo você, eu amo estar com você, eu amo a forma como você cuida de mim e dos meus filhos. Você não tem ideia do quão difícil é para eu admitir isso, mas realmente eu amo você.

Eu não pude deixar de sorrir, e ela continuou:

- E por te amar assim, e também por saber que o sentimento é recíproco eu preciso começar a ser sincera com você.

Um arrepio passou por meu corpo, ela iria terminar comigo, e embora eu não estivesse disposto a aceitar isso, eu sabia que se ela realmente decidisse isso, seria impossível convencê-la a voltar atrás.

- Você precisa ir para São Francisco. Eu não posso ficar entre você e sua carreira, e nem quero isso.

- Mer...

- Não Andrew, me deixa continuar.

Eu continuei olhando para ela, que então se levantou e começou a andar de um lado para o outro, enquanto eu tentava acompanhá-la com o olhar:

- Andrew, eu nunca fui muito boa em vomitar sentimentos, mas de alguma forma, muita gente sabe muito sobre a minha vida nesse hospital, provavelmente porque algumas das coisas mais importantes dela acontecerão aqui. 

Ela parou e me olhou, tentou sentar, mas logo levantou e continuou falando:

- Quando eu comecei a residência eu tinha inúmeros traumas psicológicos, minha infância foi uma droga, minha mãe nunca esteve presente, e ainda me levou embora me tirando também do meu pai. Eu não pretendia voltar para Seattle nunca na minha vida, mas então ela ficou doente, e pediu que eu fosse a única a saber sobre isso. Era tudo uma droga, eu precisei esconder seu segredo, e ainda precisei me candidatar a fazer residência aqui, no Seattle Grace na época. Esse hospital onde eu tinha passado grande parte da minha infância mendigando atenção da minha mãe.

Nesse momento eu também me levantei, ela me olhou assustada:

- Senta!

Eu obedeci, e ela continuou:

- Tudo isso me fez ter problemas, eu fiz muita terapia para aceitar estar em um relacionamento sério com o Derek, eu não sabia o que era ser amada por alguém. É claro que meus pais me amaram, do jeito deles, mas o fato é que eu não sabia o que era ter uma família, ter raízes, ter pessoas em quem você pode confiar. Até eu voltar para Seattle e conhecer o que hoje eu posso chamar de minhas raízes. Cristina, Alex, Izzie e George, foram meus primeiros amigos aqui. Bailey minha mentora, e quase uma mãe. Com o Richard eu tive dificuldades para aceitar, depois que eu descobri que ele teve um caso com a minha mãe, mas ainda assim ele nunca desistiu de mim, e hoje eu posso afirmar que ele é o mais perto de um pai que eu já tive, além das outras pessoas que passaram por minha trajetória durante esses anos e foram tão importantes.

Então ela sentou novamente em minha frente, eu via seus olhos cheio das lágrimas que estavam se formando, mas ela se manteve firme e continuou falando comigo:

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