Capítulo 2

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Ponto de vista de Meredith

Eu acho que acabei dormindo no carro por alguns minutos enquanto pensava em como iria acordar Andrew para entrar em sua casa. Fui acordada por um barulho de choro, abri os olhos assustada e o vi, mais uma vez chorando desorientado. Coloquei uma mão em seu ombro como sinal de afago e ele me olhou, eu coloquei a mão em seu rosto e tentei acalmá-lo:

- Andrew está tudo bem. Vamos entrar em casa, você precisa tomar um banho e descansar.

- O que aconteceu Meredith? Nós precisamos voltar para o hospital, temos pacientes – Ele falou em meio às lágrimas.

Eu desci do carro e abri a porta dele o puxando pelo braço:

- Nós não temos pacientes Andrew, nós precisamos de um banho, comer e dormir, venha eu já peguei a chave na sua mochila.

Ele me acompanhou e entramos em sua casa. O psiquiatra me deu algumas dicas sobre o que fazer nesse primeiro momento, e o principal era fazer com que Andrew se sentisse relaxado. A medicação ajudaria nisso, mas ele precisava do descanso. Um banho, hidratação, comida e sono eram primordiais para que seu cérebro voltasse à razão. Ele ainda me alertou de que talvez ele ficasse confuso e até de uma possível falta de memória acerca de tudo o que aconteceu nos momentos de crise, e que isso poderia desencadear uma grande depressão quando ele se lembrasse. O psiquiatra me disse que ele provavelmente iria querer me afastar, já que eu fui uma das que ele mais agrediu nesse período, e que se eu quisesse realmente ajudar deveria me preparar para isso. "Ele vai precisar de apoio das pessoas que ama para entender que está doente e que deve se tratar" disse o Dr. Sen, então nesse momento eu sabia que Andrew precisava do meu apoio.

Eu levei Andrew até seu quarto, e o ajudei a se despir o deixando só de cueca e colocando-o dentro do chuveiro.

- Andrew tente relaxar, leve o tempo que precisar no banho, eu vou tomar banho no outro quarto, e já volto para ver como você está, e depois vamos comer alguma coisa.

Ele acenou positivamente com a cabeça e antes de sair fiquei observando da porta ele tirar a cueca e depois fechar os olhos e deixar com que a água escorresse por seu corpo.

Peguei algumas roupas minhas que ainda tinha na casa de Andrew e fui para o outro quarto tomar um banho. Levei mais tempo do que eu planejava, mas depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, eu também merecia isso. 

Voltei ao quarto e parei na porta, Andrew já estava vestindo suas roupas. Já tinha colocado uma calça e estava com uma camiseta nas mãos. Ele parecia mais calmo, ao menos não estava chorando, mas seu rosto ainda era apático, ele estava sentado na cama olhando para o nada. Eu dei duas batidas de leve no batente da porta e disse:

- Andrew venha, vamos comer alguma coisa e depois a gente dorme.

Ele me olhou, vestiu a camiseta que estava na mão e me acompanhou.

Eu procurei o que poderíamos comer pela cozinha, mas não tinha muitas opções, por fim achei um queijo na geladeira e pão no armário e consegui fazer um sanduíche para nós. Andrew já estava na mesa, e quando eu coloquei o sanduíche com o copo de água em sua frente ele me olhou e disse totalmente sem emoção:

- Eu realmente estou sem fome.

- Andrew, por mais que esteja sem fome, você precisa comer e beber alguma coisa, por favor, pelo menos metade desse lanche e esse copo de água e depois eu prometo que te deixo dormir em paz – Eu forcei um sorriso e ele assentiu.

Por fim ele comeu o lanche inteiro e nós fomos para seu quarto. Antes de subirmos eu dei mais um comprimido que o psiquiatra havia me indicado para ele dormir bem, Andrew tomou sem questionar.

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