Capítulo 24

428 37 138
                                    

ΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨΨ

Ponto de vista de Andrew

Depois de alguns segundos de silêncio após ela ter feito a proposta para eu morar com eles, eu olhei novamente para Meredith e disse:

- Você tem certeza disso Mer?

Ela revirou os olhos:

- Ah Andrew, eu não sou mais uma adolescente, e você, apesar de ser mais novo do que eu, também não é. As crianças te adoram, e vivem me perguntando porque você não mora com a gente. Nessa última semana quando falei que você viria para cá, no meio da conversa o Bailey insistiu de que você deveria se tornar pai dele, e a Ellis claro não deixou por menos, e disse que se você fosse pai dele teria que ser dela também. Tivemos que ouvir aquele discurso da Zola, explicando que mesmo que você seja muito legal e seja quase como um pai, eles já tinham um pai, e não seria justo com o Derek, porque ele tinha nos deixado porque morreu salvando vidas, e não porque ele quis como os pais biológicos dela. E claro que o discurso os deixou emburrados, e então a Ellis perguntou se você não poderia pelo menos morar lá com a gente, porque segundo uma amiguinha da escola dela, quando ela falou que você era o padrasto dela, a amiguinha disse que se você não morava com a gente, você só era o namorado da mamãe, e não poderia nem ser chamado de padrasto.

Eu fiquei um pouco surpreso com isso, e só o que consegui falar foi:

- E o que você respondeu para tudo isso?

- Eu tive que dizer que a Zola estava certa. Que você era muito importante nas nossas vidas, mas não vai substituir o Derek, mas falei também que eles te chamarem de pai não quer dizer que eles amem menos o Derek por isso. Ainda tive que ter aquela conversa com a Zola, de que muitas vezes os pais são obrigados a dar os filhos para outras pessoas criarem mesmo não querendo isso, e que isso não significava que ela não foi amada por eles.

Ela respirou fundo e continuou:

- E depois de tudo isso eu tive que convencer a Ellis e o Bailey de que te chamar de pai ou padrasto não ia mudar nada em relação ao sentimento que você tem por eles, ou que eles tem por você. Mas que se eles queriam isso mesmo combinamos que quando você voltasse de São Francisco nós poderíamos conversar com você juntos sobre essas questões e sobre como você gostaria de que eles te chamassem, e eles me fizeram prometer que eu falaria com você para você ir morar com a gente.

Eu sorri, pois afinal pela primeira vez nós estávamos tendo uma conversa sobre evoluir a nossa relação, e eu sabia o quanto isso era difícil para a Meredith, ainda mais levando em conta a minha doença. Mas ver que ela e as crianças pensaram em tudo isso, e saber que eles sentem isso por mim me deixou orgulhoso, eu sabia que minha doença estava controlada e que mesmo assim eu teria que continuar me tratando pelo resto da vida para não voltar a ter crises, mas agora mais do que nunca, eu via que tudo isso valia a pena. Pelos quatro tudo valia a pena.

Eu segurei o rosto dela e a beijei, e então olhei em seus olhos e disse:

- Eu nem sei o que te dizer Meredith. Eu sinto mesmo como se eles fossem meus filhos, eu amo você e amo as crianças, vocês são minha família. Eu vejo como a Ellis e o Bailey ficam envergonhados quando as vezes sem querer me chamam de pai, eu sempre pensei que eles não quisessem isso, por isso sempre preferi não falar nada. Mas agora eu imagino que eles fiquem assim por causa desses discursos da Zola.

Nós rimos, a Meredith confirmou com a cabeça e disse:

- Ahhh com certeza, você sabe como a Zozo pode ser persuasiva não é? Falando nisso, você vai ter que fingir pra eles que eu não te contei nada disso, porque segundo ela, se eu te contasse você poderia ficar triste e não vir mais pra cá por causa deles e prejudicar sua carreira.

Head Over FeetOnde histórias criam vida. Descubra agora