Capítulo XIII

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- Pode ser amanhã?
Respondi pegando minha pasta.
- Por favor, só um minuto!

Olhei em seu rosto, pedindo com toda educação não consegui recusar. Deixei a pasta em cima da mesa, encostando na mesma com os braços cruzados.
Ela se sentou a minha frente, ajeitando a gola da blusa, puxando a saia em direção ao joelho.
Fiquei observando seus movimentos .

Então? Respondi tentando continuar a conversa, pra encerrar o mais rápido possível.
-Você não gosta de mim por qual razão? Perguntou com uma calma absurda.
Eu não tenho nada contra você , falei olhando em direção aos meus pés.
- Porque você é o único aqui na Sold que mal conversa comigo? Poderíamos ser amigos, como sou de todos aqui. Tenho uma convivência tranquila com todos, menos com você John William. Falou encarando meus olhos.

Me desculpa se entendeu que não gosto de você, é que nós não estamos acostumados a trabalhar com mulheres.
- E infelizmente sou mulher? - É disso que se trata?

Falou alterando sua voz, ficando vermelha.
- Não foi isso que eu quis dizer.
- Eu entendo perfeitamente o quis dizer senhor John. Espero que se acostume comigo, para ter um clima melhor no trabalho.
- Vou me esforçar pra te provar que serei melhor que qualquer homem aqui na Sold.
Falou e se levantou nervosa.
- Obrigada pelo esclarecimento!
Se virou pra sair segurei em sua mão.
- Não gosto do que pensa de mim, eu não tenho nada contra mulheres, principalmente contra você.
Demonstrou isso, me colocando naquela sala bem longe de você!

Disse com a respiração agitada, estávamos tão próximos que senti um clima de tensão entre nós. Sua boca abria e fechava, parecia querer falar algo, mas desistiu ,eu estava querendo beijar aquela boca mais que tudo. A atração ficou presa entre nós naquele momento. Engoli seco voltando a minha postura.

-Desculpa qualquer mal entendido Carolina. Sai deixando um clima quente quase queimando.
Entrei no carro parecendo que estava numa esteira correndo a 50 quilometro por hora. Nunca senti tanta vontade reprimida, aquilo estava me deixando totalmente louco.

Cheguei em casa minha mãe ainda estava lá, guardado algumas camisas no armário.
- Oi mãe! A beijei rapidamente, colocando minha pasta sobre o criado do meu quarto.
- Oi meu amor! O que está acontecendo com você? Está andando diferente esses dias.

Ela me conhece demais pra não sentir o que estava havendo.
- Mãe estou cansado, preciso de um bom banho só isso. Sai tentando disfarçar minhas feições.
- Filho! Segurou minha mão me fazendo olhar pra ela.
- Diz logo o que está te afligindo?
- Mãe, quando você conheceu meu pai, como foi?
- Porque essa pergunta agora?
- Sinto que não sei nada de relacionamentos.
- Tudo bem sente se aqui. Falou mostrando um espaço em minha cama.
Sentei ao seu lado.
- John, eu me casei com seu pai muito nova, não entendia nada de relações.
Seu pai foi me conquistando a cada dia. Cumplicidade e amor sempre estava presente.

A paciência e a amizade nos manteve unidos até seus últimos dias.
Suas preocupações irão embora quando encontrar a pessoa certa.

Ela foi embora e eu me deitei  depois do banho e dormir.

Preconceito (Em Breve Será Retirado)Onde histórias criam vida. Descubra agora