Preconceito (Em Breve Será Retirado)

Capítulo lll

CAPITULO III

Durante o percurso, pensei em minha vontade de me demitir da joalheria. Ganhava um salário miserável, trabalhava muito e minha gerente, estava cada dia mais desagradável. Estava cansada de ouvir tantas reclamações, e as minhas contas cada vez mais no vermelho, me deixando preocupada.

Resolvi olhar outro emprego, um que eu pudesse ter um salário digno, ou que pelo menos desse para pagar as contas.

Passei por uma banca de jornais comprei e olhei os anúncios de emprego. Por incrível que pareça encontrei um que teria uma entrevista hoje.
A Sold Imóveis estava oferecendo uma vaga na área de vendas.

Como vendia jóias, poderia tentar vender imóveis. Um emprego que oferecia um salário três vezes melhor, que eu estava ganhando.

Olhei para o relógio em meu pulso, faltavam duas horas para começar as entrevistas. Liguei pra uma amiga que trabalhava comigo a Vick, pedi pra dar uma desculpa e caminhei para a entrevista.

A Sold Imóveis era no centro de Londres, ficava num prédio rústico e muito bonito. Ainda bem que eu estava apresentável, mas mesmo assim, parei enfrente a um espelho na entrada, verificando como estava. Consertei a gola da minha camisa social branca, e prendi alguns fios soltos de cabelo que caía sobre meu rosto. Enchi os pulmões, e com muita determinação perguntei a recepcionista onde era a entrevista.
Ela me respondeu que seria no segundo andar, indo pelas escadas à direita eu encontraria a sala.

Tinham quatro homens, com suas pastas nas mãos sentados aguardando. Imaginei que com certeza, que estavam ali, para a entrevista. Alguns deles tentaram conversar comigo, mas entendi que o papo não seria profissional pela forma com que me olhava.

Um rapaz simpático, estava recebendo os currículos. Perguntei a ele, quem estava fazendo as entrevistas. Muito sorridente, respondeu que era um dos sócios da imobiliária, que estava entrevistando.

Usando meu charme, disse a ele que gostaria de fazer a entrevista. Educadamente ele me pediu o currículo. Rápidamente expliquei a ele que tinha acabado de ler o anúncio. E que não tinha preparado nenhum currículo, por falta de tempo. Ele me olhou complacente, e falou que iria tentar me ajudar.

Perguntou meu nome, algumas outras informações profissionais e foi anotando em uma folha branca. Depois de todas anotações, pediu para aguardar um pouco, que logo iriam me chamar.
Agradeci com um aperto de mão, muito feliz, pela ajuda do bondoso rapaz.

- Obrigada... Gostaria de saber o seu nome, porque sem currículo, sei que não seria possível conseguir fazer essa entrevista.

- Meu nome é Mario Santos, ele disse novamente sorrindo. Estou ao seu dispor Sta Carolina.

Agradeci com uma enorme satisfação, e fui me sentar em uma das cadeiras. Peguei uma revista, comecei a folhear. Tentando distrair minha ansiedade. Minutos depois, ouvi um dos homens que aguardava, comentou com outro. -¨Ouvi falar que o emprego é só pra homens¨

Bateu-me um desânimo, mas não desisti. - Porque as mulheres, não poderiam vender imóveis?
Acho isso muito preconceituoso pensei comigo, ainda folheando a revista.
Ouvi chamar todos os homens que estavam ali não sobrando ninguém.

Levantei-me e fui até o Mário.
- Pois não senhorita?
- Gostaria de saber se vai demorar muito, porque o último a fazer a entrevista já foi embora tem meia hora e ninguém me chamou ainda.
- Desculpa, vou ver o que aconteceu.

[...]

- Pegou o telefone e discou um número, ouvir ele dizer.
- A senhorita está aguardando para entrevista.
Desligou depois de alguma resposta.
-Então?- Perguntei.
- Pode entrar Sta Carolina.