Um dia especial

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Já fazia mais de uma semana que Emma estava lendo o livro emprestado por Regina.

As duas ainda não tinham se visto, apenas trocavam mensagens, e ficavam até tarde falando pelo celular. Mas alguma coisa estava estranha aquele dia, era segunda, e Regina não respondia às suas mensagens, e nem atendia o telefone, Emma pensou um pouco, na verdade pensou muito ela não conseguiu se concentrar no trabalho, ficou todo o dia pensando no que poderia ter acontecido, e só vinha em sua cabeça coisas ruins,como acidentes e mortes. "Aí Emma,vai até ela,usa a desculpa do livro, afinal a ideia nem foi sua, vai só pra ver se aconteceu algo com ela,se está bem" Emma pensava sua cabeça já doía, ela olhou para o relógio em seu pulso, e decidiu ir até a morena.

Ao chegar na casa dela, bateu na porta mas ninguém atendeu,ligou no telefone da casa, e no celular e nada, ela foi com a mão na maçaneta,e para sua surpresa a porta estava destrancada, entrou chamou pelo nome de Regina, mas não obteve resposta,então ela andou pelo apartamento, e nada da mulher,o único lugar ao qual ainda não tinha ido era o quarto,ela caminhou até ele a porta estava aberta, do lado de fora mesmo viu Regina deitada, parecia estar dormindo, ela estava dormindo, Emma ia saindo tentando não fazer barulho,mas antes mesmo de se virar em direção a porta, Regina se mexeu acordando, e disse confusa: - Emma?O que faz aqui? Não, como entrou aqui?

- Desculpa Regina, é que eu fiquei preocupada, não me atendeu hoje, e eu também terminei o livro. Emma disse, balançando o livro na mão. Regina esfregou o rosto, o qual não parecia nada bem, ela tinha a aparência de quem não tinha dormido a noite, e ainda tinha chorado. Emma percebendo sentou se ao seu lado,e disse preocupada: - Tá tudo bem? Parece cansada?

- Eu estou bem, é que hoje seria aniversário do meu pai, ele faria 64 anos,e eu...eu. Regina diz com a voz embargada,não conseguindo terminar a frase. Emma segura em sua mão, e logo a abraçou acariciando suas costas, ficando alguns minutos ali com ela sem dizer nada,apenas a consolando. Regina um pouco melhor se afastou, secando o rosto, e sorrindo de leve ela disse:
- Obrigada, hoje também é o dia que eu costumo passar só, sentindo minhas dores, mas você aqui me deixa menos triste.

- Tá bom, hum...que tal um café?

- Café adoro,vamos.
Regina disse puxando ela pelo braço até a cozinha. Emma observava, a morena preparando um café e um lanche, ela ficava perturbada, e ao mesmo tempo encantada com aquela mulher, que para ela era como um quebra cabeça de mil peças,e ela era terrível em montar quebra cabeças.Pois por mais que tentasse entender Regina,ela falhava miseravelmente.

- Então o que achou do livro?

A voz de Regina tirou Emma de seus pensamentos,a qual sorriu dizendo: - É triste, e lindo, e meu Deus, muito triste eu confesso que chorei muito, como que um erro de comunicação tão banal, mata os dois, eu não quero ler novamente,você não pensou no meu sofrimento.
Regina sorria da mulher a sua frente, a qual estava gostando de ver aquele sorriso novamente. As duas lancharam,e seguiram para sala.

- Quer assistir há um filme que eu amo muito?

Regina perguntou olhando para loira que disse sorrindo: - Querer eu quero, mas quem me garante que não é mais uma história com um final triste.

- Eu garanto que essa história é linda demais, se não gostar pode fazer o que quiser comigo, desde que eu não saia machucada ou morta.

Emma sorriu, apontando a TV, assim Regina pegou o DVD fazendo de tudo para que ela não visse a capa,e colocou para rodar, depois se jogando no sofá, deitando a cabeça no colo da loira, que não disse nada, logo foi com os dedos acariciando os cabelos, e cabeça de Regina, a qual acabou dormindo novamente.
Duas horas e quinze depois Emma estava chorando pelo final do filme, e com uma mulher dormindo em seu colo, a qual ela sacudiu de leve o ombro, acordando a mesma, que estava tão cansada que acabou babando um pouco na perna da loira, que não disse nada apenas sorriu e limpou,Regina ao notar limpou o canto da boca, ficando vermelha pela vergonha, e disse:
- Me desculpa,eu não costumo dormir durante esse filme,e muito menos babar nos outros.

Foi quase sem quererOnde histórias criam vida. Descubra agora