capítulo 20

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Para esse capítulo preciso que vocês escutem "Are you bored yet?". É a música que a banda OrgasmÓpolis vai tocar na festa. A música tá na playlist da fanfic. Quando pedir dêem play.
[...]

Eu: Três coisas: (1) Não quero deixar você com nojo, mas tenho dedos dos
pés super compridos. São meio assustadores.

(2) Escrevo poemas muito ruins
quando sinto pena de mim mesma.

(3) Odeio desenho animado, mesmo os
feitos para adultos.

AN: (1) meu dia predileto da semana é a quarta-feira. admiro o caráter
intermediário dele.

(2) aposto cem pratas que os dedos dos seus pés são
bonitinhos.

(3) tive uma fase no nono ano em que pintava as unhas de preto.
sim, eu achava O MÁXIMO.

Eu: Vai à festa hoje à noite?

AN: não faça isso.

Eu: não faça o quê?

AN: não tente descobrir quem eu sou. por favor. simplesmente não tente.

Eu: Não entendi.

AN: confie em mim, certo?

• • •
Eu: DIVIRTA-SE ESTA NOITE NO BAILE! Você está maravilhosa.

Dinah: Obrigada. É uma das minhas melhores selfies, se me permite dizer.

Eu: Não faça nada que eu não faria. Na verdade retiro o que disse.

DIVIRTA- SE.

Dinah: Ah, eu pretendo...

Notou as reticências aqui? Porque foram intencionais.

Eu: Notei as reticências.

Dinah: Bom. Só estava me certificando.

Agnes me maquia com pelo menos 15 pincéis diferentes. Quando termina,
joga o meu cabelo para trás dos ombros e me faz olhar para o espelho.

– Voilà! – diz, como se tivéssemos acabado uma cena de transformação
completa num programa de TV.
Olho e sorrio para o rosto que pisca de volta.

– Uau! – exclama Ally, que bate palmas entusiasmada. – Você está in-crí-vel.

– Obrigada, queriiiida – digo.

Nos juntamos para uma selfie em grupo, já que todas estamos ótimas, e
assim que aprovamos a foto, depois de apenas três tentativas, a Agnes posta no Instagram.
Ally concordou em ser a motorista da noite, já que beber piora a sua síndrome do intestino irritável. Fico sabendo que a Ally tem um tanto do que ela chama de doença de nerd: intestino irritável, asma, síndrome de túnel do carpo, miopia.
Todas nos enfiamos no carro da mãe dela e ligamos o rádio. Estou me sentindo uma adolescente normal indo para uma festa normal numa noite de sábado normal. Pelo menos por um tempo tiro e deixo para trás a minha mochila secreta de sofrimento.
Gem mora numa mansão. No alto de um morro. Atrás de um portão. Escondida por uma cerca viva de três metros de altura. Damos a volta na casa para chegar ao quintal dos fundos, onde as pessoas estão acomodadas em sofás em volta da
piscina com vista para o horizonte infinito. Um bar elaborado foi montado numa churrasqueira e há um palco de verdade no gramado, com sistema de som profissional. Fico aliviada ao saber que a Gem e a Crystal provavelmente nem
vão notar que estou aqui.

– Bebidas? – pergunta a Agnes, que sem esperar pela minha resposta agarra o meu pulso e então eu agarro o da Ally.
Vamos para o bar, que está cheio de garrafas, presumivelmente furtadas dos estoques dos pais de todo mundo.

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