Levi
Cinnamon passou por mim rápido igual a um torpedo, depois Doppler e Rayner o seguiram na mesma velocidade.
Eu rodopiei na água e lutei para retomar o equilíbrio. Assim que a tontura passou eu disparei até alcançá-los, remando a toda velocidade com a minha cauda tão mais comprida que a deles.
"Vergonhoso. Um oráculo perdendo a corrida para dois selkies." Disse Cinnamon, me olhando por cima do ombro.
"Ah, é? Você também não está os ultrapassando!" Eu gritei para aquele metido à besta.
"Porque eu não quero." Ele nadou de costas para falar comigo e ainda assim eu não conseguia alcançá-lo.
Rayner e Doppler pararam de repente e Cinnamon colidiu de costas com eles. Bem feito.
"Ali. Encontramos." Rayner apontou na escuridão marinha adiante, onde havia uma imensa coisa branca se movendo.
"Um iceberg?" Eu perguntei, enfim os alcançando.
"Seu nariz é uma vergonha ainda pior." Disse Cinnamon. "É uma beluga."
Eu concordei com a cabeça, fazendo cara de inteligente. Beluga era um tipo de iceberg?
Doppler bateu palmas, animado.
"Não se preocupe, bonitinho, também será a minha primeira vez caçando em grupo. Aliás, é a minha primeira caçada grande de modo geral, as outras vezes foram os peixes que capturei para você." Disse Doppler.
"Ah, então os peixes dele você come." Rayner afinou os olhos pra mim.
"Não era como se existisse um Burger King no caminho para cá." Eu respondi.
"Silêncio, a baleia vai ouvir vocês." Disse Cinnamon.
"É uma baleia ou uma beluga, afinal?" Eu perguntei.
Cinnamon revirou os olhos como se eu fosse um imbecil.
A coisa enorme e branca começou a se aproximar lentamente. Era emocionante demais! Eu tinha medo de passar vergonha, mas nossa, eu estava mesmo caçando com criaturas mitológicas no fundo do mar! E eu era a criatura mais mitológica de todas!
Era um pouco estranho estar cercado de três homens grandes, masculinos e musculosos, até mesmo o Cinnamon era maior do que eu, mas eu estava me divertindo só por ter sido convidado.
Uma cauda vermelha, uma marrom e uma verde com barbatana lilás, as três balançando no mesmo ritmo enquanto que os três rapazes armavam sua postura de ataque. Ombros tensos, olhos atentos, dentes expostos.
Eu tentei imitá-los, mas devo ter falhado miseravelmente.
"Vou nadar na frente e distrair o animal, quando ele se virar o Cinnamon vai morder a cauda e, se possível, arrancá-la." Disse Rayner.
"Isso é meio brutal." Eu disse.
"E quanto a nós dois?" Perguntou Doppler.
"Depois de a baleia exalar você deve morder o respirador, não a deixe respirar para que canse mais rápido. Leviathan, você trouxe o canivete?"
"Tá aqui." Eu mostrei o canivete na minha mão.
"Ótimo. Você espera a baleia cansar e ao meu sinal perfura o olho. Se enterrar o canivete fundo o bastante vai alcançar o cérebro."
Eu torci a boca, querendo vomitar.
Os outros não demonstraram nenhuma repulsa, na verdade eles pareciam ainda mais entusiasmados.
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O Arauto da Destruição [AMOSTRA]
RomansAMOSTRA: 30% da história disponível. Leia completo na loja Kindle da Amazon! Dividido entre a normalidade de sua vida estudantil e a intensa, porém perigosa, jornada como Oráculo dos Tritões, Leviathan precisa tomar decisões que mudarão para sempre...