Capítulo 2

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- Seu pai quer que você se demita? - Nina arregala os olhos.

- Sim. - Balanço a cabeça em confirmação.

- Por quê?

- Ele soube sobre Heitor. - Suspiro alto.

- O que a vida particular do meu irmão tem a ver com seu trabalho? - Ela revira os olhos.

- Você sabe como meu pai é.

Se eu não me demitir, terei que me preparar mentalmente para ter que aguentar suas chantagens, mas como eu não tenho intenção alguma de sair do meu trabalho, terei que ser forte para suportar o que virá a seguir.

- Você vai se demitir? - Nina questiona.

- Não. - Nego com a cabeça.

- Fico aliviada.

- Dessa vez eu farei o papel de filha ingrata e rebelde, mas não irei me demitir. - Falo.

- Estou aliviada que esteja sendo forte o suficiente para enfrentar seu pai pelo seus sonhos, mas eu não quero que se prejudique por minha causa e Heitor.

- Não se preocupe. - Sorrio fraco. - Já passou da hora de eu dizer não para meu pai, e essa foi uma ótima oportunidade apesar de tudo.

Conheço meu pai bem o suficiente para saber que ele não ficará parado quando se der conta de que eu não fiz sua vontade, mas se depender de mim, dessa vez ele não passará por cima dos meus sonhos novamente.

- Tem certeza disso? - Nina questiona. - Está preparada para enfretar seu pai?

- Não. - Assumo. - Mas em algum momento terei que fazer isso, então é melhor que seja o mais depressa possível.

Quando ele souber que não tenho a intenção de seguir seus passos na polícia, não quero nem imaginar o que ele fará, mas eu realmente quero fazer algo que amo, por esse motivo não irei obedecer meu pai cegamente como no passado.

Ser policial sempre foi o sonho dele, mas não é o meu, por isso eu acho que ele não pode me obrigar a fazer algo que não gosto, quando ele teve a chance de correr atrás dos seus sonhos.

Ele melhor do que ninguém deveria saber como deve ser gratificante colocar seus planos em prática e conseguir realizá-los, mas ter esse pai compreensivo é apenas um sonho impossível para mim.

- Tenho a sensação de que ele não ficará nem um pouco feliz quando souber que não se demitiu. - Nina fala.

- Pode ter certeza que não. - Suspiro alto. - Mas eu já estou cansada de viver dessa forma.

- Fico feliz que esteja querendo ser uma pessoa independente e com vontade própria.

- Já passou da hora de eu fazer algo por mim mesma. - Digo.

Terei um longo caminho a percorrer até chegar onde quero, e também sei que terei muitos obstáculos no caminho, mas não irei desistir facilmente do que desejo.

Ser aquela garota boba e ingênua do passado, a garota que não abria a boca para dizer nada e aceitava qualquer coisa, está fora de cogitação deixar ela aparecer novamente.

Irei sofrer, irei aguentar muita coisa vindo da pessoa que deveria me apoiar, mas infelizmente nem tudo acontece como desejamos ou planejamos.

- Estarei torcendo por você minha amiga. - Nina sorri largo.

- Obrigada. - Agradeço. - Fico feliz por estar ao meu lado me apoiando.

- Estarei sempre ao seu lado, então já sabe que pode vir até mim se as coisas complicarem com sua família.

Um Criminoso Irresistível (Livro 9)Onde histórias criam vida. Descubra agora