Um Criminoso Irresistível (Livro 9)

Capítulo 20

- Chegamos senhorita. - O taxista fala ao parar o carro em frente a empresa.

Abro minha bolsa e pego minha carteira, e pago pela corrida do taxista.

Saio do carro e então fecho à porta do veículo, e me viro em direção a empresa criando coragem para enfrentar Heitor depois de alguns dias.

- Coragem Mia. - Digo a mim mesmo.

Ontem foi meu último dia de folga, e nesse meio tempo não vi e nem recebi nenhuma ligação do Heitor, o que indica que ele estava se saindo bem sem uma secretária, ou ele também está tentando me evitar.

Infelizmente não poderei continuar fugindo, já que preciso trabalhar para me sustentar, e porque eu amo meu emprego apesar de tudo.

Não sou o tipo de pessoa que desiste fácil de algo, e mesmo que seja difícil trabalhar com Heitor continuarei dando o melhor de mim em tudo que farei.

Adentro o prédio rapidamente antes que o porteiro me veja e comece a fazer várias perguntas, e mais do que depressa ando até o elevador e aperto o botão diversas vezes.

Alguns segundos depois se abre à porta do elevador e eu o adentro, e após apertar o botão do último andar ela começa a se fechar, mas de repente se abre novamente, e então dou de cara com Heitor.

Ele me olha em silêncio por um tempo, e quando à porta está prestes a se fechar, Heitor coloca a mão para impedir e o adentra.

Ele se vira em minha direção novamente, e parece examinar meu rosto cautelosamente, procurando pelos hematomas que não existem mais.

- Bom dia Mia. - Ele fala de repente.

- Bom dia Senhor.

Heitor se cala por um tempo, e tenho que assumir que fico agradecida por isso, mas minha felicidade não dura muito tempo quando ele pergunta:

- Está tudo bem com você Mia?

- Sim senhor, estou muito bem obrigada.

- Aconteceu alguma coisa de diferente por esses dias? Parece não ter...

- Se quer saber alguma coisa relacionado ao trabalho fique a vontade para perguntar senhor. - O corto. - Mas eu não lhe devo satisfação alguma sobre a minha vida particular, então não precisa fingir estar preocupado.

- Você tem razão, me desculpe.

Heitor pisou na bola comigo e depois vem querer demonstrar preocupação? Não sou tão burra a ponto de acreditar nele duas vezes, por isso é perca de tempo da sua parte tentar me fazer de idiota novamente.

Não acho que eu tenha que ser educada com Heitor, só que eu farei isso porque sou uma boa profissional, mas não espere que irei falar sobre minha vida pessoal novamente.

Confiei a ele meus segredos e Heitor os usou contra mim na minha fragilidade, um homem assim não merece minha confiança ou respeito.

- Como eu sabia que iria voltar a trabalhar hoje, deixei sua agenda com os próximos horários de reuniões em sua mesa. - Heitor fala ao sairmos do elevador.

- Ok. - Digo apenas.

Caminhamos lado a lado, e quando olho para frente vejo uma mesa e uma mulher que não estava lá antes.

Paro de caminhar no mesmo instante e seguro o braço do Heitor, mas acabo o soltando quando ele olha para minha mão o apertando.

- Me desculpe. - Peço sem graça.

- Está tudo bem. - Ele sorri fraco.

- Quem é aquela mulher? - Pergunto baixinho.

- Minha secretária. - Heitor responde.