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Entro em meu quarto e bato a porta com força. Sento atrás da porta com as mãos na cabeça!
O que está acontecendo comigo? Por que não consigo parar de pensar nele? Acabei de beijar Max, mesmo sabendo que ele fez por um motivo meio doido que eu não entendi direito, eu deveria estar mais relaxada. Dançamos, curtimos, mas não estou legal. Seu olhar sobre mim quando cheguei na festa, e ele... estava tão lindo, não nos falamos a semana inteira e ainda mentiu pra mim, só para me manter afastada dele. Deveria sentir raiva. Mas por que sinto essa vontade louca de estar com Dener desde a primeira vez que o vi depois de anos? E por que sinto uma nostalgia quando estamos próximos? Droga, Dener... Para piorar você me enche, me beija, me irrita...

- AHHHHH... Que merda...

Levanto com pressa e preciso urgentemente tomar um banho para aliviar toda essa tensão.

Saiu do banho minutos depois com os cabelos molhados. Pego o secador pois não quero acordar resfriada apesar que seria ótimo não sair do quarto por uma semana ou mais.
Com o barulho do secador penso nas palavras de Max. O que ele quis dizer, com me ajudar? Dener mereceu...
Minha mente não para.

Termino de secar o cabelo com pensamentos a milhão. Preciso falar umas verdades para Dener e por um ponto final nessa rotina de briguinhas que estamos  levando desde que cheguei aqui. Ele não pode pegar no meu pé e se não me quer por perto, nunca mais vai me beijar e muito menos ficar me secando quando eu estiver ficando com um gato, gostoso a partir de amanhã.

Não vou ficar esperando um cara que me evita e me afasta sem motivo algum.

Levanto rápido, e no impulso abro a porta de uma vez.

- HAAAAAAAAAAA... MEU DEUS!!!!!

Sinto um impacto de um corpo caindo em meus braços. Então percebo....

Dener caí para dentro do meu quarto segurando minha cintura para não cair no chão, tampa minha boca de imediato e fecha a porta atrás de si.

- Xiiiii... Sou eu Brie.
Eu estava com a testa e as duas mãos encostadas na porta e perdi o equilíbrio quando a abriu tão rápido.

- Por que estava na minha porta, Denn?

Ele parece não me ouvir, me solta e me analisa dos pés a cabeça! Franze o cenho e parece ficar nervoso e sem jeito.

- Você ia pra onde vestida desse jeito? Você ia abrir para o Max entrar escondido?

Só então me dou conta. Estou só de blusa e calcinha. Agi no impulso que não me lembrei da forma que estava vestida. Vejo que Dener não gostou e aproveito. Se quer ficar zangado então que comece agora. Ele não manda na minha vida.

- Não ia abrir para o Max, Dener. Não hoje!

- Hummm... Então virou moda comer de madrugada semi nua!

Sorrio pela forma que Dener fala.

- Nossa Dener. Você é muito surtado. Você não pode me controlar, Dener. Eu não sou nada a mais que uma prima para você. Você me evita, me afasta, menti para não ficarmos sozinhos, depois não aceita se alguém conversa comigo, me beija, some denovo e agora vem com essa de querer saber para onde estou indo e por que uso as roupas que quero usar? Me poupe Dener. E se quer saber onde eu estava indo eu te digo. Estava indo no seu quarto te dizer que me deixe em paz. Que você não tem direito sobre mim, controle com quem eu ando e para onde vou. E que a partir de hoje não quero trocar palavras com você que não sejam necessárias. Quero viver uma vida normal e de adolescente como eu tinha em Los Angeles. Meu pai não me controla e você não vai me controlar. Se não gosta de mim, e não me quer por perto então é isso...

Dener está de cabeça baixa e com as duas mãos no rosto. Sua toca caiu na cabeça e não consigo ver a sua reação.
Ele permanece parado, e não sei explicar a dor no meu peito por vê-lo assim na minha frente. Começo entrar em desespero por que está doendo demais. O que está acontecendo comigo?
Me aproximo dele e pego em suas mãos tentando afasta-las do seu rosto. Então percebo algo molhado. Olho para minha mão e vejo sangue. Meu Deus, sangue?

- Dener, por favor. Fala comigo...

Ele tenta se afastar mas a porta o impede.

- Por que você está sangrando Dener?

Ele não responde e permanece com as mãos nos olhos.

- Dener você está me assustando... Por favor, fala comigo. Me aproximo mais e pego em suas mãos e em seus ombros. Ele suspira e então percebo que ele está chorando. Aí meu Deus. Dener chorando? O que está acontecendo aqui? Ele escorrega até o chão encostado na porta.

- Dener....

Me ajoelho em sua frente...

- Dener me...

Então ele se aproxima e me beija. Não é um beijo de desejo como o nosso primeiro, mais um beijo de necessidade, sinto seu sofrimento, sinto sua dor, seu beijo é lento e em meio a suspiros. Ele para, segura meu rosto e com a testa encostada na minha...

- Me desculpa Brie. Me desculpa por todos esses anos. Por te tirar das brincadeiras quando éramos pequenos, por fazer você passar vergonha, por tentar me afastar de você. E por agora, por fazer você não se sentir em casa e encomendada, por te afastar  quando você não tem culpa de nada.

Então ele chora... Um choro silencioso e eu sinto um nó na minha garganta, eu não sei o que dizer ou talvez não seja a hora de dizer nada.
Ficamos em silêncio por uns poucos minutos e ele me puxa para seu colo.

- Me abraça, Brie. Preciso sentir você.

O abraço...
E seu abraço me faz sentir em casa, é como se eu pertencesse aquele lugar. Meu coração toca seu peito e salta como se encontrasse ali uma força para uma melhor pulsação. Sinto meu corpo enfraquecer e mesmo estando sentada é como se eu fosse cair. A emoção do seu abraço é demais para mim.

Estamos ofegantes e sem falas.

Continua...

Confesso que senti uma emoção muito estranha escrevendo esse capítulo... É como se eu estivesse sentindo a emoção dos dois! 😪💕

Não me matem!!! Já estou postando o outro...

Irresistível TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora